«Vou jogar até aos 35 anos e sair do mundo do basquetebol» – Entrevista BnR com José Barbosa

    -O ano de rookie e as suas peculiaridades-

    «Normalmente o grupo de portugueses é o que define muito do que a equipa é»

    BnR: Tu fazes a tua formação na UD Oliveirense, contudo, decides que era na AD Ovarense que irias principiar a tua carreira de sénior. Explica-me as principais dificuldades que sentiste nesta transição de júnior para sénior e o que dirias ao teu «eu» de 17 anos se pudesses voltar o tempo atrás?

    José Barbosa: Não mudava nada mesmo. Encontrei muitas dificuldades, principalmente a nível físico e a nível de intensidade, ainda para mais fui para uma Ovarense tricampeã, onde o clima que se vivia era completamente diferente do que apanhei nos outros anos. Mas o que faria diferente? Nada. Foi um dos meus melhores anos de carreira.

    BnR: Inclusive, fizeste 39 jogos no teu primeiro ano.

    José Barbosa: E éramos quatro bases. O Mário Fernandes, o Nuno Manarte, o João Abreu e depois eu, que pronto fui lá para aprender e estar a jogar com os sub-20, portanto, chegar lá e fazer tanto tempo de jogo, tantos jogos… e eu divertia-me, [risos] os mais velhos apertavam comigo e eu adorava, ou seja foi um ano de rookie que eu vivi ao máximo.

    BnR: Ainda bem que falaste nisso. Qual foi o jogador que mais te «chateou», no bom sentido do termo, enquanto rookie?

    José Barbosa: Felizmente havia em Ovar um grupo de portugueses internacionais que olhavam para esse lado extra jogo e normalmente o grupo de portugueses é o que define muito do que a equipa é. Mas não te consigo definir um, porque de facto aquilo era basicamente uma «comissão de praxe» [risos], era assim que chamávamos quando éramos mais novos. Foi um ano bastante divertido.

    BnR: Houve alguma praxe que ficaste do género “porra, esta aqui ultrapassou o meu limite…”? [risos].

    José Barbosa: Todas. Na primeira semana, o meu pai foi me levar a Ovar e lembro-me que no primeiro treino eu vim para casa para Oliveira o caminho todo sem abrir a boca uma única vez, porque foi um choque tão grande que achei que não fosse aguentar. Mas depois achei, ou entrava no esquema e levava para a brincadeira ou então estava tramado. [risos] Foi isso que me safou.

    BnR: Mas lembraste assim de uma em específico?

    José Barbosa: Que possa contar aqui… [risos] mas houve uma assim mais estranha. Nós tínhamos que fazer uma viagem mais longa e no dia anterior à viagem mandaram-nos uma mensagem a dizer que tínhamos que fazer um trabalho sobre o aquecimento global de dez páginas com índice e não sei o quê… Portanto, estás a ver… na viagem fizemos uma apresentação como se tivéssemos numa universidade. Foi a viagem toda a falar sobre o aquecimento global.

    BnR: Eles gostaram?

    José Barbosa: Por acaso gostaram, consegui fazer um trabalho com algum humor…

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    Diogo Silva
    Diogo Silvahttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo lembra-se de seguir futebol religiosamente desde que nasceu, e de se apaixonar pelo basquetebol assim que começou a praticar a modalidade (prática que durou uma década). O diálogo desportivo, nas longas viagens de carro com o pai, fez o Diogo sonhar com um jornalismo apaixonado e virtuoso.