Um dos rostos do crescimento da formação do futsal português – Entrevista a José Luís Mendes

    BnR: Falando agora um pouco do futsal feminino, que está também ele a atravessar um período de grande evolução em Portugal, aliás a nossa Seleção é uma referência na modalidade…

    JLM: É outra situação gira, a recriação da Seleção Nacional feminina também aconteceu de um forma muito rápida. A Espanha organizou o 1º torneio mundial e nós acabamos por participar à última da hora devido à desistência da Ucrânia.  Resultado? Eliminamos a Espanha nas meias finais e perdemos na final com o Brasil, alias todos os torneios mundiais realizados até agora foram ganhos pela Brasil, é um caso á parte.  A nossa seleção A feminina sempre foi uma seleção de top que se equivale ás seleções de Espanha e Rússia, o Brasil acho que está num patamar ligeiramente superior, mas estas três estão bastante próximas. As nossas jogadoras têm vindo a ter uma evolução positiva. A criação do campeonato nacional feminino de futsal veio ajudar no  crescimento das nossas jovens. A criação da seleção sub-18 feminina que, também vai disputar o apuramento para os Jogos Olímpicos da Juventude, é mais um espaço de excelência que as ajudará no desenvolvimento das qualidades e no crescimento enquanto jogadoras de Futsal.

    BnR: Já no distrito de Castelo Branco essa tendência não tem sido acompanhada, com a associação de futebol de Castelo Branco a encontrar muitas dificuldades para arranjar equipas…

    JLM: Eu sou do tempo em que havia dez equipas a disputar o campeonato distrital feminino de futsal, na altura era quase um caso único no país inteiro, excetuando Lisboa e Porto, era dos distritos com mais equipas, onde se obtiveram excelentes resultados, quer a nível da seleção distrital quer a nível de clube, nomeadamente o Estrela do Zêzere da Boidobra.  Algumas dessas miúdas, agora mulheres, ainda continuam a jogar. Infelizmente tem havido dificuldades no surgimento de novas equipas, a realidade que vivemos hoje é bastante diferente de há alguns anos atrás. Existe uma oferta vasta em muitas áreas que não o desporto e talvez isso seja um fator limitativo de aparecimento de mais jovens a praticar a modalidade.  Já no que ao masculino diz respeito e nomeadamente na formação acho que os campeonatos estão com um número aceitável de participantes.

    Uma presença assídua no banco das seleções nacionais de futsal, José Luís gosta daquilo que faz na FPF e demonstra vontade em continuar Fonte: José Luís Mendes
    Uma presença assídua no banco das seleções nacionais de futsal, José Luís gosta daquilo que faz na FPF e demonstra vontade em continuar
    Fonte: José Luís Mendes

    BnR: Não acha que por exemplo na Covilhã, a Universidade da Beira Interior (UBI) em parceria com o GD Mata tem apostado bastante no futsal masculino, se poderia procurar apostar também no futsal feminino?

    JLM: Já teve! A UBI sempre teve no feminino equipas com bastante qualidade nos campeonatos Universitários. Há jogadoras que são agora internacionais (Universitárias e Absolutas) que fizeram a sua formação Académica na UBI como é o caso da Cátia Morgado. É uma questão que os próprios dirigentes poderão responder, mas por aquilo que me vou apercebendo a preocupação passa pela formação no género masculino. Nem sempre se consegue chegar a todo o lado e os passos terão que ser seguros.

    BnR: Finalizamos então esta entrevista, pergunto-lhe se acha que vai voltar a treinar uma equipa num futuro próximo ou prefere manter-se pela federação mais alguns anos? Gosta do que faz ou prefere o contacto do dia-a-dia com os jogadores e treino?

    JLM: Olhe, quando fui para a Federação era tudo muito diferente, só existia Seleção A e é óbvio que sentia falta do treino do dia a dia. Neste momento já temos muitas seleções, e o trabalho, o treino, aumentou de uma forma considerável, principalmente com a criação das seleções jovens.  O contrato do selecionador nacional e por conseguinte dos elementos da equipa técnica termina no fim desta época desportiva. Cabe à direção da FPF decidir ou não pela continuidade. Pessoalmente é um orgulho enorme representar o nosso país, ouvir o hino é uma sensação indiscritível e considero-me um privilegiado. Por tudo isto é óbvio que gostaria de continuar a representar a FPF. Adoro aquilo que faço e pretendo ser treinador e estar ligado ao treino por mais alguns anos.

     

    Foto de Capa: Bola na Rede

     

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    Rui Pedro Cipriano
    Rui Pedro Ciprianohttp://www.bolanarede.pt
    Nascido e criado no interior, na Covilhã, é estudante de Ciências da Comunicação, na Universidade da Beira Interior. É apaixonado pelo futebol, principalmente pelas ligas mais desconhecidas, onde ainda perdura a sua essência e paixão.                                                                                                                                                 O Rui escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.