Os novos cenários depois de Doha – Provas Femininas

    LANÇAMENTO DO PESO: GONG HABITUOU-SE A ISTO

    Sem estar a apresentar os níveis da versão masculina, o Peso feminino tem vindo a ser dominado nos últimos três por Lijiao Gong (CHI). A chinesa que até Londres tinha conquistado seis (!) medalhas em grandes eventos globais, mas nenhuma de Ouro, foi a Doha repetir o título que havia conquistado na capital britânica dois anos antes. Falta um “marcão” a Gong e falta… um título olímpico.

    LANÇAMENTO DO DISCO: A FESTA AGORA É CUBANA

    Sandra Perkovic (CRO) veio diferente da paragem por lesão e nunca mais se encontrou nesta temporada. Perdeu vários meetings, perdeu a final da Diamond League, mas muitos esperavam que fosse aos Mundiais mostrar a força habitual. Não chegou sequer aos 67 metros, tendo que se contentar com o Bronze. Denia Caballero (CUB), que foi campeã em 2015, venceu importantes meetings em Paris e Estocolmo, mas Yaimé Pérez (CUB) esteve um nível acima, vencendo três meetings da Diamond League, incluindo a final de Bruxelas e indo depois a Doha conquistar o título mundial. Em 2020 tudo deverá voltar a ser entre as três.

    LANÇAMENTO DO MARTELO: UMA NORTE-AMERICANA PELA PRIMEIRA VEZ

    Já se sabia que iria ser uma disciplina muito diferente nos Mundiais de Doha, uma vez que a grande estrela da história da disciplina, Anita Wlodarczyk (POL), tem andado a sofrer com lesões e não poderia estar em Doha (a competir, porque por lá ela até esteve!). Joana Fiodorow (POL) salvou a honra polaca, lançando um novo máximo pessoal para entrar no lugar da Prata, mas a vitória foi mesmo para DeAnna Price (USA), que foi a primeira atleta norte-americana a entrar num pódio da disciplina. Price é já a 4.ª a lançar mais longe na história e parece ter todas as condições para ser o novo grande nome do Martelo. Isto, claro, se Anita não regressar em 2020 à sua forma habitual.

    LANÇAMENTO DO DARTO: HUIUI (NÃO) QUER GANHAR

    É óbvio que Lyu Huihui (CHI) quer ganhar um evento global, mas não parece nada…A chinesa chegou ao Qatar com uma grande série de vitórias consecutivas em 2019, como líder mundial (e ainda é…), mas voltou a não conseguir o Ouro. Na hora da verdade, Huihui nem chegou aos 66 metros e teve que se contentar com o Bronze. Tem zero medalhas olímpicas, três em Mundiais, mas zero de Ouro e já vai com 30 anos…

    A inesperada vencedora foi Kelsey-Lee Barber (NZL) que tem que entrar nas nossas contas para 2020, embora tenhamos a sensação de que poderá ser um daqueles casos em que uma vitória do género é quase irrepetível. De qualquer forma, a verdade é que já tem mais títulos globais que Huihui.

    HEPTATLO: O GRITO DE KATARINA

    Katarina Johnson-Thompson finalmente bateu Thiam
    Fonte: IAAF

    Katarina Johnson-Thompson (GBR) já tinha títulos mundiais e europeus em pista coberta, mas nenhum deles com Nafi Thiam (BEL) em competição. A britânica referiu há pouco tempo que sofre do “síndrome do impostor” e muitos de nós, embora reconhecendo a sua enorme qualidade, não pensávamos também que, neste momento, tivesse o necessário para bater Thiam. Mas a britânica conquistou mesmo o título mundial!

    E se é verdade que Thiam esteve bem abaixo do habitual – provavelmente os efeitos de uma lesão contraída no verão – isso não deve servir para rebaixar o feito de Johnson-Thompson, que fez uma competição excepcional, subindo a 6ª de sempre e batendo mesmo o recorde nacional britânico da mítica Jessica Ennis-Hill. Será muito interessante em 2020 ver como Nafi Thiam reage e ver se Johnson-Thompson alcança mesmo a primeira medalha olímpica.

    Foto de Capa: IAAF

    artigo revisto por: Ana Ferreira

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    Pedro Pires
    Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
    O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.