Oscar Piastri: O piloto certo no momento errado

    Com apenas duas rondas por disputar na Fórmula 2, o nome de Oscar Piastri assume a dianteira do pelotão de 25 pilotos que fizeram parte da categoria, ao longo do ano. Depois de vencer a Fórmula 3 como rookie, o piloto da Prema Racing está próximo de repetir a façanha no escalão superior.

    Até ao momento, o australiano soma 178 pontos em seis das oito rondas do Campeonato. Na roda, segue o chinês Guanyu Zhou, com 142 e, a fechar o pódio, está o russo Robert Shwartzman, que soma 135 pontos. Com apenas 20 anos, o atleta nascido em Melbourne, na Austrália, assume-se como o mais talentoso da nova fornada de jovens pilotos.

    Caso vença a Fórmula 2, o regulamento não permite que Oscar Piastri tente revalidar o título. Contudo, não existe a perspetiva de que o atleta esteja na F1, no próximo ano. Apesar de todo o entusiasmo em torno do australiano, a única vaga que continua em aberto, na Alfa Romeo, parece destinada a outros.

    Além da possível renovação do atual piloto, Antonio Giovinazzi, a equipa italiana, caso recrute um talento da categoria inferior, deverá apostar em Guanyu Zhou. Tendo em vista a maior expansão do Desporto Motorizado para o mercado chinês e os bons patrocínios que advêm da Ásia, parece ser a aposta mais segura para o único jovem capaz de subir para a categoria rainha.

    Zhou e Piastri, no entanto, têm algo em comum. Ambos os pilotos são produtos da academia da Alpine, que ainda não é conhecida por apostar em jovens promessas. Neste momento, a marca francesa tem, sob contrato, Esteban Ocon – até 2024 – e o veterano campeão do mundo, o espanhol Fernando Alonso – até 2022.

    As portas da Fórmula 1 são cada vez mais difíceis de abrir. Quando fazemos uma pausa no mundo dos graúdos e assistimos às categorias inferiores, rapidamente encontramos diversos pilotos com qualidade para dar o salto qualitativo. Neste momento, o nome de Oscar Piastri é o que mais intriga, porque é inegável, o australiano merece estar entre os melhores.

    No caso de não vencer o Campeonato de Fórmula 2, mesmo assim, merece competir em categorias de cariz profissional. Os últimos rumores dão conta de uma possível mudança para a LMH (Le Mans Hypercar), com competições no Mundial de Endurence e no IMSA, nos Estados Unidos da América.

    Com cada vez menos mudanças no paddock da F1, mais valores se levantam. A cada ano que passa, parece cada vez mais inevitável um alargamento da competição, com mais equipas a surgir e, por consequência, com mais pilotos na grelha de partida. 20, ou até 22 vagas nunca vão ser suficientes para a qualidade que existe nas diversas categorias.

    Apesar de tudo, se não for em 2022, de certeza que Oscar Piastri vai ter uma oportunidade de demonstrar o seu valor na Fórmula 1. Até se definir o desfecho da carreira do australiano, é tempo de assistir à reta final do Campeonato de F2, que promete ser muito emocionante.

    As duas últimas rondas estão marcadas para dezembro. Primeiro, em Jeddah, na Arábia Saudita, no fim de semana de 3 a 5 e, depois, o Campeonato termina, como é hábito, em Abu Dhabi, entre 10 a 12 de dezembro. Os pilotos podem ser jovens, mas a competitividade é merecedora de ser assistida.

    Foto de Capa: FIA Formula 2

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    Clara Maria Oliveira
    Clara Maria Oliveirahttp://www.bolanarede.pt
    A Clara percebeu que gostava muito de Desporto quando a família lhe dizia que estava há muito tempo no sofá a ver Curling. Para isso não se tornar uma prática sedentária, pegava na caneta e escrevia sobre o que via e agora continua a fazê-lo.                              A Clara escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.