GP Cidade do México: Outro dia, outra vitória, outro recorde

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    A CORRIDA: NEERLANDÊS VOOU NO HERMANOS RODRÍGUEZ, PÉREZ ABANDONOU NA PRIMEIRA VOLTA, HAMILTON E LECLERC TAMBÉM COM PÓDIO

    Gianpiero Lambiase não podia ter dito melhor no final da corrida (e agradeço-lhe profundamente por me dar o título para esta crónica): “Another day, another win, another record”. Max Verstappen voltou a dominar um Grande Prémio de Fórmula 1, desta vez na Cidade do México, igualando o número de vitórias de Nigel Mansell na Fórmula 1 e vencendo o 16.º Grande Prémio da temporada.

    O neerlandês, pese embora ter perdido para os dois Ferrari na qualificação de ontem, resolveu os seus problemas logo no arranque, chegando em primeiro à primeira curva. Ao contrário de outras provas, Max pareceu ter mais problemas com os seus pneus e foi o primeiro do grupo da frente a parar nas boxes, parecendo indicar que iria para uma estratégia de duas paragens que lhe poderia colocar mais uma ou outra complicação, até que um estranho acidente de Kevin Magnussen provocou uma bandeira vermelha, levando a uma segunda metade de corrida que não teve paragens nas boxes. Nesse segundo stint, Verstappen foi implacável e deixou o segundo classificado Lewis Hamilton a quase 14 segundos de distância.

    O mais velho dos britânicos da Mercedes também merece um destaque positivo, mostrando desde cedo que a Mercedes tinha o segundo melhor carro no dia de hoje. Apesar de ter partido da sexta posição, Lewis conseguiu tirar Daniel Ricciardo da frente e começar a pressionar os Ferrari. A bandeira vermelha deu-lhe algum jeito, permitindo-lhe partir à frente de Carlos Sainz, ultrapassando depois Charles Leclerc para acabar num confortável segundo lugar, com a volta mais rápida. Com os pneus médios para o segundo stint, Hamilton não pôde fazer muito perante Verstappen, mas fez uma gestão de pneus inteligente para não ser incomodado pelo monegasco da Ferrari, que partiu da pole position, mas, perante a desvantagem de ritmo para Verstappen e Hamilton, fez o melhor resultado possível.

    Sainz terminou em quarto, tendo uma corrida relativamente sossegada, com Lando Norris a terminar em quinto, depois de partir da 17.ª posição. O homem da McLaren pode estar orgulhoso da sua recuperação, tendo feito provavelmente as duas melhores ultrapassagens da prova, uma sobre Daniel Ricciardo e outra sobre George Russell, que acabou em sexto, mas ainda teve de suster os ataques de Ricciardo na última volta. O australiano da AlphaTauri também fez uma belíssima corrida, depois de uma excelente qualificação ontem, terminando em sétimo e ajudando a AlphaTauri a sair do último lugar do campeonato de construtores. Oscar Piastri, Alex Albon e Esteban Ocon completam os lugares pontuáveis.

    Pierre Gasly, Yuki Tsunoda (que também poderia ter conseguido um resultado nos pontos, mas foi impaciente numa luta com Piastri e foi atirado para fora de pista), Nico Hulkenberg, Valtteri Bottas e Zhou Guanyu completam o lote de pilotos que terminaram a corrida, com abandonos de Logan Sargeant, Lance Stroll, Fernando Alonso (quem viu a Aston Martin no início do campeonato não imaginaria uma quebra tão grande), Kevin Magnussen e Sergio Pérez.

    Vale a pena destacar a micro corrida do mexicano, que não passou da primeira volta depois de um incidente com Charles Leclerc. Tal como Max Verstappen, o mexicano, que tinha largado de quinto, arrancou bastante bem e chegou à primeira curva em condições de subir ao segundo lugar. Contudo, um pouco como Tsunoda com Piastri, o mexicano virou demasiado cedo e deixou Leclerc sem sítio por onde ir, com o monegasco a levantar o Red Bull para fora de pista, com os danos no carro do mexicano a impossibilitarem-no de continuar. Nas entrevistas pós-corrida, Leclerc ainda ouviu assobios, mas não podia ter feito muito mais. Pérez também permite nova aproximação de Lewis Hamilton no campeonato, com 20 pontos a separá-los quando faltam três Grandes Prémios.

    PILOTO DO DIA

    Lando Norris – A qualificação do britânico ontem foi desastrosa e condenou-o a uma prova de recuperação, mas Norris efetuou-a bastante bem. Sobretudo depois da bandeira vermelha, o ritmo de Lando foi muito interessante e o nível das suas ultrapassagens não ficou atrás, com Ricciardo e Russell a ficarem para trás e Norris a terminar no top-5.

    DESILUSÃO DO DIA

    Aston Martin – Sergio Pérez seria também obviamente um candidato a desilusão do dia, mas prefiro colocar o foco na Aston Martin, que começou o ano com o segundo carro mais rápido, e, a partir do meio da temporada, tem vindo a cair a pique. Alonso esteve sempre no fundo da grelha e acabou por abandonar com um problema no seu carro, enquanto Lance Stroll (que, à semelhança dos Estados Unidos, partiu do pitlane depois de uma má qualificação) também abandonou perto do fim, após um incidente com Valtteri Bottas em que o finlandês também não tinha por onde ir. Antecipa-se um final de época penoso para a equipa britânica, com curiosidade para perceber como vão aparecer em 2024.

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    Bernardo Figueiredo
    Bernardo Figueiredohttp://www.bolanarede.pt
    O Bernardo é licenciado em Comunicação Social (jornalismo) na Universidade Católica de Lisboa e está a terminar uma pós-graduação em Comunicação no Futebol Profissional, no Porto. Acompanha futebol atentamente desde 2010, Fórmula 1 desde 2018 e também gosta de seguir ténis de vez em quando. Pretende seguir jornalismo desportivo e considera o Bola na Rede um bom projeto para aliar a escrita ao acompanhamento dos desportos que mais gosta.