Egan Bernal triunfa num Giro d’Italia com muito “lume” português

“CIRQUE DU LEFEVERE”: JOÃO ALMEIDA GARANTE SEXTO LUGAR NO MEIO DE MUITA POLÉMICA

A efeméride mediática que se abateu sobre a Deceuninck Quick-Step e João Almeida foi um dos pontos mais tensos do Giro d´Italia. Contextualizando, a público veio a intenção de atacar a competição transalpina com dois líderes, João Almeida e Remco Evenepoel, no entanto, à medida que a primeira semana se foi desdobrando, ingredientes como as declarações de Patrick Lefevere a confirmar a saída de João Almeida da equipa, a bonificação que a Deceuninck Quick-Step preparou para Remco Evenepoel atacar e o dia mau do Duro das Caldas na etapa quatro ajudaram a criar um cenário que em muito prejudicou o seu resultado final.

As responsabilidades máximas ficaram então a cargo do jovem prodígio belga que, em estreia em grandes voltas, prometia muito. As exibições de Remco estiveram longe de ser banais, não obstante, as dificuldades acabaram por aparecer e obrigaram principalmente João Almeida a permanecer junto do líder declarado da equipa, nomeadamente nas etapas do Sterrato e do Monte Zoncolan, onde o português teve ordens para esperar. Muito tempo perdido e a consciencialização de que os sete meses sem competição de Remco acabariam por pesar, mais tarde ou mais cedo, culminaram na desistência do belga, devido a queda, mas já depois de estar completamente enterrado na classificação geral.

As declarações de João Almeida, quando admitiu preferir estar calado a dizer o que pensava, de certa forma fizeram todo o sentido quando vimos a incrível terceira semana do português. É caso para se dizer “Bota Lume”, e de que maneira. Se até à etapa 16, a classificação geral ditava uma luta muito concentrada pelos sete, oito primeiros lugares, a ameaça João Almeida, que chegou a estar fora dos 20 primeiros, passou a fazer muito sentido para nomes como Carty, Bardet, Vlasov, Foss ou Martínez, isto quando ao fim de 15 etapas, o português ainda estava a cerca de três minutos do top 10.

Concentrando toda a atenção nesta ascensão meteórica, a determinação e garra do caldense, bastante características na sua forma de correr, faziam antever algo idêntico ao que acabou por acontecer. Com sobe e desce constante na última semana do Giro, o português esteve sempre ao ataque, sempre à procura de uma vitória em etapa, e esteve sempre perto de o conseguir. Além disso, não há como ignorar a evolução notória em altitude e em pendentes mais agressivas e longas. Se em 2020, em ano de estreia, deixou água na boca, este ano confirmou todo o seu potencial, distinguindo-se pela mentalidade ofensiva e sem medos no que concerne a ataques ainda longe da meta.

Contra Bernal, contra Yates, contra os melhores dos melhores. João Almeida atacou, respondeu, foi alcançado, ripostou quando parecia que não tinha mais nada no tanque, cedeu segundos, ganhou minutos. Um verdadeiro campeão que finalizou o Giro com nota máxima e muitos olhos sobre si com 2022 no horizonte. A acompanhar esta evolução, fazer referência para o desempenho de Rúben Guerreiro no apoio a Carty, consagrando-se sem discussão nenhuma como um dos melhores gregários da prova, observando-se ainda uma evolução na alta montanha. O mesmo se aplica para Nélson Oliveira, que entrou em fugas, esteve perto da rosa e usufruiu de uma maior liberdade para dar nas vistas.

Ricardo Rebelo
Ricardo Rebelohttp://www.bolanarede.pt
O Ricardo é licenciado em Comunicação Social. Natural de Amarante, percorreu praticamente todos os pelados do distrito do Porto enquanto futebolista de formação, mas o sonho de seguir esse caminho deu lugar ao objetivo de se tornar jornalista. Encara a escrita e o desporto como dois dos maiores prazeres da vida, sendo um adepto incondicional de ciclismo desde 2011.

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