Fernando Alonso: O “jovem” surpresa desta temporada | Fórmula 1

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    Está a chegar o final da época de 2023 e muitas previsões começam a surgir sobre aquele que será o seu desfecho. Para este ano, era esperada mais competitividade e monolugares mais promissores, algo que acabou por não acontecer. Muito podia ser dito sobre a hegemonia da Red Bull e o desempenho demolidor de Verstappen. Ou sobre o apagão inicial da McLaren e os habituais erros estratégicos da Ferrari. Ou sobre a evolução da Mercedes e o sempre competente Lewis Hamilton. Mas aquilo que é verdadeiramente admirável é o renascimento de uma lenda que nos mostrou que às vezes é só preciso que acreditem em nós. É o caso de Fernando Alonso.

    O piloto espanhol é o elemento surpresa que faltava ao campeonato e é o grande destaque deste ano, mesmo que Max Verstappen tenha conseguido o tricampeonato.

    Aos 42 anos, o príncipe das Astúrias parece não se cansar de nos surpreender. É, incontestavelmente, um dos melhores atletas da história de Espanha e dos desportos motorizados. Confiante, destemido e pronto a lutar pela vitória, Alonso tem a mentalidade de um samurai e não é por acaso quem tem um tatuado nas costas.

    Foi desde sempre um piloto polémico e há quem aprecie o seu carisma e honestidade, mas também quem não compreenda o temperamento explosivo que vai pautando a sua carreira.

    O espanhol nunca teve vida fácil nas várias equipas em que esteve e muitas das decisões a que lhe apontam ser erradas devem-se aos comportamentos intempestivos e conflituosos que teve com alguns dos seus colegas de equipa.

    Um dos exemplos mais mediáticos é a sua rivalidade com Lewis Hamilton que, apesar de hoje reconhecerem a grandiosidade um do outro, tiveram no passado uma relação agridoce. Tudo começou quando, em 2007, Alonso podia ter vivido um dos anos mais promissores da sua carreira, não fosse a chegada de Hamilton que ninguém adivinhava ser tão brilhante. A partir daí, a má relação entre os dois escalou e foram sempre constantes as provocações entre ambos.

    Hoje em dia, afortunados somos por podermos continuar a assistir aos duelos cheios de talento entre dois génios, mas desta vez com desportivismo.

    Talentoso e irreverente desde os seus tempos de rookie, tornou-se no mais novo de sempre a ser bicampeão da modalidade. Foi em 2005 e 2006 que Fernando Alonso conseguiu pôr um fim à era Schumacher ao serviço da McLaren.

    Em 2018 e depois de mais de 300 corridas feitas, Alonso despediu-se das pistas, apesar de não excluir um regresso caso tivesse um carro competitivo.

    Foi o que aconteceu, ao fim de dois anos, quando abraçou o projeto da Alpine, que não foi de todo um mar de rosas.

    No seu segundo ano de contrato, em 2022, os problemas adensaram-se e os sinais de instabilidade faziam prever uma possível saída no final da época. Nesse ano, a falta de confiabilidade resultou em seis desistências e foram muitos os pontos que tanto Alonso como Ocon perderam devido a falhas no motor.

    Nessa altura começam a surgir os rumores da sua passagem da Alpine para a Aston Martin. Por um lado, havia quem não acreditasse nessa possibilidade fruto dos consistentes resultados que ainda conseguia apresentar. Por outro lado, muitos não achavam que um piloto tão experiente como Alonso fosse escolher uma equipa que se apresentava de uma forma tão fraca como a Aston Martin, em 2022.

    Breve análise da temporada até ao momento

    Já no início desta época, ao serviço do seu AMR23, Alonso mostrou estar um passo à frente do que qualquer outro piloto. Optou por uma equipa com mais dúvidas do que certezas e apresentou-se ao volante de um “super carro” que entusiasmou qualquer amante de Fórmula 1. Um modelo capaz de imprimir uma boa velocidade de ponta e com uma boa pressão aerodinâmica, tem um equilíbrio como pouco se viu neste início de temporada.

    Só a equipa de Verstappen e Pérez foi capaz de fazer frente à Aston Martin, com um carro que conseguiu ter um segundo de diferença para o segundo carro mais rápido do grid, sendo quase imbatível. No lado oposto, estavam os McLaren que apesar de terem começado o ano de uma forma catastrófica, conseguiram apresentar uma evolução que surpreendeu quem os desvalorizou. A Mercedes não foi capaz de apresentar um carro entusiasmante, contudo começou a temporada de uma forma constante e sólida. Já a Ferrari não esteve muito diferente do que aconteceu na época passada, sendo frequentes os erros estratégicos, falhas na pit stop e indecisão sobre qual dos pilotos é o número um da equipa.

    Este ano, talvez sejam os pilotos menos “vistosos” a serem a revelação do campeonato. Um piloto como Alex Albon que leva um Williams a exibições surpreendentes, um Liam Lawson a mostrar ser o “substituto” perfeito para uma equipa como a Alpha Tauri, ou um rookie como Piastri com talento para impressionar qualquer um.

    Fernando Alonso começou a temporada imparável tendo sido a principal ameaça da Red Bull, depois de conseguir terminar no pódio seis das oito primeiras corridas do ano. Fez ainda a proeza de ultrapassar a marca dos 100 pódios em toda a sua carreira. O espanhol terminou a primeira metade da época em terceiro lugar no campeonato, tendo estado à frente tanto dos pilotos da Mercedes como da Scuderia Ferrari. Ele é o verdadeiro significado de que velhos são os trapos e que os lugares da frente continuam a pertencer-lhe.



    Artigo redigido por Mafalda Ferreira Costa

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    Mafalda Ferreira Costa
    A Mafalda está no último ano da licenciatura em jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social (ESCS). É apaixonada por desporto e vê nele um hábito diário na sua vida. Desde sempre que acompanha futebol e Fórmula 1, tendo-se rendido recentemente ao ténis. Para além do desporto, a escrita é outra das suas paixões e vê no Bola na Rede a fusão perfeita para aliar esses dois mundos.