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    A primeira corrida de Fórmula 1 do ano, no Bahrain, trouxe uma história a que já estávamos habituados. Max Verstappen saiu da pole position, liderou todas as voltas e venceu com uma margem altamente confortável, quando os treinos livres e a qualificação podiam fazer prever algo mais equilibrado. Há aqui uma sensação de déjà vu das últimas épocas, não há?

    Para recapitular, Daniel Ricciardo, Lewis Hamilton e Carlos Sainz foram os mais rápidos nas três sessões de treinos livres, embora uma análise às long runs dos treinos livres já fizesse antever que a Red Bull ia ser rápida e consistente em corrida. A esperança era que a concorrência estivesse mais próxima, com a qualificação a dar esses sinais de maior proximidade.

    Na qualificação de sexta-feira, foi Verstappen que conseguiu a pole position, com uma vantagem de pouco mais de dois décimos sobre Charles Leclerc, mas a volta mais rápida de toda a qualificação foi feita pelo monegasco na Q2. Depois de vermos nos testes que a Ferrari tinha melhorado bastante o problema de degradação nos seus pneus, a expetativa era de que Verstappen teria de suar um pouco mais para chegar à vitória.

    Mas é aqui que entra o déjà vu das últimas duas épocas, com a Red Bull a ter um carro muito mais virado para a corrida do que para a qualificação. Sendo também verdade que a distância de Verstappen para os restantes pode ter sido exagerada pelos problemas que alguns estavam a sentir (problemas de travões nos Ferrari, sobretudo no de Leclerc, problemas de sobreaquecimento no Mercedes de George Russell), mas esta preferência pela corrida já é adotada pela Red Bull desde 2022, como o próprio Adrian Newey, principal responsável pelos carros, já chegou a admitir.

    A Red Bull deu-se também ao luxo de guardar um jogo de pneus macios novos para a corrida, com Carlos Sainz a dizer no final que já tinha reparado que a degradação dos Red Bull com os pneus macios era semelhante à de todos os outros com pneus duros. E basta comparar a qualificação com a corrida para perceber que as vantagens que a Ferrari tinha na sexta-feira (nomeadamente na curva 4 e em todo o terceiro setor) pura e simplesmente desaparecem na corrida.

    E depois há a diferença entre pilotos, com Max Verstappen bem mais capaz de se adaptar mais facilmente àquilo que a Red Bull lhe dá do que Sergio Pérez. Numa qualificação apertada, Max fez a pole, enquanto Checo foi quinto classificado, com o neerlandês a terminar a corrida com uma vantagem de mais de 22 segundos sobre o seu colega de equipa, que fechou com cerca de três segundos de vantagem sobre Sainz.

    A época é longa, embora muitos já tenham partido para a mesma com a convicção de que Verstappen e a Red Bull vão revalidar os respetivos títulos (opinião partilhada por Fernando Alonso, por exemplo). Contudo, nem todas as pistas são iguais e há algumas em que a concorrência estará mais próxima, bem como outras em que será mais difícil encontrar uma afinação perfeita para o carro. Aí poderemos ter mais animação, mas, se é verdade que muitos dos adversários deram um passo em frente, a Red Bull também o fez e tem tudo para dominar mais um ano.

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    Bernardo Figueiredo
    Bernardo Figueiredohttp://www.bolanarede.pt
    O Bernardo é licenciado em Comunicação Social (jornalismo) na Universidade Católica de Lisboa e está a terminar uma pós-graduação em Comunicação no Futebol Profissional, no Porto. Acompanha futebol atentamente desde 2010, Fórmula 1 desde 2018 e também gosta de seguir ténis de vez em quando. Pretende seguir jornalismo desportivo e considera o Bola na Rede um bom projeto para aliar a escrita ao acompanhamento dos desportos que mais gosta.