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Fórmula 1 | GP Bahrain: Falemos de Heróis…

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Desde que acompanho Fórmula 1, esporadicamente durante a década de 2000 e “a sério” desde 2017, nunca tive uma corrida que me esgotasse tanto psicologicamente como esta. Com certeza que quem lê este artigo, sabe precisamente o que aconteceu na primeira volta. Romain Grosjean (HAAS) teve um dos piores acidentes que já vi na Fórmula 1. Felizmente, saiu relativamente ileso, com algumas queimaduras, e a suspeita de costelas fracturadas, praticamente um milagre, depois do impacto visto.

O facto de ele estar bem, deve-se a todos os avanços tecnológicos e de segurança que a Fórmula 1 e a FIA implementaram, e ainda pela fenomenal equipa do carro médico, que teve o sangue frio de não hesitar, e literalmente lançar-se às chamas para ajudar um homem. Esses heróis merecem nomes, e são o piloto do carro médico Alan van der Merwe e o delegado médico da Fórmula 1, o Doutor Ian Roberts. Em nome de toda a comunidade de Fórmula 1, penso que é seguro dizer que vos agradecemos, por evitarem o pior.

Hoje foi um dos dias em que a comunidade da Fórmula 1 gritou em uníssono, e como tal, este artigo não poderia ser apenas “meu”, e por isso deixo aqui também as palavras do David Pacheco, colaborador do Bola na Rede:

“Hoje, a Fórmula 1 parecia voltar aos anos 70, mas, serve este acidente de Grosjean para perceber o quão longe já chegou a segurança no desporto motorizado. Mas, nunca esquecer, continua a ser um desporto de risco.”

A CORRIDA: A LUTA PELO TERCEIRO LUGAR É UM FILME DO HITCHCOCK

Desviando as nossas atenções para a corrida em si, esta recomeçou vários minutos depois, enquanto foram reparadas as barreiras onde embateu Romain Grosjean. Não foi propriamente aí que regressamos a uma corrida, porque numa embrulhada com Daniil Kvyat (Alpha Tauri), o Racing Point de Lance Stroll ficou de rodas para o ar, o que obrigou a um safety car, enquanto este carro era retirado.

A partir deste ponto as coisas acalmaram, a corrida regressou, e Lewis Hamilton foi, como costume, o primeiro a atravessar a linha de chegada, controlando a corrida de início ao fim, contudo, desta feita, com Max Verstappen (Red Bull) constantemente a morder-lhe os calcanhares. O piloto da Red Bull acaba por ser prejudicado por uma rara paragem lenta da equipa, que lhe poderia ter dado uma oportunidade para lutar pela vitória.

A corrida terminou atrás do safety car, e este foi causado pelo tremendo azar de Sergio Perez. Se já custa saber que um dos melhores da grelha ainda não tem equipa para o ano, ainda custa mais quando este vai para um excelente pódio, e a poucas voltas do fim, o motor Mercedes desiste. Foi doloroso ver um pódio fugir desta forma ao mexicano, que mesmo apesar deste problema, tem 63 pontos nas últimas sete corridas, para apenas dois de Lance Stroll. Alguma coisa não faz sentido aqui, mas deixo essa decisão para vocês.

O sortudo no meio disto tudo, foi Alexander Albon, que teve provavelmente a sua corrida mais silenciosa da temporada, mas que chegou para o pódio. Ainda muito atrás do seu colega de equipa, desta vez não tropeçou nele próprio, e aproveitou as oportunidades quando estas surgiram e conseguiu o seu segundo pódio da temporada.

Se ontem sugeri que a Mclaren era a equipa a observar, e que precisariam de uma cartada de génio para manter acesa a luta pelo terceiro lugar do campeonato, eles fizeram isso, e ainda tiveram o bónus de nenhum Racing Point terminar a corrida. O fantástico quarto lugar de Lando Norris e o quinto de Carlos Sainz, foram quase o melhor cenário possível para a equipa britânica. Particular destaque para Sainz que fez uma corrida fabulosa desde 15º na grelha, com um fenomenal período nos macios que toda a gente dizia que não duravam, talvez em mãos menos habilidosas isso fosse verdade.

Pierre Gasly (Alpha Tauri) foi o homem em sexto, com mais uma performance fabulosa, que pode ter sido salva pelo safety car no final da corrida, numa fase onde estava a perder imenso tempo em pneus antigos. Daniel Ricciardo ( Renault), acabou por ficar em sétimo, após várias disputas com o seu colega de equipa, Esteban Ocon que terminou em nono. Valtteri Bottas, ficou entre os dois Renault, em oitavo, após um furo no recomeço da corrida o obrigar a recuperar posições perdidas. Mais uma prova que o Mercedes tem sérias dificuldades quando não começa desde a frente.

Charles Leclerc parecia ter uma boa dose de pontos na mão, após um fabuloso arranque depois da bandeira vermelha, contudo, foi ficando para trás, segurando apenas um ponto para a sua equipa.

Fora do top 10 não houve nenhuma surpresa em particular, com Daniil Kvyat a atrair demasiada atenção, após estar envolvido (sem culpa em ambos) nos acidentes de Grosjean e Stroll.

Foi uma corrida difícil, após o acidente de Grosjean, a vontade de a ver era muito pouca, mas depois pensei como estariam mentalmente estes pilotos. Eu achava difícil de ver a corrida, mas estes homens estavam dispostos a voltar para a pista depois de ver um colega a safar-se por pouco, e isso, é coragem, é determinação. O risco nunca deixará de estar lá, mas o facto de que Romain Grosjean ter sobrevivido a isto, prova que a procura pela segurança, deve sempre ser uma prioridade. Agora Romain, quando puderes abraça a tua família com toda a força, e se sentires que não queres voltar, é perfeitamente compreensível, és um herói, e obrigado por tudo.

Foto de capa: Haas F1 Team

Luís Manuel Barros
Luís Manuel Barros
O Luís tem 21 anos e é de Marco de Canavezes, tem em si uma paixão por automobilismo desde muito novo quando via o Schumacher num carro vermelho a dominar todas as pistas por esse mundo fora. Esse amor pelas 4 rodas é partilhado com o gosto por Wrestling que voltou a acompanhar religiosamente desde 2016.                                                                                                                                                 O Luís escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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