GP Austrália: Da operação ao apêndice à smooth operation

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    A CORRIDA: SAINZ ‘SUBSTITUI’ VERSTAPPEN EM MELBOURNE EM CORRIDA COM 1-2 DA FERRARI

    A Fórmula 1 ainda tem capacidade de nos surpreender, por muito monótono que seja o domínio de um piloto e de uma equipa ao longo de vários anos. De vez em quando, surge aquela pista em que a equipa dominante tem mais dificuldades para afinar o carro de forma perfeita e o piloto dominante tem uma avaria que o condiciona. Foi o caso deste Grande Prémio da Austrália.

    Max Verstappen tinha conquistado mais uma pole position no dia anterior, mas tinha ficado a ideia de que a Ferrari podia ter ficado mais próxima. O dia da corrida é quando a Red Bull costuma ir embora sem oposição, mas Verstappen nem teve hipótese de o fazer. Apesar de arrancar bem, foi logo ultrapassado por Carlos Sainz na primeira volta, com os travões a deitarem fumo pouco depois, levando ao seu abandono. Por outro lado, Sergio Pérez teve uma prova também desapontante, não indo além da quinta posição, a 56 segundos do vencedor, o que me leva a pensar que Verstappen não teria tido uma corrida descansada na frente se tivesse tido uma corrida.

    Mas, voltando ao vencedor, Carlos Sainz fez uma corrida impecável do início ao fim. Tendo falhado a ronda anterior na Arábia Saudita devido a uma apendicite, o espanhol, que não tem ainda lugar na grelha para 2025, nunca mais largou a liderança depois de passar para a frente. Numa corrida de duas paragens, que não costuma ser o caso em Melbourne, Sainz parou sempre mais tarde do que o colega de equipa Charles Leclerc e controlou a prova toda, com o monegasco a terminar em segundo.

    Leclerc partia apenas do quinto lugar e teve mais problemas com a granulação dos seus pneus numa fase inicial, obrigando-o a parar mais cedo. Depois disso, a luta de Leclerc foi mais com Lando Norris do que com Sainz, com a McLaren a fazer com que o britânico passasse para a frente de Oscar Piastri para tentar que Norris, também com vantagem de pneus, se aproximasse de Leclerc. Mas a Ferrari tinha um carro mais rápido e Norris acabou por ter de se contentar com o terceiro posto, à frente do colega de equipa, a correr em casa.

    Sergio Pérez teve a tal prova complicada que já referi anteriormente, terminando a quase um minuto do vencedor, nunca chegando à luta da frente como o Red Bull costuma fazer. O mexicano queixou-se de granulação nos seus pneus logo no primeiro stint, acabando por fazer uma corrida solitária para terminar onde terminou. Fernando Alonso conseguiu um bom sexto lugar, conseguindo levar mais uma vez a melhor sobre George Russell, tal como na Arábia Saudita, sendo que Russell até bateu no final, com a prova a terminar em safety car virtual.

    Lance Stroll terminou a 13 segundos do seu colega de equipa, no sétimo lugar, com Yuki Tsunoda a conquistar os primeiros pontos da RB esta época, à frente dos dois Haas, que voltam a pontuar depois do décimo lugar de Hulkenberg em Jeddah. Para além da batida de Russell e do problema de Verstappen, também Lewis Hamilton abandonou a meio da prova, com um problema no motor do seu carro, num dia e fim de semana negros para a Mercedes.

    PILOTO DO DIA

    Carlos Sainz – Carlos Sainz tem-se tornado num dos meus pilotos favoritos ao longo destes últimos anos e performances como estas ajudam a justificar. O espanhol teve mais um fim de semana bastante bom, tanto em qualificação como em corrida, saindo de Melbourne com a sua terceira vitória da carreira na Fórmula 1.

    DESILUSÃO DO DIA

    Red Bull – Não há como esconder que a Red Bull é a grande deceção do dia, com Max Verstappen a não ir além da primeira volta e Sergio Pérez com uma prestação bastante modesta. Dominadora das primeiras duas corridas do ano, a equipa austríaca teve hoje um dia para esquecer em Melbourne.

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    Bernardo Figueiredo
    Bernardo Figueiredohttp://www.bolanarede.pt
    O Bernardo é licenciado em Comunicação Social (jornalismo) na Universidade Católica de Lisboa e está a terminar uma pós-graduação em Comunicação no Futebol Profissional, no Porto. Acompanha futebol atentamente desde 2010, Fórmula 1 desde 2018 e também gosta de seguir ténis de vez em quando. Pretende seguir jornalismo desportivo e considera o Bola na Rede um bom projeto para aliar a escrita ao acompanhamento dos desportos que mais gosta.