Noruegueses renascem em plena Alemanha | Saltos de Esqui

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    Findados os mundiais de voos de esqui conquistados por Kraft a título individual e pelos eslovenos a nível coletivo, era tempo de retomar a Taça do Mundo de Saltos de Esqui e logo com uma dupla jornada. O Muhlenkopf  de Willingen uma estrutura de 147m, que via o K-Point situado aos 130 e que contava com um record a vigorar desde 2021 da autoria do polaco Klemens Muranka , 153m, era o palco do regresso. De destacar que este era o maior trampolim pertencente à categoria dos grandes, sendo que acima destes apenas existem os gigantes! Isto numa refrega da qual Granerud por motivos pessoais e Lanisek por lesão eram ausências de vulto.

    Num fim-de-semana onde as condições desafiantes marcaram todas as rondas de saltos, aqui ficam os cinco destaques da ação presenciada nesta cidade do centro da Alemanha.

     5- Kristoffer  Sundal

    Cara frequente de há duas temporadas a esta parte entre os eleitos da sua seleção, nunca antes desta passagem por Willingen havia mostrado a consistência necessária e suficiente para almejar a algo maior, não obstante impressionasse de quando em vez em algumas rondas, mas era incapaz de manter os níveis de concentração e  foco no máximo para a execução dos segundos saltos. O atleta norueguês, não só contrariou esta tendência de se deixar afetar nas segundas rondas de forma decisiva como chegou mesmo a algo que nunca havia conseguido na carreira entre a elite, o tão desejado e sonhado pódio. Sundal seria bronze, fechando em beleza um dia fantástico para uns vikingues  arredados das decisões na vigente época. Bem se pode afirmar que os noruegueses renasceram neste trampolim grande, pois para além do degrau de baixo do pódio, Johann Andre Forfang venceria a primeira de duas jornadas na estrutura de Willingen! Depois de uns mundiais de voos de esqui falhados como toda a temporada até então, será este um ponto de viragem e o boost de motivação que lhes faltava por forma a devolver à Noruega uma aura de vitórias e uma mística gloriosa?

    4- Valentin Foubert

    Se os franceses são conhecidos por um grande ecleticismo em termos desportivos, com provas dadas nas mais distintas modalidades, no que respeita a desportos de inverno o biatlo e o esqui alpino também não são exceção. A verdade é que não se inclui nesse lote os Saltos de Esqui, onde já mais somaram qualquer vitória ou pódio entre a nata, com Emmanuel Chedal no virar do século e Vincent Descombes Sevoie  mais recentemente a serem os atletas melhor sucedidos nos saltos gauleses. Ainda que longe de poder comparar este feito de Foubert com os alcançados pelos compatriotas, o que é facto é que o jovem atleta somou os seus primeiros pontos na Taça do Mundo de Saltos de Esqui e logo num trampolim bem complicado! Muito tranquilo, pouco pressionado e revelando algum jeitinho para isto,  foi estando ao longo de todas as rondas perto dos melhores, chegando mesmo a liderar uma das sessões de qualificação. Com um 23º posto a servir de motivação, poderá ele repetir a gracinha amealhando mais pontos para a  conta pessoal e escrever mais páginas douradas na história dos saltos de esqui franceses? Ou tudo não terá passado de um fogacho sem sequência?

    3- Andreas Wellinger

    Um dos saltadores que  atuava mais perto de casa, o vice-líder na corrida ao grande globo nem sempre se exibiu ao nível que vem habituando os fãs no decorrer do campeonato, sendo que no primeiro dos dois dias de competição falharia pela primeira vez um Top 15 nesta temporada. Com uma garra, uma força mental e uma capacidade sem igual de lidar e responder à adversidade eis que o germânico fecharia esta passagem pelo Muhlenkopf com a sétima vitória da carreira, bem como o terceiro triunfo deste inverno. Ainda que possamos dizer que a temporada de Andreas peca pelas poucas subidas ao degrau mais alto dos pódios, a verdade é que também foram raríssimas as ocasiões em que se não presente, esteve perto de “matar o vício”!  Com o “circo” a rumar agora a Lake Placid, nos EUA, a verdade é que a ida até terras do tio Sam, onde o alemão venceu na passada época pode servir-lhe de tónico motivacional para quem sabe repetir o desidrato e assim distanciar-se de Kobayashi , tentando reacender a luta com Kraft pelo grande globo! Conseguirá manter a regularidade e subir, ainda mais, o nível?

    2- Ryoyu Kobayashi

    Começam a faltar palavras para caraterizar a temporada do samurai desde o Torneio dos Quatro Trampolins, visto que se nos cingir-mos a eventos da Taça do Mundo de Saltos de Esqui subiu sempre ao pódio em pelo menos num dos dias de competição ao longo das demais paragens do certame. Após triunfar em Wisla onde nunca havia conseguido fazê-lo, as coisas até pareciam tremidas  ao longo das qualificações, mas o nipónico quando toca a competições propriamente ditas parece ter um chip que o faz elevar, e de que forma, os índices de sucesso, visto que revela uma confiança, uma mentalidade e uma calma fora do normal. Raros seriam os atletas que após uma 13ª marca na primeira ronda demonstrariam o estofo mental que ele demonstrou terminando na prata, algo que replicaria no segundo dia de prova. Apesar de ser ainda terceiro na geral, não me admiraria, se o víssemos lutar ainda com Kraft e Wellinger até às últimas consequências pelo globo. Relembre-se que a distância para o germânico é já inferior a 100 pontos, com esse diferencial a poder ser recuperado em um par de eventos. Conseguirá ele  juntar este troféu à águia dourada?

    1-Jhoan André Forfang

    Um dos praticantes com maior potencial que conta menos sucessos na Taça do Mundo de Saltos de Esqui graças à sua incrível inconsistência, o norueguês é um daqueles casos onde se repara que o talento está lá, mas falta expressá-lo de forma recorrente e sem hiatos de forma, concentração ou motivação. Depois de vencer Ex équo com Kraft a primeira de duas qualificações, voltava a prometer, mas poucos esperavam  que, finalmente, concretizasse o  que volta e meia ameaçava. Contrariamente ao que se poderia esperar, não só realizou um bom primeiro salto sendo vice-líder no final da ronda inicial, como forçaria a nota na segunda  assinando um novo máximo da estrutura, 155.5m, que para além de pulverizar  o anterior record lhe valeram , a diga-se, já merecida subida ao degrau cimeiro do pódio. Isto para alguém que conta pelos dedos de uma mão os êxitos alcançados ao longo da carreira entre a elite. Oscilando de forma no domingo, terminando num dececionante 14º posto, não apaga o motivador fim-de-semana que viveu, contudo, a dúvida mantém-se: será capaz de voltar a resultados condizentes com a valia por todos reconhecida, ou veremos um Forfang de volta ao nível médio, que infelizmente, vem apresentando recentemente? Devo confessar que me faz pena alguém como ele passar  tantas e tantas vezes ao lado das competições, pois é dos que teria nível para conseguir coisas incríveis, mas a quem falta o que separa os bons dos grandes!

    Agora e antes de viajarmos até aos EUA para um fim-de-semana repleto de saltos em Lake Placid, a geral reza assim: Kraft mantém a liderança, com o baixinho a contabilizar 1129 pontos. Wellinger vai defendendo a segunda posição das investidas de Koba, com o germânico a deter 951, enquanto que o  japonês alcançou os 896 pontos.

    Nós voltamos a ler-nos na próxima semana, até lá já sabe: fique bem sempre na melhor companhia.

    Marcamos encontro?

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    Diogo Rodrigues
    Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.