NBA 2021/2022: O pináculo de uma dinastia – Parte II

    JAYSON TATUM E BOSTON FICARAM AQUÉM DO TÍTULO DA NBA,
    MAS O FUTURO CONTINUA BRILHANTE

    A temporada de maior sucesso nos cinco anos de carreira de Tatum na NBA terminou com a sua noite mais frustrante: 13 pontos em seis de 18 em lançamentos de, numa derrota por 103-90 no jogo 6.

    Há etapas necessárias a superar para um atleta ganhar o direito de ser rotulado como um superestrela. É o mais raro dos feitos no basquetebol e qualquer membro desse clube ganha todos os espólios que esse nível de excelência implica.

    Tatum ainda não é a figura indiscutível da liga norte-americana de basquetebol. Isso é o que ele próprio aprendeu sobre si mesmo nas finais, e não há vergonha em ficar aquém. Muitos outros tiveram de passar por esta fase de aprendizagem e a maioria alcançou patamares de fama e de competência desportiva que só estão destinados aos melhores dos melhores.

    É preciso recordar que Tatum tem apenas 24 anos e somente nesta temporada integrou All-NBA First Team. É um processo por norma longo e difícil de concluir.  Para se encaixar na definição de uma estrela transcendente, consistência é a palavra-chave. Nomes como LeBron James, Giannis Antetokounmpo e Curry possuem essa caraterística que lhes permite estar na esmagadora maioria dos momentos decisivos e sair vitoriosos.

    Tatum não conseguiu ser constante contra os Warriors e ficou especialmente exposto no jogo 6, numa exibição que não condiz com o seu verdadeiro talento. O jovem extremo apenas fez seis arremessos eficazes, teve cinco turnovers e marcou apenas 13 pontos, o seu registo mais baixo num jogo oficial. Notou-se, sobretudo, a falta de experiência e a fatiga do jogador. Foram erros sucessivos, nem tentou um lance livre e praticamente não teve interferência no último quarto.

    Houve temporadas mais bem-sucedidas do Celtics, 17, aliás, que terminaram com o ouro nas mãos dos jogadores de Boston. Mas poucas foram mais memoráveis do que esta. Uma equipa que parecia sem vida em novembro e dezembro ressuscitou das cinzas em fevereiro e março. A turbulência interna deu lugar a um grupo unido. Um treinador novato tornou-se num treinador de elite e uma estrela em ascensão deu o próximo passo.

    Exatamente. Tatum, apesar das dificuldades que demonstrou nas finais em termos de eficiência e seleção de lançamentos (recorreu muitas vezes a lançamentos forçados da linha de três pontos e, pior ainda, em arremessos de média distância), as suas melhorias nesta temporada podem ser medidas estatisticamente. Obteve as suas médias mais elevadas em pontos, ressaltos e assistências, assumindo definitivamente um papel de liderança no plantel.

    Numa idade em que muitos ainda nem experienciaram o ambiente de play-off, Tatum foi melhor que Kevin Durant na primeira ronda, resgatou os Celtics com um desempenho de 46 pontos no jogo 6 contra os Milwaukee Bucks e registou 26 pontos e 10 ressaltos no jogo 7 contra os Miami Heat. Consequentemente, a grande figura de Boston parecia fisicamente desgastada nas finais, mas há razões para acreditar que está prestes a juntar-se à elite da NBA.

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    Diogo Valente Vieira
    Diogo Valente Vieirahttp://www.bolanarede.pt
    Estudante na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa. Procura realizar um percurso profissional dedicado sobretudo ao desporto nacional e internacional, através do jornalismo. O seu objetivo principal é tornar o jornalismo desportivo em Portugal o mais imparcial e prático possível, apresentando ao mesmo tempo uma personalidade com a qual a audiência possa identificar-se. Tem como interesses de destaque o futebol, o basquetebol e o wrestling.