3.000 OBSTÁCULOS: UMA PROVA PARA CHEPKOECH, UMA PARA AS OUTRAS
O fosso da recordista mundial, Beatrice Chepkoech (KEN), para todas as outras atletas na disciplina é tão grande que a queniana já pouco se preocupa com as suas adversárias. Assume o comando das provas com ritmos quase suicidas porque sabe que ninguém vai com ela. Assim foi, mais uma vez, em Doha, e fechou com um novo recorde dos campeonatos (8:57.84) para se sagrar campeã mundial pela primeira vez. Quase cinco segundos separaram Chepkoech de Emma Coburn (USA), que havia sido Ouro em Londres e que volta a fazer boa figura em Mundiais. Surpreendente foi ver que Chepkoech foi a única queniana a chegar ao pódio num evento em que as quenianas têm sempre a pretensão de ter um pódio 100% nacional.
20 KM MARCHA: LIU HONG VOLTA AO TOPO
Em mais uma prova que ser mãe a meio da carreira já não assusta as grandes atletas, Liu Hong (CHI) regressou da maternidade para também conquistar o título mundial em Doha, apesar das muito complicadas condições atmosféricas. A chinesa chegou assim às cinco medalhas em Mundiais, sendo que três são de Ouro! Em Tóquio, irá tentar alcançar a sua 3.ª medalha olímpica e repetir a de Ouro, que já alcançou no Rio. Não chegou a Doha como a mais rápida do ano, mas, na hora da verdade, mostrou que a experiência em grandes momentos ainda tem um peso enorme!
50 KM MARCHA: UM EVENTO QUE NÃO EXISTIA E QUE DEVE PASSAR A NÃO EXISTIR
O evento pode estar em vias de terminar em grandes competições (fala-se muito na redução para 40 km ou até 30 km), mas Riu Liang (CHI) queria mesmo este título mundial, depois de já ter alcançado a Taça Mundial do ano passado. Sucedeu a Inês Henriques (POR) que até andou com ela até uma parte adiantada da prova, mas a portuguesa viria a não terminar a prova. O futuro do evento é uma total incerteza e parece que não fará mesmo parte do programa dos Jogos Olímpicos do próximo ano.
4×100: JAMAICA SEM RIVAIS
A Jamaica já era a grande favorita à vitória nesta disciplina, mas as ausências de Briana Williams (falhou os Mundiais) e Elaine Thompson (abdicou, por lesão, após os 100 metros) levantaram muitas dúvidas se as caribenhas tinham o suficiente para levar a vitória. Nem isso foi problema para a Jamaica, que até utilizou a quatrocentista Shericka Jackson no último percurso e venceu facilmente a final. A Grã-Bretanha provou, mais uma vez, que está um patamar acima dos USA neste evento, embora as norte-americanos devam aparecer bem mais fortes em 2020.
4×400: AQUI SÓ DÁ MESMO USA
Não há uma outra nação com tantos atletas de elite na volta à pista como os Estados Unidos e isso voltou a ficar provado em Doha. Podem utilizar atletas de elite especializados com ou sem barreiras, que dificilmente perderão num futuro próximo o Ouro. Destaque para a Polónia que voltou a mostrar força ao conquistar a Prata.