O Regresso da Ford | Fórmula 1

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    A grande surpresa da apresentação da nova pintura da Red Bull para 2023 não foi, estranhamente, a pintura do monolugar. O momento alto do evento foi, sim, o anúncio do regresso da gigante marca americana Ford à Fórmula 1, enquanto novo fornecedor de motores da equipa austríaca a partir de 2026.

    Com pompa e circunstância, o CEO da Ford, Jim Farley, foi chamado ao palco do evento, que teve lugar em Nova Iorque, para apresentar a visão da empresa para a segunda metade desta década. O envolvimento na Fórmula 1, com uma equipa que se aproxima rapidamente das mais tituladas da modalidade, acontece como fruto do alinhamento das duas entidades na transição para as energias renováveis, num ano em que os regulamentos irão sofrer alterações.

    A Red Bull tem investido recursos no desenvolvimento das unidades motrizes (Red Bull Powertrains) desde o anúncio da retirada da Honda da modalidade, no final da época de 2021. Com efeito, a marca austríaca veio expandindo, durante o ano de 2022, as infraestruturas necessárias à produção dos motores na sua base no Reino Unido, em Milton Keynes – um projecto que deve estar finalizado e completamente funcional a tempo da nova época.

    Com a Red Bull a absorver alguma da capacidade e experiência trazida pelos engenheiros da Honda e, agora, com o anúncio da parceria com a Ford a partir de 2026, estão plantadas as sementes de uma base sólida ao nível do desenvolvimento das futuras unidades motrizes. Se por um lado a Red Bull já tem aquele que é considerado o melhor motor do pelotão, por outro a Ford parece, neste momento, uma aposta de retorno quase garantido tendo em conta o investimento recente nos veículos eléctricos, e a tecnologia associada, por parte da marca americana.

    A história, também ela, fala por si. A Ford regressa à Fórmula 1 com um palmarés invejável como fabricante de motores. Enquanto “Ford”, e com o 406 V8 3.0, a marca só conseguiu somar dois pontos, em 1966 e com Bruce McLaren aos comandos do carro homónimo. Enquanto “Ford Cosworth”, no entanto, formou aquela que foi talvez a melhor parceria da história da modalidade acumulando 176 vitórias, 12 campeonatos de pilotos e 10 campeonatos de construtores, grande parte dessas conquistas advindo do lendário DFV, motor usado durante mais de duas décadas (1967-1988) por múltiplas equipas. As cartas estão, por isso, lançadas. Conseguirá a Red Bull manter o domínio dos últimos dois anos até à viragem da década? Irá a Ford acelerar o desenvolvimento, a investigação, e a produção com vista a uma reentrada “em grande”? E com a Audi já confirmada enquanto novo construtor de peso para 2026… seremos brindados com um duelo de titãs “electrizante”? Ou podem Ferrari, McLaren e demais ter uma palavra a dizer na discussão pela hegemonia da modalidade? Só o tempo dirá, mas para já o futuro da Fórmula 1 é, sem dúvida, promissor.

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    Carlos Eduardo Lopes
    Carlos Eduardo Lopeshttp://www.bolanarede.pt
    Concluída a licenciatura em Comunicação Social, o Carlos mudou-se para Londres em 2013, onde reside e trabalha desde então. Com um pai ex-piloto de ralis e um irmão no campeonato nacional de karts, o rumo profissional do Carlos foi também ele desaguar nas "águas rápidas" da Formula One Management, onde trabalhou cinco anos. Hoje é designer numa empresa de videojogos, mas ainda não consegue perder uma corrida (seja em quatro ou duas rodas).