Uma volta pelo Tour de França

    O PERCURSO

    Tal como acontece em várias edições na Volta a França, o arranque da prova será feito fora do país, mais em concreto em Düsseldorf na Alemanha, onde teremos o primeiro contra-relógio da prova, com uma extensão de 14km.

    Fazendo uma análise ao percurso deste ano, constata-se a reduzida quilometragem neste tipo de esforço, tendo no total apenas 37km,o que não é muito normal no Tour de France, este é um detalhe a ter em conta, porque vai fazer com que os atletas que supostamente tem boas prestações nesta categoria e subam bem, tenham de estar no seu melhor nível nas etapas de montanha. Poderá ser este factor uma ajuda aos franceses Badret e Pinot? Que tem lacunas ao nível do contra-relógio mas que conseguem normalmente acompanhar os melhores na montanha? Até mesmo Pierre Rolland um puro trepador poderá almejar o pódio. A verdade é que este perfil de percurso favorece mais os ciclistas vocacionados para as montanhas e menos para os contra-relógios.

    Falando agora de etapas de alta montanha, este Tour conta com etapas de pura montanha, e pelos perfis parecem ser etapas que nos vão proporcionar um belo espectáculo, quer pelas características específicas das subidas quer pelas belas paisagens que nos vão proporcionar. Teremos chegadas a terminar em descidas, outras em alto, e a primeira chegada ao alto que os ciclistas terão que enfrentar, acontece à quinta etapa e será na chegada a La Planche des Belles Filles, um habituê no Tour, e que servirá para vermos quem está com fibra de campeão. Uma subida que continua a aparecer no mapa do Tour e conta com uma extensão de praticamente 6km a 8.5% de inclinação média.

    Na 8ª etapa, chegada a Rousses, que tem uma contagem de 1ª categoria a 23km da meta, na ascensão a Monteé de la Combe a ser a grande atração desta etapa, será esta contagem suficiente para fazer diferenças? Finda a subida os ciclistas tem 10km praticamente sem dificuldades, o que fará com que os ciclistas que ficarem para trás não tenham grande margem de recuperação.

    Logo de seguida teremos uma das etapas rainhas deste Tour, a chegada a Chambery, que marca também a primeira incursão nos Alpes.

    Uma etapa com nada menos que 3 contagens especiais de montanha e que ao invés de culminar num final ao alto, termina a descer. A última contagem especial, a subida ao Mont du Chat, se for atacada como na edição deste ano do Dauphiné trará com certeza espectáculo aos fãs do ciclismo.

    Passando para os Pirinéus, chega-nos a etapa de Peyragudes, que pela sequência de montanhas na metade final da etapa, fará com que o pelotão chegue desfragmentado. Aqui os candidatos terão que estar no seu melhor, sobe pena de poderem aqui perder muito tempo para o líder.

    A Tour de France terá menos quilómetros, mas será bem disputada Fonte: Tour de France
    A Tour de France terá menos quilómetros, mas será bem disputada
    Fonte: Tour de France

    A etapa de Foix, terá obrigatoriamente que estar na agenda de quem queira ver espetáculo na estrada, com uma extensão de 101km e 3 contagens de primeira categoria, será uma etapa verdadeiramente explosiva e com condimentos para que seja das melhores etapas deste Tour, os ciclistas sem grandes margens de recuperação não se podem dar ao luxo de deixar ir embora fugitivos que tenham interesse na geral, porque a extensão da etapa não permite que haja recuperações.

    Na segunda incursão nos Alpes, a chegada a Serre Chevalier, poderá ser o inicio do fim para alguns favoritos, isto porque com 2 contagens de categoria especial o Col de la Croix Fer e o fantástico Col du Galibier podem fazer mais uma vez diferenças significativas, e quem não estiver bem aqui poderá perder o comboio da geral.

    A última oportunidade para quem estiver com atrasos na geral será a chegada ao Col D´Isoard, esta subida por norma é feita como uma subida de passagem e este ano será uma chegada, sendo uma agradável novidade para este percurso.

    A nível de alta montanha estas serão as etapas deste ano e onde sairá o vencedor do Tour deste, os Pirinéus poderão ser palco das decisões na geral e/ou acontecer algumas diferenças importantes mas atenção que nos Alpes é que sairá a decisão final e consequentemente sair daqui o vencedor deste Tour

    Sobre a geral há no entanto o contra-relógio em Marselha, que terá 22km e que poderá também definir alguns lugares da geral.

    Sobre as etapas planas, onde teremos os melhores sprinters do mundo,não há muito a destacar, mas incluiria na minha lista de melhores chegadas a mítica chegada a Paris, claro, a chegada a Liége logo na segunda etapa, e também a 3ª etapa já em solo francês a chegada a Longwy, que com um final com uma certa inclinação será chegada para um puncher.

    Resumindo, é um percurso que peca talvez pela falta de quilómetros no contra-relógio mas que ganha claramente nas etapas de alta montanha, e a novidade da etapa de Foix, com uma quilometragem reduzida mas com muita dureza é um aspecto bastante positivo.

    Sendo que serão os ciclistas que vão fazer as etapas duras ou não,cabe a eles estarem a altura do espectáculo, pois na cabeças dos fãs da modalidade está marcado o Tour do ano passado que não trouxe grande espectáculo.

     Artigo de opinião de Nuno Raimundo e Tiago Silva Ferreira

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