La Vuelta #2: Abanou, mas não caiu

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Terminou mais uma semana da Vuelta 2022 e (infelizmente) estamos a apenas seis etapas de dar por terminada mais uma temporada no que a Grandes Voltas diz respeito. Nos últimos sete dias, Remco Evenepoel (Quick-Step Alpha Vinyl Team) começou por ganhar o contrarrelógio

Depois de ter evidenciado a sua grande forma e de se distanciar na liderança da Vuelta ao cabo das primeiras nove etapas, mas ainda haviam muitas questões em cima da mesa. Será que Evenepoel aguenta três semanas ao mais alto nível? Quando será o seu “dia mau”? Os seus rivais vão estar à altura quando regressar a montanha? E, afinal, quem é o líder da Emirates?

As respostas começaram a construir-se na estrada e o belga da Quick-Step entrava para o contrarrelógio de quase 31 quilómetros como o principal favorito… e confirmou-o. Ganhou 48 segundos a Primoz Roglic (Jumbo-Visma), colocou a diferença em quase três minutos e foi o primeiro a conseguir destroná-lo num “crono” em Espanha. Destaque também para o grande esforço realizado por Miguel Ángel López (Astana Qazaqstan Team) que dobrou o vencedor do Giro, Jai Hindley (BORA – hansgrohe) e ficou bastante perto de João Almeida, que teve um pequeno incidente na parte final.

A Vuelta continuava pelo sul de Espanha e o dia seguinte guardou-nos uma inédita chegada a Cabo de Gata. Perspetivava-se uma chegada ao sprint, em pelotão compacto. E assim foi. O pelotão ficou compacto a 26 quilómetros da meta e, na chegada, Kaden Groves (Team BikeExchange – Jayco) não perdoou e bateu toda a concorrência, vencendo pela primeira vez numa Grande Volta. Ainda assim, as principais diferenças na geral aconteceram antes da tirada: Simon Yates (Team BikeExchange – Jayco) e Pavel Sivakov (INEOS Grenadiers) testaram positivo à Covid-19 e abandonaram a prova, juntamente com Julian Alaphilippe (Quick-Step Alpha Vinyl Team), que abandonou devido a queda.

O dia seguinte guardava-nos mais uma chegada em alto, desta feita a Peñas Blancas. Sem grandes dificuldades até à subida final, a corrida esteve praticamente tranquila até ao início do “muro” com quase 20 quilómetros e média de inclinação de 6,3%. Se, até aqui, Remco Evenepoel se tinha mostrado irrepreensível em todas as vezes que o terreno empinou, a etapa 12 manteve a regra e não foi a exceção. O belga caiu a 51 quilómetros da chegada, manteve-se tranquilo e chegou juntamente com os principais rivais. Lá na frente, Richard Carapaz (INEOS Grenadiers) jogou com o seu orgulho e venceu a etapa, tornando-se no primeiro colombiano a ganhar na Vuelta.

A fechar a semana, nova etapa para os sprinters. Montilla foi outra das cidades que se estrearam a receber chegadas da Vuelta. E não desiludiu. Em plena Andaluzia, Mads Pedersen cimentou a camisola verde, após responder com pompa e circunstância ao ataque de Pascal Ackermann (UAE Team Emirates).

Já durante o fim de semana, Sierra de La Pandera acolheu nova chegada em alto da Vuelta, desta feita quase a 2 mil metros de altitude. A vitória voltou a pender para a fuga, com Richard Carapaz a mostrar, novamente, o porquê de ser um dos melhores trepadores do mundo. Na luta pela geral, Primoz Roglic atacou a menos de quatro quilómetros da chegada e deixou, pela primeira vez nesta edição, Remco Evenepoel em dificuldades. Só Miguel Ángel López foi capaz de acompanhar o esloveno e ambos ganharam 48 segundos ao líder, mais bonificações. Juan Ayuso (UAE Team Emirates) teve de trocar de bicicleta dentro dos três quilómetros finais e também perdeu tempo. Por sua vez, o seu companheiro de equipa, João Almeida, mostrou-se pela primeira vez em grande nível e terminou a etapa na quarta posição, subindo um lugar na geral por troca com Wilco Keldermann (BORA – hansgrohe).

A terminar a semana, o pelotão entrou na Sierra Nevada e nas altitudes acima dos 2.500 metros. O Alto Hoya de la Mora acolheu a chegada, no topo de uma subida categorizada como “Especial”. A corrida foi, novamente, divida em dois: a fuga discutiu a vitória da etapa – Thymen Arensman (Team DSM) venceu nesta condição – e os homens da geral protagonizaram outra luta, a de tentar ganhar tempo a Evenepoel. Enric Mas (Movistar Team) e Miguel Ángel López foram os primeiros a atacar e já no último quilómetro foi a vez de Roglic. O belga voltou a tremer (pouco), mas manteve a vermelha com pouco mais de minuto e meio de vantagem.

E assim termina a segunda semana da Vuelta, numa altura em que vamos entrar na reta final da última Grande Volta da temporada. Ao longo destes seis dias, Carapaz conseguiu vencer em duas ocasiões, Pedersen e Jay Vine (Alpecin-Deceuninck) garantiram praticamente a conquista das suas camisolas e López exibiu-se a grande nível, mas a principal foi, como não podia deixar de ser, Remco Evenepoel. O belga começou a semana a ganhar e, apesar de ter terminado a perder tempo, aumentou a vantagem que trazia para o segundo dia de descanso. As dúvidas ficaram esclarecidas e as perguntas com resposta… ou talvez não. Conseguirá o campeão da Bélgica aguentar três semanas? Dentro de seis dias – ou antes – saberemos.

Foto de Capa: La Vuelta

Tiago Alexandre
Tiago Alexandrehttp://www.bolanarede.pt
O Tiago nasceu em Abrantes e, atualmente, estuda em Portalegre, cidade para onde partiu em busca do seu sonho no meio do Jornalismo. Está ligado ao Desporto desde sempre e gosta de rebater as suas opiniões até à última. O Ciclismo e o Futebol - não o 'jogo da bola' - são as suas paixões, sem nunca descurar o Hóquei em Patins, o Futsal e o brilhante mundo dos Esports.

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