A CORRIDA: LANDO NORRIS VOLTOU A ARRANCAR MAL, MAS PASSOU VERSTAPPEN NO PRIMEIRO STINT E DEPOIS DOMINOU
No regresso da Fórmula 1, após a pausa de verão, havia a curiosidade de perceber se as hierarquias que tínhamos visto até ao Grande Prémio da Bélgica se mantinham. Após a corrida nos Países Baixos, houve pelo menos uma coisa que mudou: a McLaren não complicou a estratégia desta vez e venceu com naturalidade na casa de Max Verstappen.
Lando Norris saía da pole position, com o neerlandês ao seu lado, e a verdade é que o britânico voltou a arrancar mal, com Verstappen a saltar para a liderança. Desta vez, isso não comprometeu a corrida de Lando Norris, que se mostrou mais rápido do que o campeão do mundo e ultrapassou-o ainda no primeiro stint. Quando Verstappen parou na box, já estava a seis segundos do piloto da McLaren, que parou na volta seguinte e rumou a uma vitória tranquila (22.896 segundos), com direito a volta mais rápida na última volta. Verstappen não pôde fazer mais do que contentar-se com o segundo lugar, tendo agora uma vantagem de 70 pontos no campeonato de pilotos, com a McLaren a ficar a 30 pontos da Red Bull nos construtores.
O terceiro lugar pertenceu a Charles Leclerc, com a Ferrari a ser uma das surpresas positivas do dia de hoje. Depois de uma qualificação que não deixava antever nada de bom na luta com McLaren, Red Bull e Mercedes, o monegasco executou uma excelente corrida e com uma boa estratégia também. Estando perto de Oscar Piastri e de George Russell, o monegasco parou primeiro que os seus adversários, com Russell a tentar responder imediatamente, mas a sair atrás de Leclerc. Já Piastri, percebendo que ia sofrer um undercut, parou várias voltas depois, mas nem a diferença de pneus lhe serviu para ficar à frente de Leclerc, que conquistou um merecido pódio.
Piastri completou um fim de semana aquém das expetativas no quarto lugar, com Carlos Sainz em quinto, confirmando o bom ritmo que a Ferrari tinha nesta corrida, à frente do Red Bull de Sergio Pérez. Desilusão para a Mercedes, que foi a única equipa do top-4 do campeonato de construtores a não conseguir fazer funcionar a estratégia de uma só paragem. Lewis Hamilton saía de 14.º e já tinha vida complicada, fazendo a recuperação possível, mas George Russell acabou num desapontante sétimo lugar.
Nota ainda para uma corrida de Pierre Gasly no Alpine. O francês, que tinha conquistado um pódio na corrida do ano passado, terminou em nono, começando com um bom primeiro stint em que conseguiu aguentar Hamilton atrás de si, até o britânico parar na box para o undercut. Gasly foi dos últimos a parar, mas saiu à frente dos Aston Martin e depois foi apenas uma questão de ultrapassar um Nico Hulkenberg que tinha parado bastante cedo e já estava em dificuldades com os pneus. Gasly conquistou assim dois pontos, com Fernando Alonso a fechar o top-10.
PILOTO DO DIA
Charles Leclerc (Ferrari) – Não era imaginável que a Ferrari fizesse uma corrida tão positiva em Zandvoort, olhando para a forma como tinham corrido os treinos livres e a qualificação. No caso de Leclerc, o ritmo foi sempre bom e a estratégia também o ajudou, conseguindo aguentar Oscar Piastri no último stint.
DESILUSÃO DO DIA
Mercedes – Sendo verdade que Lewis Hamilton fez o resultado possível depois de uma má qualificação e de uma penalização, também é verdade que a Mercedes foi a quarta equipa nos Países Baixos e a única incapaz de fazer funcionar a estratégia de uma só paragem. George Russell foi o que mais sofreu com isso, terminando em sétimo depois de se qualificar em quarto.