Sergio Pérez teve uma época profundamente desapontante com a Red Bull e o seu lugar está novamente a ser posto em causa, com alguns rumores a indicarem que Abu Dhabi poderá ser a sua última corrida com a equipa. Posto isto, vamos também nós fazer um exercício especulativo e ponderar os vários cenários para o segundo lugar da Red Bull.
Começando pela manutenção do próprio Sergio Pérez, com o mexicano a ter contrato até 2026, embora os contratos tenham mais coisas que o público em geral não sabe (nomeadamente cláusulas de performance). Os pontos positivos de Pérez são o facto de a equipa, incluindo Max Verstappen, já saber com o que pode contar com o mexicano à disposição, para além de Checo já ter provado que, quando se sente confortável no carro, é capaz de ter performances que colocam o Red Bull nos lugares cimeiros.
O ponto negativo é que isso praticamente já nunca acontece, com Baku a ser a única prova deste ano, para além das primeiras, em que o Red Bull tinha uma vantagem grande de performance, em que Pérez mostrou capacidade de lutar pelo pódio. Numa época tão competitiva, Verstappen assegurou o título de pilotos a duas provas do fim e Pérez esteve demasiado longe, sendo ele o principal responsável pelo facto de a Red Bull já ter o título de construtores perdido.
Olhando para os principais candidatos, os dois pilotos da VCARB estão certamente entre as possíveis escolhas. Começando por Yuki Tsunoda, o japonês, depois de uns primeiros anos difíceis na Fórmula 1, tem elevado o nível e tem sido geralmente melhor do que os respetivos colegas de equipa (Nyck de Vries, Daniel Ricciardo e agora Liam Lawson), estando a ser consistente num carro que nem sempre tem capacidade para pontuar.
O problema é que esta consistência já vem desde a época passada e os responsáveis da Red Bull parecem ainda não estar convencidos, dizendo-se que Helmut Marko é o principal entrave para Tsunoda. Para além disso, a Red Bull tem noção do que aconteceu quando colocou Pierre Gasly e Alex Albon naquele carro, com ambos a serem dispensados por falta de performance.
Já Liam Lawson teve de esperar cerca de dois anos para mostrar de forma mais consistente aquilo que vale na Fórmula 1 e não se tem saído mal, não tendo medo de pilotos como Fernando Alonso e o próprio Pérez, com quem teve momentos mais tensos em pista. Apesar de estar atrás de Tsunoda, a distância de performance não é assim tão grande. Contudo, Lawson ainda tem tão poucas corridas feitas na F1 que me custa a acreditar que seria ele o escolhido para o lugar.
Fora dos pilotos da Red Bull, tem-se falado muito de Franco Colapinto, que teve performances que chamaram a atenção desde que substituiu Logan Sargeant na Williams. Contudo, os acidentes que o argentino tem tido parecem ter-lhe fechado algumas portas imediatas, entre elas a da própria Red Bull (para além de que Colapinto é ainda menos experiente na Fórmula 1 do que Lawson). E depois fala-se de Valtteri Bottas, que está de saída da Sauber e que eu vejo muito mais facilmente a ser terceiro piloto da Mercedes em 2025 do que segundo piloto da Red Bull.
Inicialmente, estranhei o facto de a Red Bull não ter agarrado a oportunidade de contratar Carlos Sainz, aparentemente rejeitado devido a alguns episódios que ele e Verstappen tiveram como colegas de equipa na Toro Rosso. Com Sainz perdido para a Williams e postas todas as hipóteses acima mencionadas, eu escolheria Yuki Tsunoda. Não me parece que Pérez tenha muitas mais condições anímicas para continuar na Red Bull e o japonês seria aquilo que me faria mais sentido se a Red Bull avançar mesmo para uma mudança.