GP Grã-Bretanha: Dobradinha enganadora da Mercedes e Ferrari desilude

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    Uma semana depois, a partida para a corrida de Silverstone era baseada numa estrutura idêntica: um Mercedes na Pole e os dois Ferrari na segunda e terceira posições. Hamilton fez um tempo canhão na qualificação, sem margem para qualquer dúvida que eventualmente pudesse existir. Raikkonen, que durante a semana levou um puxão de orelhas de Marchionne, alcançou a segunda posição da grelha e Vettel, que se queixou do excesso de tráfego na última chance, acabou por terminar o pódio dos três mais rápidos. Bottas tinha-se qualificado em quarto lugar mas, por ter mudado a caixa de velocidades, sofre uma penalização de cinco lugares.

    No começo da corrida de Silverstone, Hamilton partiu bem e nunca chegou, de facto, a ser incomodado. Kimi Raikkonen, sem conseguir acompanhar o ritmo do inglês, rapidamente se isolou, ao passo que Vettel era surpreendido por Verstappen, fruto novamente de uma má partida. Alonso e Ricciardo partiram das últimas posições e faziam uma corrida de trás para a frente. Em relação aos pneus, Bottas era o único dos dez mais rápidos que começara a corrida com pneus soft, ao contrário da maioria que tinha montados pneus super soft.

    A primeira e única intervenção do safety-car foi para remover o Toro Rosso de Sainz da pista, após colisão com Kvyat.

    Nunca os pneus tiveram tanto impacto numa corrida como na de hoje. As equipas equacionaram realizar duas paragens na box, mas o risco é algo que pode trazer frutos ou dissabores. Hamilton e Raikkonen tinham as suas corridas controladas e isoladas, enquanto Vettel perdia tempo atrás de Verstappen na luta pela terceira posição. Após duelo intenso entre ambos, Vettel era o primeiro dos da frente a realizar a paragem na box, decorria a volta 20.
    Entretanto, Bottas já era quinto classificado, ele que partira da nona posição. Na volta seguinte, parou Verstappen, e o Ferrari de Vettel conseguia desta forma ultrapassar o Red Bull do holandês.

    Rapidamente os quatro pilotos da frente se “encaixaram entre eles”, com Mercedes, Ferrari, Ferrari e Mercedes. A diferença é que os Mercedes tinham feito as paragens na box bastante mais tarde, logo, era de esperar que ambos tivessem com andamento e ritmo superior na ponta final da corrida.

    Bottas foi o último a parar na box, ao montar os pneus super soft, e esperava-se uma luta com Vettel pela terceira posição. Após uma primeira tentativa do finlandês, rapidamente se constatou que o alemão iria tentar agarrar a todo o custo a última posição do pódio. Tal não aconteceu e Vettel já tinha avisado a equipa que já não tinha aderência nos pneus da frente e ainda faltavam mais de dez voltas para o final.

    Lewis Hamilton era líder isolado, Raikkonen estava descansado na segunda posição e, ainda que Bottas voasse com os pneus frescos, mas era humanamente impossível o finlandês da Mercedes alcançá-lo. Vettel era quarto e, com a degradação dos pneus que tinha, minimizava, assim, as perdas face ao campeonato. Verstappen em quinto lugar, comunicava igualmente à equipa que possuía o mesmo problema da Ferrari.

    Fonte: Fórmula 1
    O momento da corrida: Raikkonen com um furo a duas voltas do fim
    Fonte: Fórmula 1

    O momento chave de uma corrida sem história foi, objectivamente, a duas voltas do final. Raikkonen viu-se obrigado a ir às boxes, o pneu dianteiro esquerdo estava furado e a corrida estava completamente estragada. No meio do azar, o finlandês conseguia sair da box no quarto lugar e Vettel subia à terceira posição. O pior para a Scuderia Ferrari ainda estava para vir, decorria a última volta da corrida, quando Sebastian Vettel também teve um furo no mesmo pneu que o seu colega de equipa tinha tido. O desespero dos homens de Maranello era incrível e o alemão saiu da box e terminou a corrida no sétimo lugar.

    Destaque para a Red Bull, Max terminou no quarto lugar e Ricciardo fez uma corrida inacreditavelmente fantástica, ao terminar no quinto lugar, depois de ter partido da penúltima posição da grelha. A fechar os pontos, ponto positivo para os Force India, para Hulkenberg, da Renault, e Massa, num Williams.

    O destaque pela negativa vai para Palmer que nem chegou a partir, e para Kvyat, que protagonizou mais um momento infantil, estragando a corrida aos colegas de profissão, neste caso a Sainz, logo na primeira volta. Alonso acabou por ser o último desistente, com problemas na unidade motriz.

    A Mercedes acaba por ser a sortuda deste Grande Prémio, ao alcançar a dobradinha. É verdade que Hamilton liderou de fio a pavio, é, incontestavelmente, um grande vencedor, mas Bottas acabou por ser quem mais lucrou com a estratégia e falhas da Ferrari.

    No que a Mercedes conseguiu ter sorte na Áustria, a Ferrari hoje provou do próprio veneno. No entanto, é notório que a Mercedes tem um maior desempenho e ritmo com qualquer tipo de pneus do que a Ferrari.

    Hamilton vence, sem espinhas, numa corrida onde a Ferrari falhou totalmente na estratégia, parecendo uma equipa estreante e que, ainda assim, conseguiu ter sorte no meio do azar e a Mercedes acaba por festejar uma dobradinha enganadora.

    Estando precisamente a meio de um campeonato que cada vez é mais renhido, Vettel lidera com um ponto de vantagem sobre Hamilton e Bottas encontra-se a menos de uma vitória do líder.

    O próximo Grande Prémio é de 28 a 30 de Julho, na Hungria.

    Foto de Capa: Fórmula 1

    Artigo revisto por: Francisca Carvalho

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    Duarte Machado
    Duarte Machadohttp://www.bolanarede.pt
    O Duarte é licenciado em Sociologia e é natural de Portimão, sendo um acompanhante activo principalmente do Desporto motorizado, acompanha, desde cedo, a Fórmula 1. Não perde nenhum Grande Prémio e se o cavalinho rampante agarrar primeiro a bandeira de xadrez ainda melhor!                                                                                                                                                 O Duarte não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.