‘Pace and Space’: O plano de Cleveland Para Kyle Korver

    Cabeçalho modalidadesA expressão é de Erik Spoelstra quando, em 2012, os seus Miami Heat começavam a construir o plano que os levaria ao segundo título consecutivo. O conceito é muito simples, antigo e até algo óbvio. Existem muitas variações, mas basicamente é um poste com capacidade de meia distância, um ou dois atiradores de elite e um ou dois penetradores com capacidade de finalizar dentro do garrafão. São estes últimos que têm o papel de destaque, a estratégia está montada para que sejam eles a criar o desequilíbrio e assistir ou finalizar no último momento. Em Miami eram Dwayne Wade e LeBron James que assumiam esta missão, o poste era Chris Bosh e, na carreira de tiro estavam Shane Battier, Mike Miller e o inevitável Ray Allen.

    Esta capacidade de gerar espaços, para si próprio ou para outros, define, mais do que nunca, o jogador “tipo” da NBA atual. Um excelente passador, com capacidade defensiva e uma inteligência acima da média, como Rajon Rondo, torna-se obsoleto por não pressionar o seu defesa a encurtar distâncias. O mesmo acontece com Michael Carter Williams ou Ricky Rubio: estão muito pior cotados porque o seu lançamento exterior não é uma ameaça. E isso hoje importa mais do que nunca.

    Foi a eficácia de três ponos que deu destaque a Kyle Kkorver. Aos 35 anos, e apesar do baixo momento de forma, parece ainda capaz de lançar ao nível dos melhores Fonte: Atlanta Hawks
    Foi a eficácia de três ponos que deu destaque a Kyle Kkorver. Aos 35 anos, e apesar do baixo momento de forma, parece ainda capaz de lançar ao nível dos melhores
    Fonte: Atlanta Hawks

    É o spacing que dão um ao outro que faz do duo dinâmico de Golden State tão letal e tão difícil de defender. Klay Thompson seria pior jogador sem o espaço que a presença de Curry lhe oferece. Era a presença de Mike Miller ou Shane Batter que tornava quase impossível parar Wade e LeBron. É este o papel que Kyle Korver terá de ter na sua nova equipa: aumentar o campo para o mesmo LeBron e Kyrie Irving fazerem das suas. O momento de forma pode não ser o de 2015, quando se apresentou num elevadíssimo nível, mas continua com um eficácia de três pontos de elevado nível.

    O plano é bom, adequa-se ao plantel dos Cavs e tem até um alvo em particular. Com Kyrie e Korver em campo ao mesmo tempo, Stephen Curry será obrigado a defender um dos dois, desgastando-se mais do que desejaria para as tarefas ofensivas, onde consegue ser preponderante. Cleveland conseguiu uma melhoria clara, mas a balança parece ainda bastante desequilibrada para a equipa de Steve Kerr.

    Foto de capa: Desert News

    Artigo revisto por: Francisca Carvalho

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    João Dinis
    João Dinishttp://www.bolanarede.pt
    As olheiras diárias provam a paixão que tem pela NBA. A emoção de cada jogo e toda a envolvente da liga estão sempre debaixo de olho. Sonha ver os laivos dourados do Larry O’Brien de regresso a Nova Iorque.                                                                                                                                                 O João escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.