SL Benfica | Um futuro para refletir

    Mas os problemas do futsal do Benfica não se resumem apenas ao treinador e às suas ideias de jogo. A nível do plantel e da sua qualidade individual, a distância para o Sporting parece aumentar. Aqui, os erros na construção do plantel têm sido vários a cada ano.

    Nesta temporada, os erros verificaram-se sobretudo na posição de guarda-redes e de pivot. Os brasileiros Diego Roncaglio e Fits fizeram parte do plantel no início da temporada, quando na realidade, eram jogadores em fim de ciclo no Benfica.

    Na baliza, a situação seria remediada com a titularidade atribuída a André Sousa na segunda metade da época após ter brilhado no Europeu, correspondendo com grandes exibições. No entanto, as exibições nada convincentes de Fits acordaram tardiamente a estrutura, que iria ao mercado de inverno trazer Rocha, pagando a cláusula de rescisão para libertar o jogador que deixou o Sporting no Verão do ano passado.

    Nos últimos anos, aqueles que na minha opinião foram os melhores jogadores de futsal do Benfica são os seguintes: Juanjo, André Coelho, Marc Tolrá, Robinho, Fernandinho e Elisandro. Com excepção de Robinho, nenhum destes jogadores ficou mais de três anos no Benfica. Por outro lado, no Sporting, Alex Merlim e Diego Cavinato estão há sete anos na equipa, continuando a ser jogadores que fazem a diferença.

    Robinho foi o único a permanecer no plantel, muito graças à idade avançada que já tinha. A sua saída anunciada há poucos dias foi na minha opinião, um caso excepcional de um ciclo que encerrou na altura certa. Robinho continuava a ser um jogador importante na manobra ofensiva da equipa, mas creio que já não dava garantias físicas em jogos de nível mais elevado.

    Quanto ao seu concorrente Arthur, foi um dos jogadores encarnados em melhor plano na final do play-off, mas tem sido muito irregular ao longo das suas duas épocas de águia ao peito. O internacional brasileiro tem qualidades ofensivas (sobretudo a nível da finalização e do 1 vs 1) que fazem com que num dia bom, seja um jogador que faça a diferença. No entanto, é um jogador com claras lacunas defensivas e cuja inconsistência faz com que não dê as garantias que um jogador não formado localmente deveria dar.

    Na posição de fixo, esperava-se que o internacional russo Rômulo colmatasse uma lacuna que perdura no plantel desde a saída de Marc Tolrá em 2019. No entanto, com 34 anos e com o recente historial de lesões, Rômulo mostrou-se como um jogador pesado e em défice de confiança, sendo incapaz de dar resposta num contexto de maior grau de exigência.

    Num clube como o Benfica, os jogadores não -formados localmente não podem ser apenas bons jogadores, mas sim jogadores que façam obrigatoriamente a diferença. No plantel actual, Rocha e Ivan Chiskala (que renovou recentemente por mais três épocas) são os únicos que estão a esse nível. Para fazer frente ao Sporting, serão precisos mais uns três jogadores não-formados localmente de topo.

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    Tiago Serrano
    Tiago Serranohttp://www.bolanarede.pt
    O Tiago é um jovem natural de Montemor-o-Novo, de uma região onde o futebol tem pouca visibilidade. Desde que se lembra é adepto fervoroso do Sport Lisboa e Benfica, mas também aprecia e acompanha o futebol em geral. Gosta muito de escrever sobre futebol e por isso decidiu abraçar este projeto, com o intuito de crescer a nível profissional e pessoal.