BnR: Há poucos meses atrás foi noticiado que, a partir da próxima época, Portugal poderá passar a ter dois representantes na UEFA Futsal Cup. Se se confirmar, pensa que será positivo para o aumento da competitividade do nosso campeonato?
M.F.: Sinceramente, penso que não. Acho que Sporting e Benfica ainda irão investir mais para serem Campeões Europeus, o que irá aumentar ainda mais o fosso para todos os outros no campeonato interno. A solução terá de passar por estruturar melhor as equipas ditas amadoras, relativamente à forma como gerem e aplicam os seus apoios financeiros, e aumentar os apoios federativos e de transmissões televisivas.
BnR: A seleção portuguesa garantiu recentemente presença no Euro 2018. Após um 4º lugar conquistado no Mundial disputado na Colômbia, o que acha que tem faltado à nossa seleção para ainda não ter conquistado um torneio importante?
M.F.: Parece-me que algumas coisas deveriam ser revistas para que algo mudasse, mas não me quero alongar muito sobre esse assunto.
BnR: Algumas equipas têm criado equipas femininas séniores de Futsal. Acredita que é positivo os clubes apostarem no Futsal feminino?
M.F.: O futsal feminino está em franca evolução e isso agrada-me. O que mais contribuiu para isso foi o modelo de competição adotado pela FPF, desde há 4 anos, sendo que as melhorias foram evidentes. A entrada de clubes mais conhecidos do Futebol 11 não é o mais importante, porque, neste momento, existem equipas muito fortes fora dessa realidade. Basta ver que, desde que foi criada a 1.ª Divisão Nacional, nas primeiras três épocas de existência, as campeãs foram Golpilheira, Novasemente e Vermoim. Este ano, pela primeira vez, o Sporting e o Benfica estão à frente nessa luta, mas a Novasemente ainda pode lá chegar, o que confirma que o Futsal é mesmo uma modalidade à parte do Futebol.
Nota: As fotos foram gentilmente cedidas por Miguel Ferreira