SL Benfica 4-5 FC Barcelona: Golpe de teatro reedita final de 2021

     

    A CRÓNICA: ENCARNADOS ESTIVERAM A VENCER POR 3-0, PERMITIRAM REVIRAVOLTA, EMPATARAM E SOFRERAM… A 17 SEGUNDOS DO FIM   

    Sexta-feira, 29 de abril de 2022, Letónia. A Riga Arena vestiu-se de gala para receber o segundo jogo da Final-Four da Liga dos Campeões entre SL Benfica e FC Barcelona. Pela primeira vez na história, Portugal poderia ter duas equipas na Final da maior competição de clubes do Mundo. Depois do Sporting CP ter trilhado o seu caminho ao eliminar o ACCS, o SL Benfica esteve perto de seguir o mesmo rumo, mas não conseguiu deixar para trás o FC Barcelona.

    Na partida de hoje, as águias entraram com tudo e, nos primeiros 40 segundos, criaram três ocasiões de grande perigo junto da baliza de Dídac Plana que, na última, agarrou Rocha dentro da área e permitiu ao Benfica dispor de um penálti dentro do primeiro minuto da partida. Na cobrança, Tayebi enganou o guardião espanhol e fez o 1-0. Dez segundos depois, o Barça alcançou pela primeira vez a baliza encarnada e logo com André Coelho a acertar na trave. Que início de jogo!

    Depois, inevitavelmente a partida acalmou, embora o ritmo de jogo se tenha mantido praticamente igual. Aos nove minutos, André Coelho perdeu a bola, Rocha recuperou, arrancou pela linha e, perante a saída de Dídac, rematou de pé direito para o 2-0. A seis minutos do fim, o Benfica atingiu a sua quinta falta, mas, até ao intervalo, o Barça não conseguiu aproveitar e, depois de Marcénio atirar ao poste da baliza de André Sousa, Afonso Jesus fez o 3-0, após um primeiro remate de Rocha, num golo que é um autêntico hino ao Futsal, visto que, no espaço de seis segundos, as duas equipas tiveram claras chances de golo.

    Já no segundo tempo, os papéis inverteram-se e, desta feita, foi o Barça que se superiorizou ao seu adversário, e fez o golo (3-1) aos 40 segundos, depois de um infortúnio de André Sousa. Aos 23 minutos, a toada ofensiva dos blaugranas manteve-se, e Pito viu o seu remate embater com estrondo na barra da baliza de André Sousa. A boa entrada do Barça continuou e, aos 30 minutos, Ferrão recebeu um excelente passe de Ortiz e, ainda antes da entrada da área, rematou de calcanhar para o fundo das redes, naquele que foi um autêntico golaço (3-2). A oito minutos do fim, o Benfica alcançou a quinta falta. Aos 35’, Dyego recebeu na esquerda, puxou para o meio, rematou, a bola desviou em Pito e acabou por trair André Sousa (3-3). Pouco depois, Rocha cometeu a sexta falta e, na cobrança, Dyego atirou ao poste, depois de André Sousa voltar a defender o remate.

    A dois minutos do fim, Dyego replicou o que havia feito antes, só que desta vez não houve qualquer desvio, tendo a bola o mesmo destino: as redes da baliza encarnada (3-4). Pulpis pediu de imediato a sua pausa técnica e lançou Chishkala como guarda-redes avançado. O efeito da mudança tática foi imediato, com o russo a receber de Robinho, a driblar um adversário e a desferir um remate forte, de pé direito, para o 4-4. Aos 39’, Ferrão voltou a atirar ao poste, mas a partida iria mesmo para prolongamento, depois do Barcelona operar uma grande reviravolta.

    Com as duas equipas “tapadas” no prolongamento, o jogo abriu e as oportunidades continuaram a surgir nas duas balizas, com os dois guarda-redes a serem predominantes. Aos 48 minutos, Ferrão apareceu isolado e serviu Adolfo que, à boca da baliza, não conseguiu completar o desvio. A 17 segundos do final… o golpe de teatro (4-5). Dyego voltou a desequilibrar na linha, cruzou e Adolfo desviou com o pé direito para o nono golo do jogo. O Benfica ainda apostou no cinco para quatro, mas não conseguiu voltar a empatar e o Barcelona acabou por se qualificar para mais uma final da Liga dos Campeões.

    Com todo o mérito e justiça, os blaugranas foram superiores aos encarnados, mesmo depois de estarem a perder por três golos ao intervalo. O empate custou caro aos jogadores do Benfica, que entraram numa hecatombe emocional e acabaram por “perder” a cabeça e entrar em campos pouco recomendáveis.

     

    A FIGURA

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    André Sousa – Que exibição monumental do guarda-redes internacional português! Está num nível de forma sublime desde o Campeonato da Europa e esta tarde voltou a demonstrar o porquê de ser um dos melhores guarda-redes do mundo. Parou ataques do Barcelona, defendeu remates no um contra um, tirou uma bola de golo praticamente de dentro da baliza e só não defendeu tudo o que tinha para defender porque sofreu quatro golos, sem ter culpa em nenhum deles. Aguentou a sua equipa transmitindo confiança aos seus companheiros e foi o grande herói deste jogo.

     

    O FORA DE JOGO

    Sergio Lozano – Esperava-se mais do capitão blaugrana e Lozano não conseguiu rubricar uma exibição de nível. Foi o comandante da sua equipa, como normalmente, mas acabou por passar ao lado do jogo, embora sem estar ligado, pela negativa, à exibição do Barcelona. É um grande jogador e isso não pode ser posto em causa.

    ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA

    A equipa de Pulpis entrou bastante bem na partida, pressionando alto e conseguindo três oportunidades de golo no primeiro minuto da partida. Aos 41 segundos, já estava na frente do marcador e, aos 17’, já vencia por 3-0. Na segunda parte, a equipa foi totalmente o oposto do primeiro tempo, não conseguiu controlar o Barça e os postes e André Sousa acabaram por adiar o inadiável. No prolongamento, a sorte acabou por bater à porta do Barcelona e as águias estão eliminadas da competição.

    5 INICIAL E PONTUAÇÕES

    André Sousa (9)

    Rómulo (6)

    Robinho (7)

    Ivan Chishkala (7)

    Rocha (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Afonso Jesus (6)

    Nilson (6)

    Arthur (6)

    Rafa Henmi (5)

    Bruno Cintra (5)

    Hossein Tayebi (6)

    Jacaré (6)

    ANÁLISE TÁTICA – FC BARCELONA

    A equipa espanhola acabou por não entrar bem na partida, mas um segundo tempo de grande nível acabou por levar o Barcelona à Final da Liga dos Campeões. Apesar de defensivamente não terem estado no seu melhor nível, o ataque foi demolidor e, não fossem os postes, o jogo poderia ter ficado resolvido nos 40 minutos. Agora, é a reedição da Final do ano passado, diante do Sporting CP.

    5 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Dídac Plana (7)

    André Coelho (6)

    Dyego (9)

    Adolfo Fernández (7)

    Pito (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Carlos Ortiz (6)

    Matheus Silva (6)

    Sergio Lozano (5)

    Marcénio (6)

    Ferrão (7)

     

    Rescaldo da autoria de Tiago Alexandre, redator de Modalidades

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    Tiago Alexandre
    Tiago Alexandrehttp://www.bolanarede.pt
    O Tiago nasceu em Abrantes e, atualmente, estuda em Portalegre, cidade para onde partiu em busca do seu sonho no meio do Jornalismo. Está ligado ao Desporto desde sempre e gosta de rebater as suas opiniões até à última. O Ciclismo e o Futebol - não o 'jogo da bola' - são as suas paixões, sem nunca descurar o Hóquei em Patins, o Futsal e o brilhante mundo dos Esports.