Pese embora o facto de ter muitas baixas, a selecção norte-americana de basquetebol masculina, comandada pela última vez por Mike Krzyzewski (ganhou os Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, os de 2012, em Londres, e os Mundiais de 2010, na Turquia, e de 2014, em Espanha), apresenta, mesmo assim, um conjunto de “estrelas” capazes de continuar a ganhar. O objectivo do treinador é claro: conquistar a sua terceira medalha de ouro. Se tal não acontecer será uma surpresa monumental, mas não nos podemos esquecer de Atenas em 2004.
Baixas importantes
A quantidade e a qualidade dos praticantes norte-americanos da modalidade permitem apresentar vários conjuntos sem perder rendimento. Nestes jogos podemos mesmo dizer que esta será uma equipa B, dada a ausência de Stephen Curry, Chris Paul, Russell Westbrook, John Wall, Damian Lillard, James Harden, Kawhi Leonard, LeBron James, Anthony Davis, Blake Griffin, LaMarcus Aldridge e Andre Drummond, entre muitos outros.
Apenas dois jogadores repetem a presença depois de Londres 2012: Carmelo Anthony, dos New York Knicks, e Kevin Durant, agora dos Golden State Warriors. Ambos vão certamente contribuir com a maioria dos pontos marcados pela selecção e com uma liderança forte.
O “head coach” Mike Krzyzewski tem ainda na selecção quatro atletas que nos anos recentes conquistaram o titulo na NBA: Kyrie Irving, dos Cleveland Cavaliers, Klay Thompson e Draymond Green, dos State Warriors. Com estes ou com outros jogadores Krzyzewski é sempre candidato a ganhar tudo.
Mais potência interior
O que caracterizava as equipas anteriores norte-americanas era mesmo o elevado número de jogadores exteriores e a qualidade dos mesmos. O peso da equipa estava centrado nos jogadores mais “baixos”, como Kevin Durant, Carmelo Anthony e LeBron James, já que os interiores eram de menor relevo, como em 2012: Tyson Chandler, Kevin Love e o na altura universitário Antony Davis.
O jogo na área pintada era mesmo o ponto mais fraco da equipa. Com a equipa que vai competir no Rio o problema desapareceu. O “coach K” tem dois jogares interiores puros, DeMarcus Cousins e DeAndre Jordan, além de contar ainda com Draymond Green e Carmelo Anthony, que podem jogar na posição 4. Nos jogos preparatórios já disputados a figura do poste voltou a ser determinante, com os ressaltos e o jogo na área pintada a serem decisivos. Tanto Cousins como Jordan não encontraram oposição de relevo e é dificl imaginar algum jogador presente no Rio que os possa parar.
Os “cincos” denominados “Small-Ball”, que estão na moda na NBA, passam nesta edição dos Jogos ao esquecimento mas não limitam a capacidade de tiro exterior de Thompson, Melo, Durant, Irving, ou Lowry.
Espanha ou França à procura da medalha de prata
França e Espanha ainda acreditam na surpresa, mas o melhor é mesmo começarem a fazer pontaria para a medalha de prata. Em 2012 os espanhóis chegaram à final e perderam por pouco com os Estados Unidos: 107-100. Mesmo contando com o poste Pau Gasol, deixando para trás o perigo do vírus Zika, este jogador, que jogou nos Chicago Bulls na última época, acaba de assinar pelos San Antonio Spurs mas não pode sonhar, dado o facto de os nossos vizinhos e a equipa USA serem veteranos.
Os franceses, novamente liderados por Tony Parker, Spurs, recordam a derrota com a Espanha 66-59 nos quartos-de-final do Torneio Olímpico de 2012. Contudo, desta vez parecem mais fortes. Contam com quatro jogadores NBA: Nicolas Batum (Charlotte Hornets), Joffrey Lauvergne (Denver Nuggets), e Rudy Gobert e Boris Diaw (Utah Jazz).
Os americanos já ganharam por catorze vezes as olimpíadas, com a Argentina e a antiga União Soviética a terem também direito ao primeiro lugar. Agora a situação é bem diferente. Os argentinos estão velhos e cansados e os russos nem se qualificaram depois de em Londres terem ganho o bronze. Brasil, a jogar em casa e com uma preparação cuidada com resultados surpreendentes na fase de preparação, ambiciona, tal como a Lituânia, uma das medalhas.
Imagem de capa: USA Basketball