Equipa fantasia #2: Ásia | Ciclismo

    modalidades cabeçalho

    A Ásia é um continente com pouca tradição no ciclismo. O Cazaquistao é a nação mais proeminente do continente, mas além da nação que apoia a Astana do World Tour, aparecem pontualmente estrelas de países como o Japão e a China.  A verdade é que poucos alcançam o nível que muitos ciclistas australianos conseguem alcançar, sendo que até hoje nenhuma grande volta ou Campeonato do Mundo sorriu a um asiático.

    É inegável, ainda assim, a importância de projetos como a Astana, a China Continental Glory e a associação da Nippo à estrutura da EF Easy Post (que se reflete na equipa “B” da formação de Jonathan Vaughters).  Aliás, os resultados de Alexandre Vinokurov, lenda cazaque e campeão olímpico em 2012, bem como de Djamolidine Abdoujaparov, antigo vencedor da camisola verde do Tour, mostram que a Ásia não é, de forma alguma, estranha aos grandes triunfos.

    Portanto tal como para a Oceânia, o BnR apresenta 8 corredores que seriam os mais adequados para formar um bloco exclusivamente asiático para as grandes voltas. As regras são as mesmas: não colocar mais de 3 ciclistas do mesmo país e selecionar aqueles que mais sentido fariam na lógica de uma equipa, não sendo adequado escolher uma equipa com 8 trepadores, mesmo que esses sejam os melhores ciclistas de um determinado país.

    8. YUKIYA ARASHIRO – JAPÃO

    Aos 38 anos, Yukiya Arashiro é uma lenda do ciclismo japonês e uma presença habitual no World Tour, sendo que corre no escalão máximo do ciclismo mundial desde 2016, quando assinou pela Lampre. Arashiro é um ciclista completo, com destaque para a sua ponta final. Conta com um bom número de vitórias no Japão, nomeadamente com 3 campeonatos nacionais (o primeiro alcançado aos 23 anos), em corridas como a Volta a Hokkaido, a Kumano e a Okinawa.

    O maior destaque internacional foi mesmo em 2008, ao serviço da equipa nipónica Meitan Hompo – GDR, quando Arashiro triunfou na 2ª etapa do Tour du Limousin, batendo ciclistas como Nicolas Roche, Romain Feillu e José Joaquin Rojas. Esta vitória valia-lhe o salto para o circuito velocipédico de França, passando a estar ao serviço da BBOX Bouygues Telecom.

    A última vitória de Yukiya Arashiro foi em 2022, quando se sagrou campeão japonês e no último domingo concluiu a sua 16ª grande volta, ajudando Jonathan Milan a vencer a Maglia Ciclamino do Giro. É um ciclista experiente, com uma boa ponta final e um bom homem de trabalho, nomeadamente para chegadas ao sprint.

    7. HAYATO OKAMOTO – JAPÃO

    Hayato Okamoto é um sprinter de 27 anos que atua pela Aisan Racing Team, equipa japonesa do escalão continental. Tem várias vitórias em corridas de um dia no Japão, assim como em etapas da Volta ao Taiwan. É um corredor consistente, presença regular no top 10 das provas nipónicas.

    Okamoto é também ciclista de pista, com destaque para as vertentes de “Scratch” e “Omnium”, na primeira das quais, Okamoto foi campeão do Japão em 2021. Os top 5 não se cingem a provas asiáticas, como se pode ver na NZ Cycle Classic em 2019. Esta consistência torna Hayato Okamoto numa boa aposta para chegadas ao sprint, nomeadamente para lançador, para último homem do comboio.

    6. KYUNG GU JANG – COREIA DO SUL

    Ciclista de 33 anos, Kyung Gu Jang é uma figura dominante da cena do sprint na Coreia do Sul, dominando provas como o Kangjin Memorial Tour. Mas o corredor que atua sobretudo ao serviço da seleção sul coreana não conquista apenas corridas no território doméstico.  No início de 2023, conquistou a Binh Duong TV Cup, no Vietname, levando 3 etapas para casa. Venceu também uma etapa e a classificação da montanha da Volta à Tailândia.

    Campeão de fundo da Coreia do Sul por duas vezes e de contrarrelógio numa ocasião. Tal como Okamoto, Kyung Gu Jang também se destacou na pista, mais concretamente, no “Omnium”. E tal como o japonês, podia ser uma opção para chegadas ao sprint, nomeadamente para lançador ou até mesmo para homem principal, sobretudo num grupo reduzido.

    5. XIANJING LYU – CHINA

    Com 25 anos de idade, Xianjung Lyu corre ao serviço da China Continental Glory, uma formação do escalão continental que visa elevar a qualidade do ciclismo chinês à semelhança da qualidade apresentada pelo país noutras modalidades. É um investimento que se fazia anunciar há já cerca de uma década.

    Xianjing Lyu tem 25 anos. É um corredor jovem que logo aos 20 anos se começa a destacar com vitórias de etapa na Volta ao Fuzhou e na classificação da montanha da Volta ao Hainan. Mas foi aos 21 anos que alcançou o maior triunfo da carreira até hoje, ao ganhar a classificação geral da Volta a China por 1 segundo.

    Lyu passaria por um período menos bom entre 2019 e 2022, com o único alto a ser a conquista do campeonato asiático de Ciclocrosse. Participou no último Campeonato do Mundo de estrada e em 2023 voltou finalmente aos bons resultados com vários top 10 em corridas na Turquia, com destaque para a Volta a Sankarya, na qual fez segundo e ganhou a última etapa numa chegada ao sprint frente a Martin Laas, jovem promissor estónio da Astana Qazaqstan Development Team, que venceria a prova.

    Xianjing Liu podia ser perfeitamente o sprinter desta equipa, sendo que tinha forte concorrência de Hayato Okamoto e Kyung Gu Jang.

    4. JAMBALJAMTS SAINBAYAR – MONGÓLIA

    Jambaljamts Sainbayar tem 26 anos e corre ao serviço da Terengganu Polygon Cycling Team, equipa malaia do escalão Continental. Sainbayar é um ciclista bastante completo, contando com vitórias em contrarrelógios, em chegadas rápidas e até em etapas acidentadas. Atual campeão de contrarrelógio da Mongólia, tem três vitórias na Turquia, duas das quais em 2022.

    Sainbayar tem uma boa ponta final, sendo forte nos sprints em subida e em grupos reduzidos. Conta com vitórias na China, na Tailândia, muito por causa do número reduzido de competições na Mongólia. Em 2023, já fez pódio na Volta à Tailândia (que ganhou em 2021), numa prova por etapas na China e foi quarto no contrarrelógio que abriu a Volta ao Japão na semana passada.

    Jambaljamts Sainbayar é um excelente caça etapas, que podia ser uma boa aposta para fugas em etapas de média montanha ou até mesmo a partir do pelotão.

    3. VADIM PRONSKIY – CAZAQUISTÃO

    Sim, agora é a vez dos ciclistas cazaques. Vadim Pronskiy tem 24 anos e conta já com 4 presenças em grandes voltas, faltando-lhe apenas uma participação no Tour. No Giro que findou no passado domingo, foi presença regular nas fugas, lugar que também ocupou na Vuelta do ano passado. De resto, é um gregário com bom andamento na montanha e competente no que faz.

    Não tem resultados fenomenais, mas curiosamente ganhou a classificação da juventude na Volta à Croácia, na Volta a Guadalupe e na Volta à Áustria, todas em 2019. Não tem vitórias como profissional, mas foi campeão cazaque, tanto de fundo como de contrarrelógio no escalão júnior e ganhou a classificação geral do Valle d’Aosta, em 2018.

    2. YEVGENY FEDOROV – CAZAQUISTÃO

    Com 23 anos, Yevgeny Fedorov é uma das maiores promessas na equipa da Astana, sendo o atual Campeão do Mundo e Sub-23. Fedorov foi campeão nacional aos 21 anos e foi logo no escalão de elites. Marcou na presença na Vuelta de 2022, mas o maior destaque do cazaque vai mesmo para as corridas de um dia, tendo ficado também na 2ª posição da Volta à Lombardia de sub-23.

    É um corredor consistente e um excelente homem para gregário e sobretudo para caça-etapas. Seria um aliado perfeito para o líder desta equipa. Para referência, Fedorov ganhou a 1ª etapa da Volta ao Ruanda, frente a um tal de Biniam Girmay.

    1.ALEXEY LUTSENKO – CAZAQUISTÃO

    Um dos ciclistas mais completos do Mundo, Alexey Lutsenko conta com dois top 10 no Tour (em 2021 e 2022) e com vitórias de etapa na corrida francesa e na Vuelta. É um corredor explosivo, como indicam as vitórias na Corrida do Ártico e na Volta à Sicília, sprintando bem em subidas e com uma boa resistência.

    É um ciclista consistente e completo, o que ajuda muito a ter sucesso no Tour, com Giro e Vuelta mais talhados para trepadores, e em corridas de uma semana. Quando a geral não lhe sorri, é uma aposta certeira para ganhar etapas.

    A equipa da Ásia é uma que teria como principal objetivo ganhar etapas. Com Lutsenko deixavam em aberto a possibilidade de lutar por um bom lugar na classificação geral, mas o mais importante e mais seguro seria ganhar etapas.

    - Advertisement -

    Subscreve!

    Artigos Populares

    Filipe Pereira
    Filipe Pereira
    Licenciado em Ciências da Comunicação na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o Filipe é apaixonado por política e desporto. Completamente cativado por ciclismo e wrestling, não perde a hipótese de acompanhar outras modalidades e de conhecer as histórias menos convencionais. Escreve com acordo ortográfico.