Estamos a chegar à altura de todas as decisões nesta edição do Giro de Itália, com o português João Almeida a partir para a última semana com a camisola rosa, depois de ter conseguido superar as etapas de montanha e o contrarrelógio. Na 15.ª etapa, o caldense conseguiu manter alguma vantagem, que já dispunha, para o segundo classificado, mas foi encurtada para 15 segundos. Restam mais seis etapas, com três de alta montanha, uma de média montanha, uma plana e um contrarrelógio individual a fechar a competição.
No apanhado da segunda semana, tivemos uma etapa de média montanha a abrir, com uma vitória espetacular de Peter Sagan. O eslovaco acabou com um jejum de mais de um ano sem ganhar. Com a orografia da etapa a incentivar as equipas a irem para a fuga, acabou por ser constituído um grupo na frente. Do grupo dos fugitivos destacavam-se Peter Sagan e Ben Swift, com o eslovaco a desfazer-se do homem da Ineos Grenadiers, passados alguns quilómetros.
Pello Bilbao atacava no pelotão, e seguia à procura de Sagan. No entanto, a tentativa do espanhol acabou por fracassar e foi alcançado mais à frente. O homem da Bora-Hansgrohe lançou-se na descida e não foi mais alcançado, chegando com 19 segundos de vantagem para o primeiro corredor do pelotão, Brandon Mcnulty, e a 23 segundos de João Almeida, que fez terceiro na etapa e ganhou bonificações preciosas.
Antes do início da etapa 10, soube-se de casos de Coronavírus no pelotão, com elementos da equipa Jumbo-Visma e Mitchelton Scott a testarem positivo. Ambas as equipas abandonaram a prova. Michael Matthews, ciclista da Sunweb, também abandonou pelas mesmas razões. Lawson Craddock (EF Pro Cycling) não partiu, enquanto que Ramon Sinkeldam (Groupama-FDJ) abandonou no decorrer da etapa.
A Covid-19 chegou de vez ao Giro d’Italia. Depois do positivo de Simon Yates na sexta-feira, mais quatro funcionários da equipe dele também foram diagnosticados com a doença. A Mitchelton-Scott se retirou da prova. E não para por aí. #ciclismonaESPN
— Renan do Couto (@renandocouto) October 13, 2020
Na etapa 11, a chegada teve o protagonista de outros dias, o francês Arnaud Démare, que está imparável nesta Volta à Itália, e prova disso são as suas quatro vitórias. A etapa teve uma fuga com cinco unidades, mas nunca lhes foi concedido muito tempo de vantagem. A Groupama-FDJ controlou a distância e acelerou quando teve de o fazer. No final, o lançamento para Démare foi bem medido, não dando hipóteses à concorrência, Sagan fez segundo lugar, mais uma vez, enquanto que Hodeg, da Deceuninck-Quick Step, acabou no terceiro posto. João Almeida seguiu de rosa, após um dia calmo para a classificação geral.
No dia seguinte, foi novamente a fuga a vingar. Um grupo bastante numeroso decidiu sair, desde cedo, do pelotão, e acabaram por ganhar vantagem suficiente até ao final. A fuga ganhou mais de 12 minutos e tudo parecia bem encaminhado, não fosse o trabalho da NTT no pelotão, na tentativa de reduzir o tempo. A fuga começou a perder algum tempo, e os ataques sucederam-se na frente, com Simon Clarke a ganhar distância para os seus colegas de fuga.
Jonathan Narváez (Ineos Grenadiers) e Mark Padun (Bahrain-Mclaren) partiram em busca de Clarke, acabando por ultrapassá-lo. Na descida final, Padun furou e “deixou” a vitória ficar para o equatoriano Narváez, que acelerou até à meta. O ucraniano Padun ainda chegou em segundo lugar, mas já a 1m08s. Simon Clarke fez terceiro, a 6m50s. O primeiro homem do pelotão foi Brandon Mcnulty, a 8m25s.
Pozzovivo ainda atacou no último quilómetro, mas teve resposta imediata do camisola rosa João Almeida e de Ruben Guerreiro que liderava a classificação de melhor trepador. No final, todas as tentativas de fazer diferenças de tempo, na geral, foram fracassadas. Alexander Cataford (Israel Start-Up Nation) abandonou no decorrer da tirada.
Chegava a etapa 13, que, com duas colinas duras no final da tirada, que retirava os homens mais rápidos da luta pela vitória. Quem aproveitou foi Diego Ulissi, que acabou por bisar nesta edição do Giro. A fuga do dia foi alcançada nas últimas dificuldades da etapa, com o trabalho excecional da Bora-Hansgrohe. Os puros sprinters começavam a ficar para trás, e o grupo passava a ficar cada vez mais reduzido. Peter Sagan e Ben Swift também não conseguiram seguir na frente, e os ataques começaram a aparecer por intermédio de Diego Ulissi e Tao Hart.
O grupo que chegou à entrada do último quilómetro era constituído, essencialmente, por corredores da geral. No final, a discussão foi até ao último centímetro, entre João Almeida, Ulissi e Patrick Konrad, com o italiano da Emirates a levar a melhor no sprint final. O líder da maglia rosa bonificou e aumentou a vantagem para os restantes.
📝Report: @DiegoUlissi sprints home to claim another win in Monselice. #Giro 🇮🇹
Ulissi: ”We did a great job on the final climb to break away from the sprinters and arrive in a small group.”
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— @UAE-TeamEmirates (@TeamUAEAbuDhabi) October 16, 2020