«Vou jogar até aos 35 anos e sair do mundo do basquetebol» – Entrevista BnR com José Barbosa

-O regresso a casa-

«A transferência para a Oliveirense foi um pouco forçada»

BnR: «O bom filho à casa torna» diz o ditado… Como se consumou o teu regresso à Oliveirense e porquê voltar?

José Barbosa: Não quero dizer que não se consumou por vontade minha, mas a verdade é que foi um pouco forçada. A Oliveirense vinha falado comigo há alguns anos sabendo que eu dava prioridade à equipa onde estava (Ovarense), mas diziam sempre “já sabes, vamos estar sempre de portas abertas para ti…”. Eu tive vontade claro, mas aconteceu por causa da situação da Ovarense. A dada altura, chegaram ao pé de mim e disseram que não havia condições financeiras para eu continuar e pronto a transferência para a Oliveirense foi fácil, porque no dia seguinte já estava com acordo. Nem ouvi mais nenhum clube.

BnR: Como se constrói um bicampeonato com um orçamento mais limitado que, por exemplo, FC Porto ou SL Benfica?

José Barbosa: A resposta é muito fácil: com trabalho. Às vezes, os treinadores, jogadores e dirigentes andam à procura de segredo do sucesso e de truques e tudo mais e a verdade é que esse primeiro ano foi exclusivamente por trabalho, quer dentro de campo, quer trabalho mental que é muito preciso. Mudar a mentalidade dos jogadores e a maior parte nunca tinham ganho um campeonato e isso requer muito trabalho mental e esse trabalho muito se deve à equipa técnica e ao Norberto Alves. Eu lembro-me perfeitamente de ter começado a final (no primeiro ano) contra o FC Porto, de ter olhado na cara dos meus colegas e via uma confiança tão grande, como se o jogo já estivesse ganho. Foi difícil bater-nos naquele ano.

BnR: Lembro-me desse ano da UD Oliveirense, vocês divertiam-se em campo, com alegria e cada jogo parecia “pronto, mais um dia no escritório”…

José Barbosa: Sim, sim, era realmente isso. Mais o primeiro que o segundo campeonato, por causa da pressão de termos vencido o primeiro. Às vezes, a pressão deteriora o prazer com que jogas e eu senti isso. Nós éramos uma alegria, dentro e fora de campo e passei tempo com eles que nunca tinha passado noutra equipa. Eu das poucas vezes que fui ao cinema às 14:00, foi sempre com eles [risos] e foram essas pequenas experiências que nos faziam conviver como amigos de escola e isso passava para dentro de campo.

BnR: Consideraste a união entre o grupo português e o estrangeiro crucial? E quem promovia essas idas ao cinema? 

José Barbosa: Os estrangeiros mais eu e o Arnette [Hallman]. O melhor exemplo dessa união foi o Travante Williams que deixou de se chamar Travante e passou a chamar-se Toni… [risos] Só para veres o quão aportuguesados eles estavam e ele adorava!

BnR: Qual o pior momento que te recordas nesse período do bicampeonato?

José Barbosa: A derrota na final da Taça de Portugal contra o FC Porto. Custou-nos bastante, mas reagimos bem. De facto, não houve muitos maus momentos nesses anos.

BnR: Relativamente à época do pós bicampeonato, saíram vários jogadores, inclusive três para adversários diretos na luta pelo título. Como viste isso?

José Barbosa: É algo que sempre aconteceu… o dinheiro foi importante na vida deles e vi isso com muita naturalidade. Nós tivemos que seguir em frente.

BnR: Esta época não tem corrido de feição para a Oliveirense. Sentes que é possível o «tri»?

José Barbosa: Obviamente que aspiro ao tricampeonato, não só eu como o clube. Eu pessoalmente tenho na memória três campeonatos perdidos pela Oliveirense contra a Portugal Telecom e tenho a meta de atingir três campeonatos. No primeiro jogo da final contra o SL Benfica (altura do bicampeonato) afirmei a um jornalista: “este foi o primeiro passo para o tricampeonato” [risos]. Fui confiante demais e saiu-me da boca, mas tive sempre o tri em mente.                                                                             

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O Diogo lembra-se de seguir futebol religiosamente desde que nasceu, e de se apaixonar pelo basquetebol assim que começou a praticar a modalidade (prática que durou uma década). O diálogo desportivo, nas longas viagens de carro com o pai, fez o Diogo sonhar com um jornalismo apaixonado e virtuoso.

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