Nunca é tarde para se vencer! | Saltos de Esqui

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    Na antecâmara do torneio dos Quatro Trampolins eis que a Taça do Mundo de Saltos de Esqui teria paragem, já obrigatória, no tradicional evento de Engelberg em solo helvético, este que é o único trampolim do país dos relógios a acolher a “Champions” da modalidade.

    Era no Gross-Titlis que a ação teria lugar, esta que é uma estrutura k-140, que vê o K-point estar localizado nos 125m e cujo record de 144 é partilhado por Domen Prevc da Eslovénia e pelo nipónico Ryoyu Kobayashi. Em perspetiva um fim-de-semana de afinações, experiências e grande emoção em vésperas do momento alto da temporada e que marca o adeus e as boas-vindas ao novo ano. De acrescentar ainda que o lendário Kamil Stoch, polaco que leva 39 triunfos individuais ao longo de uma carreira ímpar era um regresso  que se saudava.

    Com efeito aqui ficam os cinco momentos ,que considero, mais relevantes no decurso desta dupla jornada que levaria a uma estreia no lote de vencedores do campeonato!

    5- Deschwanden  parece, finalmente, preparado para algo mais!

    Era e após o primeiro pódio de carreira na semana anterior, que o caseiro chegava de moral em alta a Engelberg prometendo ser um dos agitadores das águas. Novamente com uma regularidade que era incapaz de apresentar até à pouco tempo a esta parte, foi sempre com bastante apoio dos compatriotas que o experiente atleta revelou estofo para enfrentar de igual para igual a qualidade dos austríacos e germânicos, acrescentando novos resultados de destaque a uma época que parece ter tudo para ser a sua melhor entre a elite. Muito consistente em termos mentais, técnicos e até mesmo fisicamente pujante é sem grandes dúvidas que, salvo melhor opinião, está  numa terceira ou quarta linha de favoritos para os Quatro Trampolins e até quem sabe se revele uma enorme surpresa , resgatando um título que nem o Harry Potter Ammann conseguiu oferecer aos suiços! Os dois Top dez do fim-de-semana provam a confiança, assertividade e forma demonstradas por Gregor que a serem mantidas o podem levar a algo maior!

    4- Granerud teima em despertar!

    Com extremas dificuldades em brindar-nos com dois saltos de elevada valia consecutivamente e com grandes desfasamentos em termos técnicos, é deste modo que o atual detentor da águia dourada e vencedor do grande globo, Halvor Egner Granerud, se tem apresentado no presente campeonato, onde nem por sombras parece o mesmo! Quando dava mostras de querer, finalmente, dar um pontapé na crise ao alcançar um quarto posto no primeiro dia, foi novamente de forma: apática, sem chama e demonstrando uma gritante falta de confiança e fluidez nos seus voos que atacou a derradeira competição neste trampolim. Longe daquele saltador que “limpava” tudo o que lhe surgia pela frente, terá a pausa natalícia para corrigir e afinar os aspetos mentais e técnicos que tanto têm condicionado as suas prestações, algo que não retira capacidade ao viking para almejar ao objetivo Quatro Trampolins, dado que esta é uma competição à parte e na qual as surpresas podem sempre surgir! Poderá  ele recuperar essa aura de quase imbatibilidade e transe competitiva , mostrando que os grandes atletas se superam nos grandes momentos independentemente da forma com que aí chegam?

    3- Uma irreconhecível armada polaca

    Era e na sequência do título mundial em trampolim normal obtido por  Zyla e do terceiro posto à geral conseguido por Kubacki, que só não foi segundo por razões extra trampolins, que todos os que seguem o circuito esperavam ver os atletas polacos rubricar exibições capazes de os colocar entre os melhores da temporada. Isso não só não tem acontecido, como os resultados têm roçado o absurdo olhando ao progresso deste desporto no país, tanto a nível de praticantes como de êxitos já mencionados, sem esquecer os incontáveis trampolins de qualidade que possuem. Incapazes de funcionar em termos individuais, a verdade é que coletivamente a coisa tem sido uma desgraça, sendo que ninguém se encontra a render nem um terço do que pode e sabe. Kubacki parece estar, ainda,  paulatinamente em recuperação de forma, com o tempo de paragem a contribuir para a ausência de boas prestações. Stoch nem após a pausa competitiva está a colher os frutos de um treino intensivo e longe da ribalta. Zyla vai sendo o melhorzinho , contudo ainda distante do exigível e necessário. Ficaria, agradavelmente, surpreendido se alguém de entre eles conseguisse recuperar o elã por forma a brilhar nos quatro trampolins. Poderá algum subir a parada?

    2- Kraft igual a si próprio reforça favoritismo a uma terceira águia dourada

    A resposta à minha pergunta da semana anterior começaria a ser dada logo desde o primeiro salto realizado pelo “baixinho”. Amplamente perfeito em termos de estilo, continuando a aliá-lo a grandes distâncias e com uma arrepiante correção na posição de aterragem é, praticamente, sem espinhas que o genial atleta vai cimentando e ampliando uma liderança incontestável à entrada dos Quatro Trampolins, prova que já conquistou por duas ocasiões. Uma vitória e um segundo lugar, seria  o balanço de mais um fim-de-semana de excelência assinado pelos esquis do talentoso atleta do norte da Áustria ao qual tudo parece sair bem, independentemente dos trampolins em que compete irem ou não de encontro às suas caraterísticas. Não querendo tirar o entusiasmo a todos os fãs, nos quais me incluo, e que aguardam com espectativa a 72ª edição da maior competição do ano desta fantástica modalidade, a verdade é que tenho muita dificuldade em prever e imaginar  algo que não seja ver Kraft em dia de reis ser coroado, novamente, como o dos Quatro Trampolins. Definitivamente os homens não se medem aos palmos!

    1-Um fim-de-semana para Paschke não mais esquecer!

    Um grande elemento de equipa, mas bastante discreto em termos individuais, era este o perfil de Pius Paschke até ao começo da temporada 23/24. Tudo mudaria com um primeiro pódio alcançado pelo soldado germânico em Ruka na Finlândia mostrando logo aí que estava-mos perante um saltador de um outro nível! Isso não só aconteceria, não falhando mais qualquer presença entre os melhores das jornadas, como veria a viagem até Engelberg lhe oferecer um, antecipado, presente de Natal ou se quisermos dois! Após um esforço de 135m que o fazia ser sexto colocado, poucos, acreditavam que seria à sétima competição da época que  o veterano de 33 anos somaria a primeira vitória da carreira repetindo o pódio no dia seguinte.  Um verdadeiro exemplo de persistência, crença e perseverança! Embora não o fosse para a grande maioria dos especialistas até à presente semana, considero-o como um dos quatro maiores favoritos aos Quatro Trampolins, conjuntamente com Wellinger, Geiger e Kraft, sendo que talvez o veterano bávaro seja mesmo o segundo nessa lista. Será ele capaz de quebrar a maldição de Hannawald, que impede os alemães de conquistar a competição desde que em 2002 o fez com direito a poker ou esbarrará como tantos outros na história e acusará a solenidade e importância da ocasião?

    Agora e numa fase muito relevante da época, onde se joga um lugar na eternidade deste desporto, a verdade e sem surpresas é que Kraft lidera a geral da Taça do Mundo ao totalizar a módica quantia de 669 pontos, deixando Wellinger já a mais de 200 em segundo amealhando 447, ao passo que Paschke sobe a terceiro detendo menos quatro.

    Quanto a nós voltamos a ler-nos após as etapas austríacas dos Quatro Trampolins. Até lá já sabe, fique bem, sempre na melhor companhia. Boas festas.

    Marcamos encontro?

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    Diogo Rodrigues
    Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.