Estive presente no Clínic “The Art of Analytics in Basketball’ – organizado pela Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física (FCDEF) da Universidade de Coimbra, nas pessoas do Prof.º Dr. Carlos Gonçalves e Mestre António Pereira, e que contou com a presença de Dean Olivier especialista da nova tendência de análise do jogo (Analytics), o primeiro profissional desta área a ser contratado pela NBA, sendo considerado nos Estados Unidos o pioneiro do desenvolvimento de Analytics no desporto. Reforcei não só a convicção da importância da estatística no basquetebol como ambém o facto de estarmos atrasados nesta área do conhecimento.
Relativamente aos conteúdos não foi grande a surpresa porque tenho o livro e estudei superficialmente o mesmo. Ainda lembro do passado recente em que contratávamos jogadores norte americanos seguindo apenas as denominadas “single metric stats”, e tentávamos descobrir talento barato apenas com a leitura das médias (PPG,APG,RPGe and 2FG%, 3FG% ) e pelas percentagens . Claro está que estes dados eram manipulados facilmente e muitas vezes recrutamos “gato por lebre”. Como o dinheiro não abundava convencíamos os atletas norte americanos mais jovens a virem jogar numa liga menor para “fazer números” de forma a que no ano seguinte conseguissem melhores contratos.
Como Dean Oliver teve oportunidade de mostrar, nos Estados Unidos usam, faz muito tempo, aplicam o denominado “advanced statistics”. Na Europa começam alguns treinadores, a maioria com alguma experiência na NBA , a acreditarem nos benefícios de uma análise estatística mais elaborada. Em Portugal, que eu saiba, Jaime Sampaio é uma das excepções.
Obviamente nem todos os treinadores tem de ter conhecimentos avançados de estatística mas hoje não faz muito sentido que um treinador não saiba, pelo menos, calcular o número de posses de bola:
O que é e como se calcula o PER (Player Efficiency Rating)? Quem nunca tenha ouvido falar de John Hollinger (ESPN analytics e guru do PER ), como calcular a eficácia ofensiva e defensiva da equipa?