A Fórmula 1 continua pela Ásia e este fim-de-semana assentou arraiais em Xangai. O Grande Prémio da China deu continuidade à supremacia de Nico Rosberg e causou inesperadas dificuldades a Lewis Hamilton.
Na qualificação, Nico Rosberg aproveitou a quase ausência de Hamilton para se evidenciar. O inglês, que já iria ser penalizado em cinco posições por ter mudado de caixa de velocidades, acabou por não registar qualquer tempo na Q1, devido a problemas com o sistema de recuperação de energia – saiu do último lugar da grelha. Assim sendo, Rosberg foi rei e senhor da luta pela pole-position: mesmo ameaçado pela Ferrari, o alemão acabou por facilmente conquistar a primeira posição do grid. A scuderia italiana, por sua vez, continua a cometer demasiados erros nas voltas de qualificação; Vettel e Raikkonen chegam rapidamente aos primeiros lugares da classificação, mas acabam por perdê-los constantemente, já na Q3.
Ainda assim, nas horas que antecederam a corrida, Lewis Hamilton mostrou-se confiante. O piloto da Mercedes afirmou que o circuito chinês era propício a múltiplas ultrapassagens e que nada estava perdido. Mas o azar bateu à porta do inglês.
Daniel Ricciardo conseguiu um arranque-canhão e roubou a liderança a Rosberg – ainda que por pouco tempo. O australiano acabou por sofrer um furo num dos pneus do seu Red Bull e nunca mais conseguiu chegar perto do Mercedes. A partir daqui, Rosberg limitou-se a controlar um GP que lhe estava entregue desde a qualificação. Atrás, os dois Ferrari anularam-se e goraram todas as expectativas que a equipa tinha. Num acidente quase infantil, provocado pela insubordinação de Daniil Kvyat, Vettel não conseguiu evitar o toque em Raikkonen, provocando a destruição quase total da asa frontal do finlandês. A Ferrari disse adeus à vitória e à possibilidade de dois lugares no pódio logo na primeira volta.
E Hamilton, que tanto ambicionava a clássica corrida de trás para a frente, engolindo posição atrás de posição, teve de mudar de estratégia bem cedo. Um toque com o Sauber de Felipe Nasr, ainda na primeira volta, destruiu por completo a asa frontal do Mercedes e obrigou o inglês a uma paragem forçada e que arruinou todas as expectativas de alcançar os lugares cimeiros da classificação. Ainda assim, a mestria do piloto valeu-lhe a sétima posição.
Até ao fim há pouco mais para contar. Nico Rosberg liderou confortavelmente durante todo o GP, Daniil Kvyat aproveitou, ironicamente, o toque entre os Ferrari para garantir a segunda posição e Vettel conseguiu, esforçadamente, o último lugar do pódio.
Nota negativa para a McLaren, que fica fora dos pontos pela segunda vez esta temporada. Ainda assim, destaque para o regresso de Fernando Alonso, depois do aparatoso acidente na Austrália. É de realçar, também, pelos piores motivos, a prestação da Ferrari neste GP da China. Apesar do pódio, a equipa de Raikkonen e Vettel não soube lidar com o revés da primeira volta e mostrou-se desnorteada durante toda a prova; já para não falar dos erros inadmissíveis da qualificação.
Nota positiva para a Mercedes e para a qualidade técnica e mecânica do mono-veículo de Rosberg. O alemão tem muito a agradecer à equipa, e acabou por fazê-lo, nas entrevistas pós-corrida.
Nico Rosberg alcançou a sexta vitória consecutiva – apenas Michael Schumacher, Alberto Ascari e Sebastian Vettel o haviam conseguido – e cavou ainda mais o fosso para Lewis Hamilton, que é já de 36 pontos. Será este o ano de Nico? Ainda é cedo para conclusões, como diz o próprio. A Fórmula 1 volta no fim-de-semana de 29 de Abril a 1 de Maio, com o Grande Prémio da Rússia, em Sochi.
Foto de Capa: Scuderia Ferrari