📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:

Alonso voltou a conseguir o impossível: como é que o fez?

- Advertisement -
modalidades cabeçalho

O Grande Prémio de São Paulo do último fim de semana voltou a ter Max Verstappen como o grande vencedor, tanto no sábado, como no domingo. Embora Lando Norris tenha ficado mais perto do que outros ficaram esta temporada, não se pode dizer que o neerlandês tenha chegado a sentir o primeiro lugar em perigo. Assim, as grandes emoções ficaram mais para trás, com Fernando Alonso a regressar aos pódios, com mais um momento que encantou os seus fãs e os adeptos de Fórmula 1.

O espanhol tinha a missão que muitos considerariam impossível de segurar o pódio perante a ameaça do outro Red Bull de Sergio Pérez, que começou o seu ataque no início do segundo stint, assim que ultrapassou os Mercedes que o tinham batido em qualificação. O mexicano estava a um segundo e meio do Aston Martin na 33.ª de 71 voltas e tinha-o apanhado rápido. Mas também tinha parado mais cedo para responder às paragens dos Mercedes, estando com pneus mais velhos do que Alonso, sabendo que não o poderia atacar ‘à maluca’ sob pena de destruir os pneus. Assim que Pérez entrou na box à procura do undercut (a mais de três segundos de Alonso), o espanhol perguntou ao engenheiro se podia ficar mais tempo em pista, de modo a criar uma vantagem de pneu para o segundo stint. A resposta da equipa foi negativa e Alonso parou e saiu à frente do mexicano. Ainda faltavam 24 voltas, Alonso tinha três segundos de vantagem e Interlagos é uma das pistas menos exigentes para ultrapassar do calendário, muitos pensariam que seria impossível para El Nano manter o pódio.

Mas aí entrou toda a experiência e recursos do piloto de 42 anos. Antes de mais, o facto de Pérez estar a ganhar tanto tempo por volta devia-se não só ao facto de ter um carro mais rápido, como ao facto de Alonso o querer por perto, para poupar os próprios pneus e para causar mais estragos aos pneus do oponente. Pérez também teve o mérito de não cair redondo nessa estratégia, gerindo da melhor forma que sabia. Mas Alonso, tendo poupado os pneus previamente, podia usá-los mais posteriormente para garantir que Checo não tinha DRS muito cedo (ainda para mais sendo o DRS tão poderoso na pista brasileira).

De resto, o piloto da Aston Martin foi muito inteligente também na sua técnica de condução, focando-se sobretudo nas curvas 10, 11 e 12, antes da reta da meta, usando uma linha alternativa (explicou depois que foi usando várias para que o seu adversário não soubesse o que ele ia fazer em cada volta) para garantir que não carregava demasiado os pneus nessas curvas e garantindo que saía daí com máxima tração para a reta que vinha. O uso estratégico da bateria também foi um pormenor excelente, sendo nessa reta da meta que Fernando Alonso a usava. Assim, mesmo com Pérez com DRS, Alonso recuperava aquilo que perdia propositadamente nas curvas anteriores.

Mesmo assim, os pneus do Aston Martin foram-se degradando e o espanhol deixou de conseguir sair tão bem da curva 12. Pérez aproveitou isso na penúltima volta, ultrapassando no S do Senna, naquilo que parecia que era o terceiro lugar garantido para o Red Bull.  Alonso manteve-se atrás do oponente e este cometeu um erro na primeira curva, comprometendo a saída da segunda e permitindo ao piloto da Aston aproveitar o seu próprio DRS para devolver a ultrapassagem por fora na curva 4. Depois foi Pérez a não desistir, uma vez que ainda iria ter o cone de aspiração antes da reta da meta. Mas Alonso conseguiu segurá-lo e passar a meta na frente por 53 milésimos, numa batalha que vai ficar na memória durante muito tempo.

Pessoalmente, comecei a ver Fórmula 1 por influência de um amigo que é fã de Fernando Alonso, sendo naturalmente esse um dos primeiros pilotos a quem prestei atenção quando comecei a ver. Hoje em dia, não tenho dúvidas de que é o meu piloto preferido e performances como a de domingo são um excelente exemplo do porquê.

Bernardo Figueiredo
Bernardo Figueiredohttp://www.bolanarede.pt
O Bernardo é licenciado em Comunicação Social (jornalismo) na Universidade Católica de Lisboa e está a terminar uma pós-graduação em Comunicação no Futebol Profissional, no Porto. Acompanha futebol atentamente desde 2010, Fórmula 1 desde 2018 e também gosta de seguir ténis de vez em quando. Pretende seguir jornalismo desportivo e considera o Bola na Rede um bom projeto para aliar a escrita ao acompanhamento dos desportos que mais gosta.

Subscreve!

Artigos Populares

Mikel Arteta rendido a jogador do Arsenal: «Tem sido novamente inacreditável, é um jogador absolutamente fundamental para nós»

No final do triunfo do Arsenal frente ao Everton, Mikel Arteta não poupou nos elogios a Declan Rice, médio dos gunners.

Thiago Silva justifica saída do Fluminense e responde às críticas: «Algumas coisas foram ditas e tiradas do contexto por algumas mentes maldosas»

Thiago Silva recorreu às redes sociais para falar da saída do Fluminense. Defesa respondeu às críticas e explicou decisão.

Kylian Mbappé iguala recorde de Cristiano Ronaldo e celebra como o português: «O melhor da história do Real Madrid e uma referência para o...

Kylian Mbappé chegou aos 59 golos em 2025, um número que iguala o melhor registo de Cristiano Ronaldo no Real Madrid. Avançado reagiu.

Martín Anselmi é o favorito na lista de 7 candidatos a assumir o Botafogo

Martín Anselmi está na lista do Botafogo para render Davide Ancelotti. Antigo treinador do FC Porto mais próximo de regressar ao trabalho.

PUB

Mais Artigos Populares

Luís Suárez pode atingir objetivo antes do Natal e obrigar o Sporting a desembolsar mais 500 mil euros

Luis Suárez pode cumprir o primeiro objetivo no contrato com o Sporting esta semana. Basta ao colombiano ser titular contra o Vitória SC.

Vasco Matos critica calendário da Primeira Liga: «Sentimo-nos bastante prejudicados, mas isso tem ser o nosso combustível»

O técnico do Santa Clara mostrou desagrado com a sobrecarga de jogos mas referiu que estes fatores devem ser utilizados como motivação.

Novidades na CAN: Competição passará a ser jogada de quatro em quatro anos

A Confederação Africana de Futebol anunciou, este sábado, que a CAN será jogada a cada quatro anos e a criação da Liga das Nações Africana.