No fim de semana passado, ambos os arquipélagos portugueses tiveram provas para o seu regional. Nos Açores, a prova decorreu na ilha do Faial, no Rali Ilha Azul Além Mar, e foi ganha por Ricardo Moura; na Madeira, a prova foi na ilha da Madeira, com o Rali da Calheta a ser ganho por Alexandre Camacho.
A grande diferença destes campeonatos é a qualidade das máquinas presentes. Nos Açores, o carro máximo é o Mitsubishi EVO IX, um carro fiável mas já com vários anos. Na Madeira, o nível é muito mais alto a nível de carros; durante os vários anos de EVO IX dos Açores já tivemos na Madeira o tempo dos S2000, passagem para o EVO X e agora dos GT. São neste momento cinco os Porsche 997 GT3 que correm no campeonato da “Pérola do Atlântico”. É bem verdade que este tipo de carro seria muito mais difícil de pôr a correr nos Açores, visto que ao contrário da Madeira o campeonato é misto, ou seja, com provas em asfalto e em terra, mas também é verdade que existiriam outras opções para melhorar um parque automóvel açoriano cada vez mais reduzido devido à falta de apoios.
Apesar desta diferença a nível de valor de máquinas, a nível de pilotos o contraste não é assim tão evidente. Se formos a avaliar apenas a atualidade vemos que dois dos principais pilotos portugueses são das ilhas: temos Ricardo Moura, que é tricampeão nacional de ralis, e Bernardo Sousa, que é o único piloto nacional a correr no Mundial (WRC2) que já foi campeão nacional em 2010 (os últimos quatro anos tiveram vencedores das ilhas), sendo que o ano passado os dois pilotos lutaram entre si pelo título. Num passado mais recente tivemos também Gustavo Louro e Horácio Franco, ambos açorianos, a fazerem boas provas no nacional de ralis, e o madeirense Vítor Sá também conseguiu alguns bons resultados nas provas de asfalto.
A nível de provas em si cada ilha tem a sua de destaque. Nos Açores, o SATA Rally Açores – disputado no mês passado – é uma das provas principais do Europeu neste momento. Na Madeira, o Rally Vinho Madeira também é reconhecido como um grande rali, mas nos últimos anos tem visto a qualidade das suas listas de inscritos reduzir, pois saiu do Europeu, o que fez com que vários pilotos de renome deixassem de lá passar.
O título do meu texto desta semana pode fazer parecer que vou dar uma resposta entre quem é mais forte, a nível de rali, entre os dois arquipélagos portugueses, mas eu não vou dar essa resposta – apenas pretendo demonstrar um pouco o que se passa pelas ilhas. Apesar de tudo, cada um é livre de o fazer nos comentários.