O Crescimento de Marta Pen
Marta Pen continua o seu crescimento acentuado na sua distância favorita, os 1500 metros. E como todo o crescimento, por vezes existem dores associadas a esse crescimento. Ontem foi corajosa. Muito. Diz-se que “a sorte protege os audazes”. Ontem não foi o caso. Marta Pen não teve qualquer medo de acompanhar o ritmo elevadíssimo da britânica Laura Muir na frente da prova e fê-lo até onde pôde, sabendo que estava na sua melhor forma de sempre. Mas Muir sabia que não havia ninguém em pista mais rápida do que ela. A sua estratégia foi clara desde o início: impor um ritmo fortíssimo de forma a destruir as suas adversárias cedo e não sofrer eventuais dissabores no final. Resultou. Muir terminou em 4:02.32, com a Prata a ir para a polaca Sofia Ennaoui em 4:03.08 e no Bronze a britânica Laura Weightman em 4:03.75, também chegando ao final já em esforço. Quanto a Marta, esteve bastante bem em prova, estava em zona de luta pelas medalhas na entrada para os últimos 400 metros, mas aí a correr sozinha viu-se ultrapassada pelo grupo que vinha de trás, que não tinha tentado acompanhar o ritmo de Muir.

Fonte: FPA
No final, a atleta reconheceu isso mesmo, mas afirmando que estava feliz por ter tentado, não se mostrando arrependida pela estratégia adotada. Terminou na 6ª posição em 4:06.54. Há dois anos tinha sido 5ª, mas as provas não se podem comparar, pois em tudo foram diferentes. Em Amesterdão, esse 5º lugar de Marta foi alcançado em 4:34.41, numa prova taticamente mais lenta.
A estafeta da sorte e do azar
A participação da nossa estafeta 4×100 em Berlim ficou marcada por vários percalços e volte-faces. A presença portuguesa até chegou a perigar, dadas as condicionantes físicas de Carlos Nascimento e Yazaldes Nascimento, a braços com lesões de última hora. Carlos Nascimento apresentou-se ontem em prova, mas Yazaldes não, sendo que a equipa foi constituída por José Pedro Lopes, Diogo Antunes, Frederico Curvelo e Carlos Nascimento. Nas eliminatórias, alguns problemas na segunda transição, não permitiram um tempo melhor, pelo que 39.09 era o tempo que nos colocava como a nona melhor equipa, ficando a um lugar da final. Mas não! A Itália, uma das candidatas, era desqualificada por passagem fora da zona e Portugal estava na final. Os italianos protestaram – sem sucesso – e os polacos também viriam a ser desqualificados, mantendo-se Portugal seguro na final. Na final, um tempo bastante semelhante de 39.07 segundos colocava Portugal como a sétima nação na estafeta 4×100 nestes Europeus. A vitória iria para a Grã-Bretanha em 37.80 a apenas 0.01 segundos do recorde dos campeonatos e no pódio dois recordes nacionais: um para a Túrquia (em 37.98) e outro para a Holanda (com 38.03).