Ainda falta quase um ano, mas há um jogo de cricket agendado para junho de 2019 que já está nas bocas do mundo. Será na primeira fase do Mundial e colocará frente a frente Índia e Paquistão em Old Trafford. A demanda por bilhetes é tal que os primeiros bilhetes colocados à venda pela ICC tiveram pretendentes suficientes para encher várias vezes Wembley.
Os dois velhos rivais – dentro e fora de campo – encontraram-se pela última vez em 2017 na final do Champions Trophy, em que os paquistaneses saíram por cima, depois de terem sido derrotados na fase de grupos. Esta é uma das mais importantes rivalidades do cricket e ainda conhecerá um novo capítulo antes do Mundial, já que se defrontarão este mês na Asia Cup 2018, mas já todas as atenções estão viradas para o próximo verão.
E essa também não será a primeira vez que as duas nações se enfrentam em Manchester. A 8 de junho de 1999, na segunda fase do Mundial – o antigo Super Six, que agora foi retirado do formato da prova – os indianos triunfaram por 227-180. No entanto, o que colocou este jogo na história da modalidade foi a Guerra de Kargil. O conflito armado entre Índia e Paquistão deu-se entre maio e julho desse mesmo ano, ou seja, a partida de Old Trafford foi a primeira – e, para já, única – vez em que dois países em guerra se defrontaram numa partida de cricket. Ainda assim, o jogo fez jus ao desporto e, apesar do ambiente emocionado, decorreu sem incidentes de maior calibre.
Apesar do equilíbrio habitual, é a Índia que parte com favoritismo, já que é a segunda no ranking mundial em ODI (One Day International), quase dois mil pontos à frente dos paquistaneses que ocupam o quinto posto, e tem Virat Kohli numa forma impressionante, com o primeiro posto como batedor tanto em ODI como em Test. E se o Paquistão até está representado por Babar Razam no segundo posto em ODI, a Índia tem mais três entre os dez melhores batedores, Rohit Sharma (quarto em ODI), Shikar Dhawan (nono em ODI) e Cheteshwar Pujara (sexto em Test). Em T20, a modalidade rápida, ambas têm dois representantes entre os dez batedores melhor rankeados.
Quanto ao resto do torneio, é sempre arriscado fazer previsões a tanto tempo de distância, mas não há dúvidas de que os homens da casa partem como uns dos grandes favoritos, liderando até o Ranking ODI neste momento e tendo recentemente ganho por esclarecedores 4-1 um jogo de Test frente à Índia. Por isso, é natural que em Inglaterra só se pense em levantar o troféu. A 14 de julho, em Lord’s, saberemos quem sucede à Austrália.
Foto de Capa: ICC