A edição deste ano apresenta maiores dificuldades do que as que esta prova tem apresentado habitualmente. Teremos três etapas dedicadas à alta montanha e, numa delas, iremos regressar ao mítico Rettenbachferner, pelo segundo ano consecutivo. Este local é conhecido por ser uma das subidas mais difíceis presentes em toda a Europa – no ano passado, Dumoulin perdeu aí a liderança, por exemplo.
Além disto, o habitual contrarrelógio mais longo, com cerca de 30 a 40 kms, foi “substituído” por um mais curto, de 16,8 kms (não esquecer a existência, também do prólogo, logo a abrir esta corrida, e que poderá meter Fabian Cancellara, por uma última vez, na liderança de uma prova disputada no seu país). Após o tal prólogo, teremos três etapas dedicadas aos “sprinters” e “puncheurs”, sendo que poderemos ter uma fuga a vingar num desses três dias. Acabadas essas “veleidades”, estará na altura de termos direito a puro espetáculo nas montanhas suíças.
Muito desse espetáculo será protagonizado, possivelmente, por “estrelas” como Tejay Van Garderen (esta edição tem o percurso ideal para as suas caraterísticas, sendo que o próprio ciclista até agradecia mais se os contrarrelógios fossem bem mais longos), Geraint Thomas (esteve muito perto de vencer a prova em 2015. Tentará dar bom seguimento a isso e ao facto de ter uma boa equipa consigo, o que voltou a dar alegrias à Sky), Simon Spilak (o último vencedor desta volta e mais outro que beneficiará de um percurso desta maneira), Ion Izaguirre (tem feito uma temporada bastante regular, com boas exibições em boas provas, e é um ciclista capaz de fazer excelentes CRs), Mathias Frank, Warren Barguil, Andrew Talansky, a grande dupla da LottoNL-Jumbo, Wilco Kerderman e Robert Gesink, Miguel Angel Lopez, que fez um excelente 7.º lugar em 2015 (isto para um ciclista com apenas 22 anos), Kanstantin Siutsou (vem de um excelente top’10 na Volta a Itália), Franck Schleck, Jean-Christophe Peraud, ou homens já também veteranos nisto tudo: Michele Scarponi, o mais fiel escudeiro de Vincenzo Nibali na sua conquista do Giro deste ano, e Samuel Sanchez (mais um ciclista a poder tirar benefícios da forma como as etapas foram traçadas).