Giro d’Italia #2: Mau tempo, má organização e má corrida

    Após o contrarrelógio que marcou o fim da primeira semana da Volta a Itália, a expetativa para as duas semanas seguintes estava em torno da defesa de Remco Evenepoel no terreno montanhoso, após um contrarrelógio menos bem conseguido. Todavia, ainda antes do primeiro dia de descanso, foi comunicado que Evenepeoel iria abandonar o Giro, depois de ficar infetado com Covid-19.

    A dinâmica da corrida ficou inteiramente alterada com Geraint Thomas a envergar a camisola rosa.  Primoz Roglic seguia a meros 2 segundos e Tao Geoghegan Hart a 5 (João Almeida era 4º a 22 segundos de Thomas). Também Domenico Pozzovivo que estava em boa posição para lutar pelo top 10 e Rigoberto Urán não arrancaram para a segunda semana da competição.

    Para esta 2ª semana, o perfil das etapas e o número reduzido de chances para os sprinters não permitia garantir que as duas primeiras etapas da semana e a 14ª eram para a fuga ou para os sprinters. Tudo dependia dos interesses da INEOS e sobretudo da capacidade de perseguição das equipas dos homens rápidos, algumas das quais muito desfalcadas.

    No que à geral diz respeito, os pontos de interesse estavam na jornada com chegada a Crans-Montana, marcada também pela subida ao Col du Grand Saint Bernard, uma etapa alpina que contava com três subidas muito duras. Todavia, as condições meteorológicas colocavam em causa o formato da etapa, com uma grande polémica a ser desenvolvida em torno do percurso.

    QUEDAS, FUGAS E UM REGRESSO ÀS VITÓRIAS

    A semana começou com uma etapa em que os últimos 70 km eram planos. O mau tempo recebia os ciclistas, como tem sido hábito nesta edição do Giro, tendo mesmo sido colocado em cima da mesa um corte na extensão da jornada, cingindo-se apenas à parte exclusivamente plana do dia.

    Um dia apetecível para os sprinters e sobretudo para quem acreditava na luta pela camisola dos pontos. A 191 km da meta, criava-se a fuga do dia: Alessandro De Marchi tentava novamente a sorte depois de “morrer na praia” com Simon Clarke na semana anterior. Tornava a estar acompanhado por um ciclista da Israel Premier Tech, mas desta vez era pelo canadiano Derek Gee, ciclista que se estreia em grandes voltas e tem sido presença regular nas fugas.

    Não tardou a que Magnus Cort Nielsen e Davide Bais fizessem a ponte para a frente, com o italiano da EOLO-Kometa a aproveitar para reforçar a liderança na classificação da montanha.

    Na frente da corrida, não existiria muita ação até ao fim. Atrás a história era outra. A pouco menos de 100 km para o final, criara-se um grupo intermédio, com Jonathan Milan, Damiano Caruso, Lorenzo Rota e Andrea Pasqualon, potencializando as armas versáteis da equipa.

    Fernando Gaviria, Caruso, Jay Vine, Milan (líder dos pontos, que já tinha pontuado no sprint intermédio), Warren Barguil, todos foram ao chão. Mas o caso mais caricato foi o de Alberto Bettiol que foi deitado ao chão por um membro do staff da Bahrain-Victorious que se atravessou no meio da estrada.

    No que à geral diz respeito, o início da etapa ficara marcado pelo abandono de Aleksandr Vlasov devido a doença não relacionada com Covid. Vine não seria capaz de reentrar no pelotão depois da queda, com o australiano a ficar fora da luta pela classificação geral, perdendo cerca de 10 minutos.

    A Astana, a Trek-Segafredo e a Bahrain bem tentaram perseguir na frente do grupo principal, mas a etapa revelou-se demasiado dura para que as equipas estivessem na força máxima de perseguição, deixando os três da frente (Bais ficou para trás a cerca de 100 km do final) a discutir a etapa entre si.

    Derek Gee tentava surpreender a 1,5 km do fim, mas sem sucesso. O sprint deu uma vitória fácil a Magnus Cort, com o dinamarquês da EF Easy Post a completar o pleno de vitórias de etapa em grandes voltas.

    Novo dia e novas quedas. A etapa 11 foi a mais longa da Volta à Itália deste ano com 219 km de extensão. A COVID-19 continuava a afastar ciclistas com um quarteto da Soudal Quick Step a abandonar a corrida. Todavia, os abandonos não ficariam por aí.

    A fuga foi constituída por um sexteto, mas a margem foi controlada pela Astana, pela Movistar e pela Trek. No sprint intermédio, Milan tornava-se cada vez mais líder na classificação por pontos e Kaden Groves abandonava devido a doença.

    Mas o destaque do dia ocorreu a 68 km do final, quando Alessandro Covi caiu numa descida levando ao chão os três ciclistas que estavam à frente de João Almeida na geral: Geraint Thomas (camisola rosa), Primoz Roglic e Tao Hart ao chão, com este último a ficar mesmo impossibilitado de continuar em prova, devido a uma fratura na anca. Thomas parece ter sido o que melhor saiu da situação, com Primoz Roglic a sofrer também um corte na perna.

    Pavel Sivakov esteve envolvido na mesma queda e acabou por perder bastante tempo. Uma situação que impedia a INEOS de utilizar mais do que uma arma para arrumar com Roglic e Almeida da luta pela geral. Agora, da INEOS, apenas Thymen Arensman e Laurens de Plus  estavam próximos de Thomas e não podiam mais ser lançados ao ataque em etapas montanhosas.

    A 5,3 km do fim, a fuga era anulada, mas o sprint não ocorreu sem percalços. Uma queda no pelotão a 1,6 km afastava Fernando Gaviria da luta pela etapa. Mark Cavendish, Pascal Ackermann e Jonathan Milan estiveram numa grande luta pela vitória, mas o alemão da UAE Team Emirates tirou o doce ao britânico, apesar da recuperação do ciclista da Bahrain nos metros finais, tendo entrado muito mal colocado no sprint.

    A etapa 12 foi mais relaxada para o pelotão. Foi um dia para os fugitivos, com um grupo bastante numeroso na frente: um total de 30 ciclistas. Não havia qualquer dúvida que o interesse da corrida estava na frente. A 95 km do fim da etapa, cinco corredores afastavam-se da frente com discrição: Samuelle Batistella, Nico Denz, Alessandro Tonelli e Sebastian Berwick isolavam-se, com o primeiro destes a ficar para trás, devido a doença, sendo mesmo alcançado pelo pelotão.

    Toms Skujins ataca a 32,4 km da meta, com resposta imediata de Nico Denz, deixando Alessandro Tonelli para trás. Berwick conseguia fechar o pequeno espaço aberto à sua frente. Denz bem sofria, mas sem que os rivais fossem capazes de acelerar e de aproveitar a fraqueza do alemão. Nico Denz ataca a 12 km do fim e apenas Skujins consegue seguir, sendo que mesmo o letão ainda deixou um espaço para o homem da Bora.

    No sprint final, Denz lançou e ganhou. Nenhum ciclista ameaçou sequer passar à frente do alemão. Na geral, apenas uma queda de Jack Haig a 85 km do fim é digna de nota, com o britânico da Bahrain a manter-se em prova.

    CICLISTAS VS ORGANIZAÇÃO: QUEM PERDE SÃO OS FÃS

    A etapa 13 tinha três subidas, terminando numa chegada em alto a Crans-Montana. A subida final era antecedida pelo Col du Grand Saint Bernard e pela Croix de Coeur. Ou pelo menos, era suposto ser assim.

    Há várias semanas que o percurso da etapa estava em vias de ser alterado, devido às condições meteorológicas. Alguns dias antes da etapa, tinha ficado decidido que o Grand Saint Bernard seria apenas parcialmente percorrido.

    Contudo, o mau tempo e queixas dos corredores em relação à segurança levaram a nova alteração, na manhã da partida. A organização chegava a compromisso com os ciclistas em relação aos moldes da corrida: O Col du Grand Saint Bernard era riscado, com a contrapartida de que os ciclistas realizavam as duas últimas subidas, pelo que a etapa passava de 207 km para 74,6 km de extensão, arrancando praticamente no início da Croix de Coeur.

    Então, foi assim que a etapa decorreu: os ciclistas fizeram o arranque neutralizado em Borgofranco d’Ivrea, percorreram 200 metros debaixo de chuva forte para depois embarcarem nos autocarros da respetiva equipa que os levariam até Le Chable, novo local de início da etapa. O início da etapa estava previsto para as 13:30 (hora de Lisboa), mas o atraso de algumas equipas levou a que o arranque fosse apenas meia hora depois.

    “Está a revelar-se um Giro pouco apetecível devido ao mau tempo, mas as circunstâncias são estas. Muitos corredores desistiram por doença e hoje tínhamos que subir mais de 2.000 metros. As medidas têm de ser previstas e tomadas com antecedência, e não criar este circo à última hora.”– Palavras de Luís León Sanchéz, ciclista da Astana, à Eurosport.

    Já Mauro Vegni, Diretor do Giro, salientou a importância da corrida chegar até Roma:

    Claramente, olhando para as condições em redor, elas não são as mais favoráveis. Não é tanto a chuva, mas sim o que de alguma forma as descidas podem implicar, o frio nas mãos. É uma coisa difícil e uma situação especial para este Giro d’Italia. Devemos, de alguma forma, preservar os ciclistas para chegar a Roma” disse Mauro Vegni à comunicação social.

    Vegni acrescentou que o compromisso permitiu manter o “completo caráter desportivo” da Volta à Itália.  A intenção inicial dos ciclistas e das equipas era mesmo que a subida à Crox de Coeur fosse também cortada, devido à existência de gelo no soalho. Aliás, os ciclistas nem queriam cortar a primeira subida de acordo. Foi o que Adam Hansen, Presidente da Associação Profissional de Ciclistas (CPA), confirmou no Twitter.

    “É verdade, os ciclistas queriam começar na partida original, fazendo percurso completo e perder Croix De Coeur, pois aquele era o momento de chuva combinada com as temperaturas mais frias, no momento da votação. Foi-nos dito para não decidirmos na manhã da corrida, por isso a decisão foi tomada na véspera. Se não podemos decidir de manhã e devemos fazê-lo no dia anterior, devemos decidir com base no tempo do dia anterior. Pouco antes da partida, veio a contraproposta. A maioria aceitou, mas não foi a ideia original deles. Foi ideia da RCS para esta jornada. Os pilotos queriam o percurso completo menos Croix De Coeur com base no clima no momento da votação”- pode ler-se na publicação.

    Se esta explicação pareceu confusa, é porque efetivamente, a situação é bastante confusa. Muitos fãs acusaram os ciclistas de falta de vontade de correr, outros defenderam que acima de tudo, estes atletas são humanos.

    Seja como for, é condenável a falta de antecedência nas soluções procuradas pela organização, deixando que o Giro d’Italia faça uma alteração drástica no percurso de uma etapa decisiva, no dia da própria jornada. Poucas corridas profissionais deixam que situações como esta aconteçam. Em relação à postura dos ciclistas, é perfeitamente compreensível, ainda que prejudique o espetáculo e possa de facto menorizar o pelotão atual em relação a figuras de outros tempos na modalidade. Mas a verdade, é que o desporto evolui e a segurança tem de ser a prioridade.

    VONTADE DE GANHAR, MAS POUCA

    A etapa em si não foi propriamente uma luta do outro Mundo pela geral. Aliás, houve muito pouco disso em toda a semana. A luta para integrar a fuga no início da etapa foi muito intensa com Thibaut Pinot, Hugh Carthy e Derek Gee, entre muitos outros a tentarem a sorte. O ataque de Pinot também permitia ao francês aproximar-se de Davide Bais na classificação da montanha. Á base do Crans-Montana chegavam Pinot, Gee, Jefferson Cepeda e Einer Rubio

    Na subida final, Pinot lançou-se ao ataque a cerca de 11 km, primeiro apenas Jefferson Cepeda respondeu, com Einer Rubio a dar um esticão pouco depois para recolar ao duo. Derek Gee ficava para trás. O homem da Groupama FDJ tornava a atacar, mas os dois sul americanos recolavam na frente.

    A vantagem de 3 minutos para o grupo do camisola rosa não diminuía. A INEOS liderava um pelotão lento, não aproveitando uma fuga que não se entendia, mas que era a única coisa que entretinha na etapa. Gee atacava, mas Pinot não falhava e chegava-se à frente.

    O francês atacou, atacou, foi atacado por Cepeda e voltou a atacar, sendo que tanto o equatoriano da EF como o líder da Groupama fizeram variações de ritmo ao longo da subida, ao invés de Einer Rubio, com o colombiano a manter um ritmo consistente que lhe permitiu arrancar nos metros finais para levar a etapa para casa, confirmando a excelente temporada que tem vindo a fazer.

    Já Pinot ficava em segundo, mas admitia que ficou feliz por Cepeda não ter ganho, uma vez que os dois vinham “pegados” durante quase toda a subida. Isto porque o francês era quem mais passava na frente do grupo, com Jefferson Cepeda a afirmar que não o fazia, uma vez que Pinot ameaçava a posição de Carthy na geral.

    Lorenzo Fortunato e Hugh Carthy tinham atacado no pelotão, com o britânico da EF a conseguir ganhar 6 segundos aos favoritos e o italiano da EOLO a ficar para trás. No pelotão, Thomas lançava-se ao sprint, com João Almeida e Primoz Roglic na resposta imediata, alcançando Eddie Dunbar que atacara nos metros finais.

    A 14ª etapa foi mais um dia para a fuga, com 29 corredores a integrarem o grupo. Davide Bais recuperava a liderança da montanha, depois de perder a “Azzura” para Pinot, no dia anterior. De resto, só nos últimos 60 km é que a etapa trouxe alguma emoção, com Laurenz Rex a atacar numa descida, levando Davide Ballerini, Toms Skujins e Stefano Oldani na roda.

    Ao princípio, o grupo perseguidor estava coordenado, mas parecia incapaz de ganhar tempo à frente da corrida, com o quarteto a levar cerca de um minuto de vantagem. Os últimos 15 km acabaram por ser decisivos, com a criação de um corte no grupo perseguidor criado por um ataque de Derek Gee a 12 km do fim.

    Na frente, iam-se desentendendo, permitindo a um grupo de cinco corredores chegar-se à frente. Oldani atacava no último quilómetro, mas o grupo era alcançado a 300 metros para o fim com Alberto Bettiol a lançar-se ao sprint, mas revelou-se um ataque demasiado madrugador, com Nico Denz a sair para  conquistar a sua segunda vitória neste Giro.

    E foi um dia em que houve novo camisola rosa! Isto porque Bruno Armirail entrou na fuga, estando a 18 minutos e 37 segundos do primeiro lugar. Mas um dia de grande passividade da INEOS deu a margem que o francês da Groupama precisava para chegar à liderança da geral. Uma decisão estratégica da INEOS para não ter de controlar a corrida nas etapas 15 e 16.

    Último dia antes do segundo dia de descanso, e foi dia de nova vitória para a fuga. Uma etapa com quatro subidas frequentemente utilizadas no último Monumento do ano levou a que a jornada recebesse o cognome de “Mini-Volta à Lombardia”. Pouco menos de 20 ciclistas iam para a fuga num dia que ficou, desde logo, pelas lutas entre Ben Healy e Einer Rubio pelos pontos da montanha.

    Na última subida categorizada do dia, a Roncola Alta, Marco Frigo, da Israel Premier Tech lançou-se ao ataque com Brandon McNulty, colega de João Almeida, a apanhar a roda do italiano. Ben Healy e Rubio ficavam intermédios, mas o irlandês ia chegar-se à frente.

    Aliás, Ben Healy ia surpreender o duo e atacar, deixando ambos para trás, mas sem que lhe perdessem o encalço, sobretudo Brandon McNulty que apanhava o irlandês na descida. Frigo recolaria aos dois. Antes da última dificuldade, tanto McNulty como Frigo atacaram no plano para desgastar Healy, mas quando a estrada voltou a subir, Healy lançou um ataque monstruoso, levando apenas o norte-americano na roda e Frigo parecia estar de fora.

    Mas o italiano da equipa israelita não desistiu e chegou já dentro do quilómetro final à frente da corrida, momento em que se lança ao sprint. Ben Healy ainda deixa abrir um espaço mas parecia ter tudo controlado, até que McNulty sai da roda do homem da EF para levar o seu primeiro triunfo em grandes voltas.

    No pelotão, finalmente houve ação! E a iniciativa partiu de Primoz Roglic que atacou a 3,6 km do fim, com resposta imediata de Geraint Thomas, mas quem seguia na roda do esloveno? Nada mais, nada menos do que João Almeida, que iria lançar o seu próprio ataque em seguida. Acabou por não existir diferenças entre os principais homens da geral, mas finalmente houve uma demonstração de força por parte de dois homens da geral.

    Bruno Armirail perdeu tempo, mas foi capaz de manter a rosa.

    A ÚLTIMA SEMANA

    A última semana deste Giro conta com quatro etapas decisivas para a geral: esta terça-feira, logo a seguir ao descanso, chega o fim no alto do Monte Bondone. O dia a seguir é todo plano e deve ser disputado pelos sprinters.  A etapa 18 encaixa perfeitamente no perfil de Primoz Roglic, com uma subida de 2,3 km a concluir a etapa. No antepenúltimo dia, nova chegada em alto com 5 subidas categorizadas nos últimos 100 quilómetros, a última das quais é de categoria especial.

    No sábado, penúltimo dia, contrarrelógio com subida ao Monte Lussari, 7,8 km a 11,2% de pendente média.  É o momento antecipado por muitos como sendo o decisor do vencedor da edição de 2023 do Giro e será a última hipótese para inverter resultados. Para fechar, uma etapa de consagração em Roma que se deverá disputar ao sprint.

    MAGLIA ROSA

    João Almeida deu sinais de força na última etapa desta segunda semana, assim como Primoz Roglic que parece estar bem depois das cerca de 3 quedas que teve nesta edição do Giro. Thomas parece estar bem e a etapa de domingo confirmou que Bruno Armirail é apenas um camisola rosa estagiário, à espera que um dos verdadeiros candidatos chegue ao prémio.

    Destaque também para Eddie Dunbar que está a um nível fantástico. O ciclista da Jayco foi mesmo capaz de responder ao ataque de Roglic e já mostrou que não está contente com o 7º lugar que ocupa. Também será interessante ver se Andreas Leknessund consegue alcançar o top 10. Damiano Caruso e Leonard Kämna são igualmente dois nomes a ter em conta para a luta pelo pódio.

    MAGLIA CICLAMINO

    A camisola dos pontos está muito bem encaminhada para Jonathan Milan, com o italiano a ser uma das revelações do Giro. Curiosamente, o segundo classificado é Derek Gee. Isto acontece porque ao marcar presença nas fugas, o canadiano marca mais pontos nos intermédios e, muitas vezes, nas chegadas do que o atual líder da classificação. Para Gee, a prioridade passa por ganhar uma etapa, mas até o próprio admitiu que se Milan não terminar o Giro, a conversa pode mudar. Derek Gee tem 112 pontos contra os 164 de Jonathan Milan e contra os 88 de Pascal Ackermann

    MAGLIA AZZURRA

    Davide Bais está a fazer um Giro fantástico, tal como a totalidade da EOLO-Kometa, tendo já uma vitória de etapa e a liderança na classificação da montanha. Uma classificação que deve ser disputada por 4 ciclistas: Bais, Pinot, Rubio e Healy. O italiano leva 142 pontos, o colombiano 116, o francês 114 e o irlandês 108. O posicionamento de Rubio e de Pinot na geral (sobretudo deste último) pode impedir que integrem a fuga desta terça-feira, arriscando-se a perder pontos muito importantes. Já Bais e Healy têm mais liberdade, em princípio.

    MAGLIA BLANCA

    João Almeida pode conseguir o que não conseguiu no ano passado, por causa da COVID-19 e conquistar a classificação da juventude do Giro. O seu maior rival até está próximo, com Andreas Leknessund a encontrar-se apenas 20 segundos do português. De resto Thymen Arensman já está a mais de 2 minutos e vai trabalhar para Geraint Thomas. Depois já vem Einer Rubio com a cabeça, em princípio, mais na camisola da montanha.

    Assim, o português entra na última semana do Giro a 22 segundos do primeiro lugar e a caminho de se tornar no segundo português de sempre a ganhar uma classificação secundária numa grande volta, depois de Ruben Guerreiro que ganhou a montanha em 2020.

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    Filipe Pereira
    Filipe Pereira
    Licenciado em Ciências da Comunicação na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o Filipe é apaixonado por política e desporto. Completamente cativado por ciclismo e wrestling, não perde a hipótese de acompanhar outras modalidades e de conhecer as histórias menos convencionais. Escreve com acordo ortográfico.