Uma troca por Durant não compensa separar Brown e Tatum | NBA

QUAIS OS MOTIVOS PAR5A OS CELTICS NÃO REALIZAREM ESTA TROCA?

Após anos de turbulência interna, os Celtics finalmente viram as peças encaixarem-se na última temporada. Sob o comando do novo técnico Ime Udoka, o elenco talentoso de Boston foi capaz de maximizar o seu verdadeiro potencial, proporcionando um estilo de jogo altruísta no ataque e, sobretudo, uma defesa sufocante que acabria por se tornar na melhor da liga.

Como resultado, os Celtics voltaram às finais da NBA pela primeira vez em mais de uma década, mas a sua inexperiência no maior palco de todos levou à derrota contra os Warriors. Não obstante, este desaire foi visto como a última aprendizagem necessária para a organização voltar a erguer o troféu já na próxima época.

Com o seu núcleo jovem composto por Tatum, Brown, Smart e Robert Williams, todos com menos de 28 anos e com contrato até a temporada 2023-24, o futuro é risonho para este histórico emblema. Na pós-temporada de 2022, os Celtics construíram um plantel feito à medida para o basquetebol moderno da NBA. Sem lacunas defensivas, alinhamentos comutáveis e, o mais importante, dois jovens extremos com capacidade para marcar pontos de várias maneiras em Brown e Jayson Tatum.

Depois de trocar por um base puro em Malcolm Brogdon e assinar um atirador veterano em Danilo Gallinari, Boston preencheu dois grandes vazios e automaticamente tornou-se no favorito das casa de apostas a ganhar o título da NBA em 2023. Isto leva-nos ao tempo atual, onde é difícil entender a razão pelo qual os responsáveis pela equipa iriam querer arriscar tanto para adquirir Durant.

O fascínio por Durant é óbvio. Mas, embora possa aproximar ainda mais os Celtics de um título imediato em 2023, um negócio desta natureza não compensa as reduzidas possibilidades da equipa lutar pelo troféu no futuro a longo prazo.

Durant ainda é um jogador incrível, um dos cinco melhores da liga, que imediatamente torna qualquer conjunto num candidato ao título. Muitos dos problemas ofensivos que vimos do Celtics nos play-offs e nas finais desapareceriam com a sua presença no cinco inicial

Contudo, o risco não deixa de ser enorme. Kevin Durant completa 34 anos em setembro, já sofreu uma lesão grave no tendão de aquiles e perdeu tempo significativo de jogo em cada uma das duas últimas temporadas.

Sim, Durant assinou recentemente um contrato por quatro anos. A questão é se o craque permanecerá saudável durante todo esse período. Só porque o extremo estará ao serviço da organização por tanto tempo, não significa que a luta de Boston pelo título coincidirá com a totalidade da duração do seu contrato.

Os Nets supostamente querem Brown, Smart e outro jogador de rotação em troca de Durant. Isto significa que os Celtics ficaria com um «backcourt» inicial de Brogdon, que é propenso a lesões e não jogou mais de 60 jogos em quatro das suas seis temporadas na NBA,  e potencialmente Derrick White, com apenas Payton Pritchard a sair do banco de suplentes.

Independentemente do «frontcourt» receber um claro impulso qualitativo com Durant, outro jogador rotacional que a organização possivelmente teria que oferecer, caso não fosse White, seria alguém como Grant Williams. Desta forma, Boston teria apenas KD, Tatum, Robert Williams (que também é propenso a lesões), Al Horford (já nos seus extensos 36 anos) e Gallinari.

Como está estruturado atualmente, o plantel dos Celtics é o mais vasto da liga, algo que deixaria de ser verdade caso se fizesse uma troca por Durant.

Para além disto, a incorporação de Durant muda completamente a composição e a dinâmica deste plantel, dentro e fora de campo. Uma dupla Durant-Tatum é assustadora no ataque e certamente resolveria muitos dos problemas que vimos de Boston, especialmente nas desmarcações e jogadas individuais.

Mas Tatum também deixaria de ser a principal referência da equipa. Será que a organização está disposta a reduzir o estuto da sua estrela de 24 anos, que provavelmente será um candidato a MVP nas próximas temporadas? Ao jogar ao lado de Durant, é inevitável que Tatum tenha que ficar em segundo plano relativamente a um dos maiores artilheiros da história da liga, e seria desaconselhável para Boston atrapalhar o seu crescimento assim.

Defensivamente, os Celtics, sem dúvida, ficariam a perder com a saída de jogadores como Brown e o atual «DPOY» Smart. A defesa de Boston foi o motor que levou o conjunto às finais da NBA, usando a sua versatilidade a seu favor para mudar constantemente as marcações. Ainda que Durant seja é um defensor sólido neste momento da sua carreira, não se compara a Smart ou Brown nessa componente do jogo, e os Celtics seriam forçados a dar a jogadores como Pritchard e Gallinari – que são limitados na defesa – mais minutos devido à falta de profundidade.

Além disso, Brown e Smart são dois dos líderes mais respeitados da equipa. O núcleo desses dois, Tatum, Horford e Williams passou por muita coisa em Boston para chegar a este ponto. É o que fez superar a dificuldade e chegar às finais ser tão gratificante para este grupo quando derrotou os Heat nas finais da Conferência Este, na temporada passada.

Mover Brown e Smart destruiría a identidade dos Celtics. Inclusive, Brown partilhou na passada segunda-feira o seu desagrado para com estes rumores na rede social Twitter, com a simples frase “Smh”. A maioria dos adeptos ecoou este sentimento, demonstrando relutância em trocar Brown por Durant.

Há algo mais gratificante numa equipa construída de raíz a perseguir e conquistar um título em comparação com um conjunto que foi “comprado” ou “trocado”. Boston parece estar perto de vencer o 18º título da sua história com um núcleo de jogadores que foram selecionados e desenvolvidos pela organização. Por esta razão, é difícil argumentar com os fãs que querem que este projetado iniciado à tanto tempo tenha finalmente a sua conclusão gloriosa.

Trocar por Durant daria ao Celtics um futuro membro do «Hall of Fame» e um dos melhores jogadores da atualidade, enquanto continuam à procura do seu primeiro troféu desde 2008. Mas não vale a pena separar Tatum e Brown e sacrificar o futuro da organização para fazer isso acontecer.

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Diogo Valente Vieira
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Estudante na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa. Procura realizar um percurso profissional dedicado sobretudo ao desporto nacional e internacional, através do jornalismo. O seu objetivo principal é tornar o jornalismo desportivo em Portugal o mais imparcial e prático possível, apresentando ao mesmo tempo uma personalidade com a qual a audiência possa identificar-se. Tem como interesses de destaque o futebol, o basquetebol e o wrestling.

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