Já não falta muito para o início de mais uma temporada de Fórmula 1. As equipas vão, uma a uma, apresentando os carros com que vão correr em 2022, e na quarta-feira já há testes em Barcelona e todos vão entrando no espírito. A própria FIA anunciou algumas alterações na sua estrutura que devem, em teoria, melhorar alguma coisa.
Para quem não sabe do que estou a falar, o novo presidente da FIA, Mohamed Ben Sulayem, anunciou uma série de alterações ao nível da direção de corrida. Michael Masi deixa de ser diretor, sendo substituído pelo português Eduardo Freitas e pelo alemão Niels Wittich, que vão alternar o cargo, acompanhados por Herbie Blash, conselheiro sénior. A saída de Masi agrada-me, depois do que foi 2021, e a entrada de um português é sempre bem-vinda. Dividir as funções já tem que se lhe diga.
Freitas tem sido diretor de corrida do campeonato do mundo de resistência (WEC) nos últimos 20 anos, ao passo que Wittich é um antigo diretor de corrida do DTM, campeonato alemão de carros de turismo. A experiência não é um problema para nenhum dos dois. A questão é que, se já nem os stewards são os mesmos em todos os fins de semana, estar a alternar entre diretores pode criar alguma inconsistência e confusões nas decisões tomadas. Mas esta não foi a única conclusão anunciada.
F1’s governing body the FIA has announced key changes to refereeing and race direction ahead of the 2022 season#F1 https://t.co/04mcImMI2w
— Formula 1 (@F1) February 17, 2022
A melhor de todas, para mim, está no facto de acabar com as transmissões de comunicações de rádio entre direção de corrida e equipas (será possível falar com o diretor, mas de forma “não-intrusiva”). As comunicações podiam ser positivas para esclarecer uma ou outra questão, mas viu-se que só serviam para ouvirmos as queixas e a ‘choradeira’ das equipas, algo que eu dispenso. Por outro lado, vai ser criada uma sala virtual de controlo de corrida, “como o VAR”, algo que vai permitir “aplicar penalizações utilizando ferramentas tecnológicas modernas”. Não sei se isto é bom ou mau (quem vê Futebol, sabe que o VAR pode funcionar para o melhor e para o pior), mas todas estas mudanças, quer nas pessoas, quer nas ideias, têm pernas para andar.
As asneiras de Masi em 2021 foram mais do que muitas, com Abu Dhabi a ser a gota de água que levou provavelmente à sua saída. Tudo o que se deseja é que as novas pessoas e as novas ideias virem o foco de novo para aquilo que é realmente importante: a ação em pista. Let them race quando for para deixar correr, castigue-se quando for para castigar, e que, no final, todos falemos das corridas por aquilo que os pilotos e os carros fizeram, e não pelas decisões dos comissários.
Foto de Capa: Formula 1
Artigo revisto por Joana Mendes