Manhã cedo e começa o dia com o troço Batalha Golfe. Ricardo Moura era o oitavo na estrada e bateu contra uma pedra, pondo assim fim ao seu objetivo de lutar pela melhor posição possível e de ganhar a classificação do nacional e do regional de ralis; colocou ainda um ponto final nas aspirações de todos os açorianos a ter um conterrâneo a vencer novamente a sua prova. A mesma pedra fez ainda mais uma vítima. O polaco Kajetan Kajetanowicz não teve melhor sorte do que o açoriano e viu também a sua prova terminar logo no primeiro troço do segundo dia de prova.
No meu texto de antevisão à prova escrevi que “como equipa oficial e pela qualidade dos seus pilotos tem sempre de estar no topo dos favoritos, mas a “saúde” dos carros ainda não é a melhor, o que pode vir a causar muitas dores de cabeça à marca do leão.” E foi precisamente o que aconteceu no dia de hoje. Breen e Abbring dominaram o dia – se tirarmos o troço das Sete Cidades – e estavam a lutar entre si pela primeira posição, mas o irlandês foi forçado a desistir quando, já depois do final da segunda passagem por Feteiras, viu o motor do seu carro pegar fogo. O holandês teve problemas no troço seguinte e “conseguiu” perder os 38s4 que tinha de vantagem sobre Bernardo Sousa, que é agora o líder.
O madeirense – que cumpriu esta sexta-feira 27 anos – tem agora 6s3 de vantagem sobre o holandês da marca do leão, e amanhã deve conseguir aumentar a vantagem, já que, enquanto Abbring está cá pela primeira vez, Bernardo Sousa já vai na sua sétima participação por terras açorianas. A juntar a isto, para mim, tem o melhor carro presente em prova e tem contado com um grande apoio nas estradas, quer pelos açorianos, quer por alguns madeirenses equipados a rigor com a bandeira da região.
Acabou hoje a competição para o nacional e regional de ralis. Pedro Meireles ganhou a sua quarta prova em tantas outras oportunidades e tem o título nacional praticamente garantido. No regional, a vitória foi para Luís Miguel Rego.
Falando agora a um nível mais pessoal e de interesse gral pela prova, hoje voltei a sentir o que é comer terra e levar com pedras na cara e no pescoço. Para muitos é provavelmente uma coisa má, mas para mim e para os verdadeiros entusiastas é uma sensação muito boa, de quem está próximo da emoção.
Na segunda passagem por Batalha Golfe a que fui assistir tive a oportunidade de sentir a emoção ao máximo, quando Robert Consani bateu numa rocha e por pouco evitou o confronto com o muro onde eu e mais algumas pessoas nos encontrávamos. Na curva anterior, Adruzilo Lopes e Diogo Salvi também deixaram escorregar demais o carro e bateram de lado, mas sem quaisquer danos para os dois pilotos continentais.
Para terminar por hoje, destaco ainda a quantidade de guias e mapas que existem sobre esta edição do rali. Não é certamente por falta de informação que as pessoas não vão ter até aos troços, e muito menos ficam sem saber que está a decorrer a prova; como se fosse possível, já que todos os meios de comunicação praticamente só falam neste assunto.