4×400 MISTOS: USA, USA, USA…
Esta não é uma prova exclusivamente feminina, mas a estrela de companhia foi Allyson Felix, que alcançou mais um Ouro, poucos meses depois da maternidade e por isso faz sentido que a prova mista seja aqui mencionada. Os USA dominaram totalmente, limpando as três provas de 4×400 sem qualquer surpresa. Sem as Bahamas – o calendário não permitiu assistirmos a uma estafeta poderosa liderada por Miller-Uibo e Gardiner – o Bahrein surpreendeu ao entrar no pódio, com mais um grande percurso de Salwa Eid Naser. É difícil prever o que o evento será em 2020 – além do muito provável domínio norte-americano – mas confessamos que gostaríamos de ver mais estratégias diferentes da típica “homem-mulher-mulher-homem”.
SALTO EM ALTURA: FINALMENTE, RIVALIDADE PARA LASITSKENE
Mariya Lasitskene (RUS) tem dominado de forma esmagadora o circuito. De tal forma que quando perde, isso é notícia. Em Doha, renovou o seu título mundial, mas suou mais do que pretendia. Quatro mulher passaram dos dois metros e olhando para as idades das adversárias de Lasitskene, só poderemos ficar muito entusiasmados com o que o futuro próximo nos reserva.
A azarada que ficou fora do pódio foi Yuliya Levchenko (UKR) que tem 21 anos e 21 anos também tem Vashti Cunningham (USA) que foi Bronze. Mas a grande surpresa foi mesmo Yaroslava Mahuchikh (UKR), que foi Prata, aos 18 anos, ao saltar 2.04 metros, um grande recorde mundial júnior! Num ano em que Lasitskene tem a primeira grande oportunidade de conquistar o título olímpico – a russa não pôde competir no Rio devido à suspensão da sua federação – as coisas podem-se tornar mais difíceis do que parecia há bem pouco tempo.
SALTO COM VARA: ESCOLHAM VOCÊS!
Apostar na Vara e acertar é hoje uma tarefa quase impossível. 2019 foi um ano muito equilibrado e não existia até ao fim de Setembro uma atleta que se destacasse claramente. Terminada a temporada é difícil dizer que Anzhelika Sidorova (RUS) não mostrou ser melhor nos momentos mais importantes. A russa pode não ter vencido em cinco meetings da Diamond League (incluindo a final de Bruxelas), mas venceu o título europeu indoor em Glasgow e depois foi a Doha sagrar-se campeã mundial! A russa já chegou aos 4.95 metros e já faz com que não olhemos para a disciplina como um duelo entre Sandi Morris (USA) e Katerina Stefanidi (GRE).
SALTO EM COMPRIMENTO: UMA NOVA ERA
Depois de um 2019 totalmente demolidor, Malaika Mihambo (GER) assumiu definitivamente uma dimensão global e é hoje o nome a abater no circuito. Em Doha, chegou a incríveis 7.30 metros e aproxima-se cada vez mais de marcas que pareciam inalcançáveis. Numa altura em que Brittney Reese (USA) parece falhar muito mais do que costuma e em que pouco prometedor parece o futuro para Tianna Bartoletta (USA) e Ivana Spanovic (SRB), a alemã deverá mesmo passar a ser o centro de todas as atenções na disciplina.
TRIPLO SALTO: O RECORDE MUNDIAL ESTÁ JÁ ALI
Desde a entrada em cena de Yulimar Rojas (VEN) – podemos assinalar o ano de 2016 – que o Triplo tem vindo a ser marcado pelo duelo entre a venezuelana e a colombiana Caterine Ibarguen. 2019 marca o ano em que as duas parecem alargar o fosso, com Ibarguen a não chegar aos níveis de outrora (e já quase a completar 36 anos…) e Rojas a chegar a níveis do outro mundo. A venezuelana saltou enormes 15.37 metros em Doha, mas já ninguém se admirou, pois umas semanas antes havia chegado aos 15.41 metros, a apenas nove centímetros do recorde mundial de Kravets.
Rojas foi a que mais se aproximou, em toda a história, desse recorde que dura há mais de 24 anos (!) e em 2020 deverá ser essa a sua principal aposta. Para os outros lugares do pódio, o Triplo está mais vivo do que nunca, com muita qualidade a despontar. Atenção especial a Shanieka Ricketts (JAM) que realizou uma época extremamente regular, tendo vencido a final da Diamond League (bateu Rojas ao saltar 14.93 metros) e alcançado a Prata nos Mundiais (14.92).