Surpresas antecipadas: O novo método dos regressos no Wrestling

ANTECIPAÇÃO VS SURPRESA

Sempre existiu muito a conceção de que os melhores regressos tinham de surgir como uma surpresa e que a maior preocupação ao nível de “booking” passava por garantir que a pessoa chegava com uma rivalidade intensa pronta com vista a manter o ímpeto do tal momento.

Um grande exemplo disto foi no Royal Rumble de 2010 quando Edge voltou à competição depois de uma rutura do tendão de Aquiles. Era esperado que o “Rated R Superstar” ficasse até um ano de fora dos ringues, mas regressou de forma chocante em 6 meses e começou a rivalizar com Chris Jericho, rivalidade esta que se materializou num combate da Wrestlemania 26.

Recuando mais, encontram-se outros exemplos como é o caso do regresso de John Cena, também no Royal Rumble, mas em 2008. Cena regressou em tempo recorde de uma rutura total dos peitorais e foi recebido praticamente de forma unânime com aplausos, algo que já era um bocado difícil em 2008.

A acessibilidade das chamadas “dirt sheets” conhecidas por investigar o que se passa atrás da cortina no Mundo do wrestling tornou mais difícil para as empresas manter estes segredos bem guardados, pelo que empresas como a AEW e a WWE tiveram de se adaptar a uma nova forma de criar entusiasmo nos fãs. A AEW fê-lo sobretudo em 2021, com a estreia de CM Punk depois de um período de sete anos fora do wrestling.

As semanas que anteciparam o regresso de Punk foram de um acompanhamento minucioso de todos os desenvolvimentos da história que foi avançada pelo Fightful. Todas as publicações em redes sociais, fossem da AEW, de CM Punk e até dos Living Colour (banda que interpreta a música de entrada de Punk) foram escrutinadas em busca de um sinal óbvio que confirmasse mesmo a ligação de Punk à empresa de Tony Khan.

O sinal mais óbvio foi relativo à estreia do novo programa da AEW, o Rampage que no primeiro episódio foi acompanhado da expressão “first dance”. Como se não bastasse, o show era em Chicago, terra natal de Punk. Parecia demasiado óbvio para não acontecer e portanto, aconteceu mesmo, CM Punk regressou logo a abrir o “show”, para dar logo aos fãs o que tanto querem. Uma entrada memorável, esperada, mas sobretudo antecipada com entusiasmo durante sete longos anos.

Um mês depois foi Bryan Danielson quem se estreou com uma grande ovação, depois de ter sido apontado durante mais de um mês à AEW. Os nomes são grandes e isso favorece muito o peso de um simples regresso, sem precisar de um grande esforço para que seja épico.

A WWE também foi capaz de assumir esta nova abordagem nas estreias, particularmente ao longo deste ano. Destacam-se os regressos de Cody Rhodes e de Bray Wyatt. Cody Rhodes é um dos fundadores da AEW e uma das principais figuras que impulsionou esta marca para o lugar de principal concorrente da WWE.

Era Vice-Presidente Executivo da All Elite e chegou mesmo a dizer em entrevistas que nunca iria voltar à WWE. A 15 de fevereiro, Cody e Brandi Rhodes saíram oficialmente da AEW. Os motivos nunca foram clarificados e a saída parece ter ocorrido em bons termos, uma vez que várias fontes corroboraram que o atleta continuou a lutar na AEW até mais de um mês depois do término do seu contrato (no fim de 2021).

Foi logo apontado à WWE, sendo mesmo avançado por várias fontes que na mesma semana em que saiu da AEW, começaria a treinar no WWE Performance Center, em Orlando. A caminho da Wrestlemania, a especulação aumentava em relação à estreia de Cody. Sempre que havia uma vaga para preencher num combate, os fãs pensavam que o “American Nightmare” se ia estrear. O interesse em ver como a nova versão de Cody Rhodes, capaz de se mostrar como “main eventer” em todas as grandes empresas de wrestling do Mundo, era imenso.

Com poucas semanas para o “Grandest Stage of Them All”, surgiram notícias sobre a estreia de Cody Rhodes, numa feud com Seth Rollins. Nesse momento, a WWE foi capaz de usar a especulação a seu favor e começou uma história sobre a frustração de Rollins por não ter um combate na Wrestlemania.

Filipe Pereira
Filipe Pereira
Licenciado em Ciências da Comunicação na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o Filipe é apaixonado por política e desporto. Completamente cativado por ciclismo e wrestling, não perde a hipótese de acompanhar outras modalidades e de conhecer as histórias menos convencionais. Escreve com acordo ortográfico.

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