A LUTA PELA CAMISOLA ROSA É “AGORA”!
Para além do pódio virtual, não há como descurar outras cartas bastante válidas na luta pelo Giro d’Italia. No lote dos dez primeiros, observamos nomes que, em condições normais lutariam para assegurar posições próximas das quais já se encontram. Mas, à entrada para a última semana, é preciso compreender que as diferenças são escassas comparativamente a edições anteriores.
#Giro, GC (Stage 14/21) | TOP10 pic.twitter.com/RBMuz3sWJN
— ammattipyöräily (@ammattipyoraily) May 21, 2022
Isto explica-se pela forma como a corrida tem sido feita, e também pelo equilíbrio de forças entre os líderes que resistem ou que, por questões adversas, não foram obrigados a abandonar. O trajeto brutal em termos montanhosos que falta ultrapassar beneficia psicologicamente aqueles que, até ao momento, se demonstraram mais fortes: o resto, serão as pernas a decidir. A regularidade será chave, estando o primeiro teste para os homens da geral marcado para esta terça-feira… e que teste.
Already taking a quick look at Stage 16. 202 km and 5,250 vertical meters. Santa Cristina ascent makes its first appearance in 28 years. Legendary Aprica stage in 1994 Giro d’Italia, when Marco Pantani dropped Miguel Indurain on Santa Cristina and climbed it 3:19 faster. #Giro pic.twitter.com/MeciWCdtUM
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O futuro vencedor do Giro está neste lote: Hindley, que nem tem sido o melhor exemplo em termos de consistência na sua curta carreira, dá mostras de potência, ao passo que Carapaz será talvez a aposta mais sólida. Sobram João Almeida, a dupla da Bahrain-Victorius, Mikel Landa e Pello Bilbao, e ainda, para os mais desconfiados, Nibali, Domenico Pozzovivo (Intermaché-Wanty-Gobert Matériaux) e o plano B da BORA-hansgrohe: Emanuel Buchmann.
O Duro das Caldas é mesmo a maior ameaça ao duo da frente na luta pela rosa. Com a camisola branca encaminhada, João Almeida joga com o contrarrelógio final a seu favor e o facto de, apesar de ter passado dificuldades, rejeitando mudanças bruscas de velocidade nos momentos mais tensos, ter conseguido controlar as perdas de forma exímia. As difíceis montanhas italianas vão dar a resposta à pergunta que tanto se faz, ou quer fazer: João Almeida vai conseguir fazer uma terceira semana como em 2021? Se for o caso, a rosa é mais do que possível, sendo, de longe, a maior ameaça para Carapaz e Hindley.
💬 @JooAlmeida98 after the Stage 15 of the #Giro : “I think everyone was a bit tired from yesterday, but it was a good day out there. We wanted to accelerate on the second climb as I was feeling quite good. We have a long, hard final week.”#UAETeamEmirates #WeAreUAE pic.twitter.com/wrVnpwMj9o
— @UAE-TeamEmirates (@TeamEmiratesUAE) May 22, 2022
Sobram também Landa e Bilbao, duas ameaças bastante válidas e que representam também o maior perigo – a par de Nibali -, para João Almeida e o seu objetivo de finalizar no pódio. Observando os perfis das etapas dos próximos dias, a corrida pode ser feita por inúmeros universos táticos, sendo que Carapaz, apesar de forte, não aparenta estar superior em termos físicos e com um bloco tão coeso, ao passo que Hindley precisa de provar a sua regularidade, e tem equipa para o ajudar, assim como a Bahrain-Victorius em auxílio do seu líder Landa. João Almeida e Nibali, por outro lado, provavelmente vão estar entregues aos lobos, precisando de fazer a sua corrida e aproveitar qualquer nuance que os favoreça.