O panorama masculino no mês de dezembro | Esqui Alpino

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    Após um novembro com menos dias de competição, fruto das inúmeras provas que tiveram de ser canceladas, dezembro trouxe mais ação, para o contentamento dos fãs de modalidade.

    No derradeiro mês do ano de 2023, ao contrário do que havia acontecido no mês anterior, os homens e as mulheres tiveram a oportunidade de competir nas quatro disciplinas da Taça do Mundo e houve alterações nas classificações em todos os “campos de batalha”.

    Por outro lado, no que diz respeito à agenda masculina, depois do cancelamento das provas de Beaver Creek, nos Estados Unidos (no primeiro fim de semana de dezembro), partiram para a França, onde realizaram uma prova de Slalom Gigante em Val d’Isère (no dia 9 de dezembro);  seguiram posteriormente para Itália, tendo disputado duas provas de Downhill e uma de Super-G em Val Gardena (no fim de semana de 14 a 16 de dezembro); tendo prolongado a sua estadia por terras italianas por mais dois dias para a disputa de 4 mangas de Slalom Gigante em Alta Badia (nos dias 17 e 18 de dezembro); tiveram a sua última prova antes do Natal também em Itália, com uma prova de Slalom em Madonna di Campiglio (a 22 de dezembro); e finalizaram o ano com provas de velocidade em Bormio, também em Itália (nos dias 28 e 29 de dezembro).

    Serve, portanto, este artigo para apresentar um resumo das provas, das classificações e das exibições do mês de dezembro, no setor masculino.

    UMA DISPUTA TITÂNICA FOI INTERROMPIDA PREMATURAMENTE

    No mês de dezembro, houve múltiplos vencedores no setor masculino, com um homem em evidência, Marco Odermatt, que ganhou 4 provas. Para além de Odermatt, venceram também provas: Bryce Bennett, Vincent Kriechmayr, Dominik Paris, Marco Schwarz e Cyprien Sarrazin.

    De assinalar que este ano a principal coqueluche da Taça do Mundo masculina, Odermatt, passou a ter um adversário a altura para a disputa da regularidade do ano, Schwarz, mas esta disputa teve de ser interrompida prematuramente, após a queda gravíssima do austríaco no Downhill de Bormio, que lhe causou ruturas do ligamento cruzado e do menisco interno do joelho direito, que ditaram o fim de época de Schwarz.

    Slalom Gigante

    Em Val d’Isère deu-se o tiro partida da temporada de Slalom Gigante para os homens, tendo a prova sido vencida pelo suspeito do costume, o suíço Odermatt. Aliás, Odermatt não venceu apenas na Face de Bellevarde, mas triunfou igualmente nas outras duas provas de Slalom Gigante disputadas até agora, em Alta Badia.

    Em Val d’Isère, abriu uma diferença de mais de 0,6 segundos para o segundo melhor na primera manga, o norueguês Henrik Kristoffersen, uma vantagem suficiente para competir de forma mais tranquila na segunda manga, que serviu apenas para assegurar a sua vitória, diante de Schwarz e do andorrenho Joan Verdu, respetivamente.

    Já na primeira prova em Alta Badia, no dia 17 de dezembro, apesar de ter estabelecido o melhor tempo na primeira manga, acabou por ser bastante pressionado na segunda manga pelo croata Filip Zubcic, que cronometrou o melhor tempo, que ainda assim não foi suficiente para bater Odermatt. No final do dia, Odermatt foi primeiro, Zubcic segundo e Zan Kranjec terceiro.

    Por fim, na segunda prova disputada em Alta Badia, no dia seguinte à primeira, Odermatt não deixou margem para dúvidas e edificou o pleno de vitórias em Slalom Gigante com uma primeira manga supersónica, deixando os mais diretos perseguidores a quase um segundo. No final da segunda manga, o lugar mais alto do pódio era ocupado pelo suíço, com Schwarz no segundo lugar e Kranjec no terceiro.

    Quanto às contas da disciplina, o líder é Odermatt, com 300 de 300 pontos possíveis, seguido por Schwarz, com 210, e Zubcic, com 180. A fechar o pódio estão Kranjec e Alexis Pinturault, por esta ordem.

    O melhor foi…

    Marco Odermatt. O suíço, com um pleno de vitórias e com exibições intocáveis, é “dono e senhor” do Slalom Gigante e serão precisas exibições divinas por parte dos adversários para o destronarem.

    Esperava-se mais de…

    Mathieu Faivre. O francês, campeão do mundo de Slalom Gigante em 2021 e medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de 2022, tem estado absolutamente irreconhecível na Taça do Mundo, tendo apenas amealhado nove pontos numa das três provas e ocupando o 34.º lugar na classificação da disciplina.

    O melhor sub-25 foi…

    Atle Lie McGrath. O norueguês tem sido o melhor dos jovens, tendo já um sexto lugar e um décimo segundo lugar.  Ele, que é uma das grandes esperanças da nova geração norueguesa, ocupa a décima primeira posição da classificação de Slalom Gigante.

    Slalom

    No mês de dezembro, o Slalom não foi o evento principal da Taça do Mundo, já que apenas uma prova dessa disciplina foi disputada. Essa prova foi vencida por Schwarz, que foi o mais regular das duas mangas e venceu à frente do líder da primeira manga, Clément Noel, e do britânico Dave Ryding.

    Com esta vitória, Schwarz assumiu a liderança da disciplina, com 180 pontos; estando o vencedor da primeira prova da temporada, Manuel Feller, na segunda posição, com 145 pontos; Ryding em terceiro, com 110 pontos; Noel em quarto, com 102 pontos; e Timon Haugan em quinto, com 90 pontos.

    O melhor foi…

    Marco Schwarz. O austríaco, vencedor da única prova de Slalom disputada em dezembro e líder da disciplina, é, indubitavelmente, o atleta do mês no Slalom.

    Esperava-se mais de…

    Tommaso Sala. O italiano, que terminou às portas do top 10 nas duas últimas temporadas, está a ter uma época para esquecer, já que até ao momento ainda não pontuou.

    O melhor sub-25 foi…

    Atle Lie McGrath. O norueguês, que não pontuou em Gurgl, na primeira prova da temporada, foi a Madonna di Campiglio para tentar fazer esquecer o seu fracasso no início da época e restaurou a sua boa imagem, com um oitavo lugar no final das duas mangas de Slalom, que o colocam no décimo quarto lugar da tabela classificativa.

    Super-G

    Na prova inaugural da época de Super-G, em Val Gardena,               o austríaco Kriechmayr foi coroado o primeiro líder da disciplina, superando tangencialmente o compatriota Daniel Hemetsberger e Odermatt, num pódio separado por três milésimas de segundo.

    Já na segunda prova da temporada, no Stelvio, em Bormio, quem sorriu foi Odermatt, que bateu por quase um segundo Raphael Haaser e deixou acima das 13 décimas de segundo Aleksander Aamodt Kilde.

    Após duas provas de Super-G, quem lidera é Odermatt, com 160 pontos. No encalço do suíço, estão a dupla austríaca Kriechamyr-Haaser, com 150 e 94 pontos, respetivamente. Mais distanciados, na quarta e quinta posições estão Hemetsberger e Aamodt Kilde, ordenadamente.

    O melhor foi…

    Odermatt. Com uma assiduidade de 100% no pódio das provas de Super-G da temporada de 2023/2024 e com uma prestação soberba na pista do Stelvio, “Odi” é o destaque de dezembro do Super-G.

    Esperava-se mais de…

    Ryan Cochran-Seigle. O norte-americano, vice-campeão olímpico de Super-G em Pequim, tem estado muito aquém das expectativas e, para já, não pontuou numa das provas e na outra terminou apenas no décimo nono lugar. Ocupa, neste momento, a 33.ª posição da classificação de Super-G.

    O melhor sub-25 foi…

    Franjo von Allmen. O jovem suíço está a surpreender esta época, ocupando a 19.ª posição da classificação da disciplina, fruto do top 10 conseguido no Super-G de Val Gardena.

    Downhill

    Na primeira prova de Downhill da temporada, em Val Gardena, o vencedor foi o norte-americano Bennett, que foi ligeiramente mais rápido na Saslong do que Aamodt Kilde e Odermatt, em mais um pódio tangencial da Taça do Mundo, com os três primeiros classificados à distância marginal de cinco milésimos de segundo.

    Na segunda prova feita em Val Gardena, o atleta vitorioso foi o “homem da casa”, Dominik Paris, que superou Aamodt Kilde e Bennett.

    O último Downhill do ano, no Stelvio, teve como vencedor Sarrazin, mais rápido que Odermatt e o canadiano Cameron Alexander.

    Feitas as contas, o líder do Downhill é Odermatt, com 176 pontos, à frente de Bennet e Kilde, ambos com 160 pontos. Sarrazin e Paris completam o top 5.

    O melhor foi…

    Marco Odermatt. Não havendo um dominador claro, sendo o mais regular e o único do top 3 da classificação a pontuar em todas as provas, deve ser considerado o melhor até ao momento.

    Esperava-se mais de…

    Otmar Striedinger. O austríaco, que tem figurado quase sempre no top 15 da classificação da disciplina nas últimas temporadas, teve um arranque de época bastante abaixo do que seria expectável, tendo apenas obtido um top 20 numa das provas e não tendo pontuado nas outras duas, estando, à partida para as provas de janeiro, fora do top 30.

    O melhor sub-25 foi…

    Franjo von Allmen. O jovem suíço, tal como em Super-G, é o destaque da juventude até ao momento. Os 22 pontos conquistados na segunda prova de Val Gardena são o suficiente para assegurar, até agora, um top 30 nas contas da disciplina.

    Classificação geral

    A disputa pelo Globo de Cristal da classificação geral estava bem renhida entre Schwarz e Odermatt. Porém, o fim abrupto da época de Schwarz, fica difícil vislumbrar alguém que possa impedir Odermatt de revalidar o Globo conseguido no ano passado, ainda que não haja impossíveis no Esqui Alpino.

    Ao dia de hoje, Odermatt acumula 636 pontos; seguido por Schwarz, com 464 pontos; Aamodt Kilde, com 240 pontos; Kriechmayr, com 227 pontos; e Sarrazin, com 200 pontos.

    O mais consistente do mês foi…

    Marco Odermatt. Líder em três das quatro disciplinas e com o maior número de pontos acumulados na globalidade das provas da Taça do Mundo masculina, é a consistência em pessoa.

    A surpresa do mês foi…

    A vitória de Cyprien Sarrazin no Downhill de Bormio. Inicialmente especializado em Slalom Gigante, o francês reinventou-se para se dedicar às disciplinas de velocidade e está agora a colher os frutos. Para surpresa de muitos, conquistou a sua primeira vitória na Taça do Mundo numa das descidas mais míticas do circuito mundial, o Stelvio, confirmando que o melhor tempo marcado na primeira sessão de treinos não foi um acaso, mas um verdadeiro ensaio para o que aconteceria dois dias depois.

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    Miguel Monteiro
    Miguel Monteirohttp://www.bolanarede.pt
    O Miguel é um estudante universitário natural do Porto, cuja paixão pelo desporto, fomentada na infância pelos cromos de Futebol que recebia e colava nas cadernetas, considera ser algo indescritível. Espetador assíduo de uma multiplicidade de desportos, tentou também a sua sorte em algumas modalidades, sem grande sucesso, tendo encontrado agora na análise desportiva uma oportunidade para cultivar o seu amor pelo desporto e para partilhar com os demais as suas opiniões, nomeadamente de Ciclismo, modalidade pela qual nutre um carinho especial.