A PRIMEIRA LUTA DE GALOS
Nove etapas depois, a situação sobre a luta pela camisola de líder do Giro d´Italia é mais clara. O Top Dez contempla os ciclistas mais regulares até ao momento, ainda que Juan Pedro López, a grande surpresa e aposta da Trek-Segafredo para a geral (também pela incapacidade de Giulio Ciccone), se mantenha à frente. No entanto, com tendência para cair das primeiras posições.
Em termos de diferenças, não existe pano para mangas no que toca a uma reflexão profunda: Romain Bardet e Richard Carapaz estão fortes, ao passo que Jai Hindley pode estar perto de voltar a demonstrar-se ao nível que esteve no Giro 2020. Se mantiver a forma, o australiano será uma grande dor de cabeça, não só para Bardet e Carapaz, mas também para João Almeida.
O português não esteve ao seu melhor nível, mas salvou o dia, o que certamente vai continuar a gerar alguma preocupação nos adversários. O pico de desempenho do líder da UAE Team-Emirates parece estar igualmente concentrado na reta final do Giro (à imagem de 2021), já que a exibição no contrarrelógio e no Blockhaus foi contida. Existe espaço para crescer na segunda e terceira semana e, talvez mais importante, a classificação atual permite ao caldense ambicionar talvez mais do que o pódio.
#Giro
João Almeida:”Sofri muito, mas consegui salvar a situação. Estou feliz por conseguir terminar com o grupo da frente. Estava no limite, mas olhei à volta e vi que todos estavam com dificuldades. Hoje foi uma grande corrida.https://t.co/zmnWG7gPMC pic.twitter.com/kgUb9lP0PL— Helena Dias (@helenadias_) May 15, 2022
Para além da situação em que o luso se encontra, as próprias circunstâncias de corrida já se encarregaram de eliminar vários dos principais rivais à partida: Miguel Angel López (lesão + abandono), Simon Yates (queda) e Wilco Kelderman (incapacidade) não contam para a geral, o que abre possibilidades para todos. Estamos a falar de uma tripla de corredores que, pela sua qualidade, alvejavam, no mínimo, um lugar no pódio. Sem eles, a missão pode estar mais facilitada, no entanto, ainda existem muitos corredores e vários coletivos que podem ameaçar João Almeida.
A Bahrain-Victorius de Mikel Landa e a BORA-hansgrohe de Jai Hindley apresentam blocos assustadores, ao passo que a Ineos Grenadiers de Richard Carapaz não fica atrás. Neste aspeto, talvez João Almeida e Romain Bardet estejam mais desprotegidos, assim como Guillaume Martin, Domenico Pozzovivo ou o próprio Alejandro Valverde estejam remetidos a ambições mais modestas também pela falta de apoio coletivo.
#Hindley è il re del Blockhaus!
Volata da pazzi con #Bardet e 3Carapaz nel primo tappone di questa edizione del Giro.
Guarda la sintesi della tappa 👉🇮🇹 https://t.co/yDibVN1tdf#giro pic.twitter.com/3Ao9jnkboC
— GCN Italia (@gcnItalia) May 15, 2022
Seguem-se várias etapas de transição antes das grandes decisões na geral. As montanhas do norte de Itália esperam os favoritos, assim como os corredores apostados em vencer a classificação da montanha: de momento, Diego Rosa da EOLO-Kometa é o líder, com 83 pontos. Em termos coletivos, a equipa mais compacta tem sido a BORA-hansgrohe, que lidera com três minutos e 21 segundos de vantagem sobre a Bahrain-Victorius.