A CRÓNICA: JOGO EM ABERTO ATÉ AO ÚLTIMO SEGUNDO!
O Viseu 2001 e o Modicus Sandim apresentavam-se em campo para tentar recuperar o rumo, depois de um início de campeonato desapontante para os dois clubes. Ambos se encontravam na zona de descida.
A equipa de Viseu entrou com mais posse, a tentar construir jogo. No entanto, os visitantes foram os primeiros a criar perigo, num remate de Bruninho defendido por Thiago Soares.
Já o Viseu 2001 aproximava-se mais da baliza contrária e acabou por marcar à passagem do quatro minuto da partida. Na sequência de um canto pela direita, Lukinhas rematou de longe para defesa incompleta de Gerson. Por perto, Rafa Stocker desviou para a baliza, mas só à segunda conseguiu atirar para o fundo da baliza.
Sem tempo para recuperar, o Modicus sofreu o 2-0 menos de um minuto depois. Na sequência de uma jogada coletiva, o capitão, Peixoto, de fora da área, alargou a vantagem da equipa da casa.
Os visitantes acabaram por encostar os viseenses às boxes e tiveram várias oportunidades para marcar. Thiago Soares brilhou ao fazer várias defesas de grau de dificuldade elevada.
Nos minutos finais do primeiro tempo, o jogo acabou por ficar mais repartido, com os viseenses a explorarem as transições rápidas e a ficarem perto do 3-0.
A segunda parte começou praticamente com mais um golo do Viseu 2001. Mamadú Ture sprintou com a bola controlada pelo corredor direito do ataque e perante o guarda redes adversário atirou para o 3-0.
Apesar de mais um golo sofrido, a equipa de Sandim não atirou a toalha ao chão e conseguiu reduzir por Uesler, na sequência de uma boa jogada de equipa.
O jogo estava dividido e tornou-se mais duro, com várias entradas duras e vários cartões amarelos distribuídos pelo árbitro. Nesta fase do jogo mais faltosa, Peixoto foi expulso por acumulação de amarelos e deixou os viseenses a jogar com menos um elemento durante dois minutos.
Os visitantes encostaram o adversário à sua área e acertaram duas vezes na trave da baliza.
Apesar de ter sobrevivido sem sofrer golos à desvantagem numérica, o Viseu 2001 viria a sofrer logo a seguir o segundo golo na partida. Fábio Lima que tinha feito a assistência para o 1-3, reduziu de calcanhar, de costas para a baliza, para o Modicus, aos 7´ do segundo tempo. O guarda-redes viseense acabou por ficar mal na fotografia, ao sair da baliza e a deixar-se enganar pelo jogador adversário.
A equipa da casa aparentava estar nervosa e não conseguia avançar no terreno de jogo, acabando por falhar vários passes. O Modicus estava mais confortável, mas os poucos lances que conseguiu criar foram resolvidos por Thiago Soares.
Os viseenses equilibraram a partida e ficaram perto do 4-2 num remate ao poste por Rafa Stocker. Por outro lado, os visitantes, em desvantagem, apostaram no guarda redes avançado.
Esta mudança tática acabou por levar ainda a dois golos, um para cada lado, no minuto final da partida. Numa transição rápida, Mamadu Ture, lançado, por Daniel Ramos, fez o 4-2 para a equipa da casa. Logo a seguir, no reatamento, Fábio Lima voltou a colocar o resultado na margem mínima (4-3).
A FIGURA
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Mamadú Turé – Fez dois golos e esteve bastante ativo nos processos defensivos e ofensivos. O jogador emprestado pelo Sporting ao Viseu 2001 tem uma qualidade técnica acima da média e grande velocidade, criando bastantes desequilíbrios. Se apurar a precisão do passe, irá ser um dos melhores jogadores em Portugal.
O FORA DE JOGO
Peixoto – O capitão do Viseu 2001 estava a ser um dos melhores da partida. Contudo, uma entrada imprudente, quando tinha já um cartão amarelo, colocou a equipa em desvantagem numérica e desequilibrou a equipa.
ANÁLISE TÁTICA – VISEU 2001
A equipa viseense entrou com mais posse e a tentar controlar o jogo. Depois dos dois golos marcados, os jogadores comandados por Paulo Fernandes acabaram por recuar no terreno e adotaram uma atitude expectante, explorando as transições rápidas para criar perigo.
5 INICIAL E PONTUAÇÕES
Thiago Soares (8)
Pedro Peixoto (6)
Mamadú Ture (8)
Lukinhas (7)
Rafa Stocker (6)
SUBS UTILIZADOS
Carioca (-)
Ciro (6)
Digão (-)
Pelé (6)
Pássaro (-)
Daniel Ramos (7)
Alexandre Lopes (6)
ANÁLISE TÁTICA – AD MODICUS
António Fonseca apresentou a equipa a pressionar alto, tentando explorar as perdas de bola dos viseenses na sua linha defensiva. Ao estar em desvantagem, assumiu o jogo e adiantou as suas linhas, mas a maioria das oportunidades que criou foi na sequência de remates de fora da área.
Na segunda parte, a pressão alta voltou e limitou principalmente nos primeiros 10´ os viseenses. Nos últimos dois minutos, António Fonseca apostou em Márcio Moreira para guarda-redes avançado, mas a estratégia acabou por não ser recompensada.
5 INICIAL E PONTUAÇÕES
Gerson Pinho (7)
Óscar Santos (6)
Pedrinho (6)
Ricardo Pinto (6)
Fábio Lima (7)
SUBS UTILIZADOS
Rui Cardoso (-)
Diogo Tavares (6)
Márcio Moreira (7)
Bruninho (6)
Uesler (7)
Renato Velho (-)
Diogo Velho (-)
Quaresma (6)
Ludgero Lopes (-)
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
Viseu 2001
BnR: O Viseu 2001 consegue a segunda vitória no campeonato. Vitória justa?
Rafael Outeiro (Treinador adjunto): “Do meu ponto de vista, foi. Pelo que os jogadores do Viseu trabalharam, com mais critério sobretudo na primeira parte. Depois, soubemos sofrer até ao fim para tentar obter o melhor resultado possível. Claro que a equipa do Modicus também tem muita qualidade, tentaram trabalhar para a vitória e foi um jogo bastante interessante de parte a parte. Foi um jogo emotivo que é aquilo que os adeptos gostam”.
BnR: Depois de conseguir o 3-0, o Viseu 2001 passou por uma fase difícil do jogo com os dois golos sofridos e, pelo meio, a expulsão do Peixoto. Como é que a equipa conseguiu dar a volta a esta situação?
Rafael Outeiro (Treinador adjunto): “Perder um jogador com tanta mobilidade, com tanta importância no grupo como o Peixoto, não só como capitão, mas por aquilo que transmite em termos de jogo e de liderança lá dentro, não é fácil em termos psicológicos de reagir. A equipa acabou por reagir bem e a única forma que teriam de fazer e fizeram era colocar o individual em prol do coletivo. Acho que foi fantástico, tiveram um atitude boa do início ao fim e foi o que nos valeu para sair daqui com os três pontos”.
AD Modicus Sandim
BnR: O Modicus acabou por não conseguir o resultado que pretendia. O que falhou?
António Fonseca (Treinador): “O que se passou aqui hoje é o que nos tem acontecido no campeonato. Temos entrado bem nos jogos, criando diversas ocasiões de golo e, depois do nada, acaba por nos tirar conforto no jogo.
A primeira vez que o Viseu tem uma situação de golo, o nosso guarda-redes defende, mas acabam por meter a bola na nossa baliza. Depois, a segunda vez num canto, fizeram o 2-0. A gente andava em cima da baliza, com situações de golo, boas jogadas, com bolas nos postes e defesas do guarda-redes. Quando assim é, as coisas são complicadas e o que é certo é que, quando erramos ou temos um lance que não abordamos tão bem, a bola para sempre dentro da nossa baliza. É assim que tem sido durante o campeonato. Obviamente que o objetivo é obter os três pontos e, mais uma vez, perdemos por um e não levamos ponto nenhum.
Em termos de empenho, não tenho nada a apontar aos jogadores, foram de uma entrega do princípio ao fim, não podiam dar mais. Diz-se que a sorte também se procura e nós temos procurado essa sorte, mas, com as jornadas do campeonato disputadas até agora, não podemos dizer que tivemos uma estrelinha de sorte em nenhum jogo. Eu preferia estar a dizer que o Viseu foi melhor do que nós, mas os três pontos eram nossos. Parabéns ao Viseu que também lutou, nós tivemos que nos lançar mais no ataque e eles aproveitaram o contra-ataque. Estamos tristes porque, mais uma vez, no geral, fomos superiores e vê-se pela quantidade de oportunidades que tivemos e pelas bolas nos postes”.
Bola na Rede: Mesmo depois de sofrer o 3-0, a equipa do Modicus acreditou que podia virar o resultado e, usando uma estratégia de pressão alta, conseguiu chegar ao 3-2, mas não acabou por não criar lances perigosos para chegar ao empate, até à utilização do guarda redes avançado. O que faltou?
António Fonseca (Treinador): “Nós utilizámos o guarda redes avançado, obviamente mais posicional, com a defesa do Viseu. Tivemos uma ou outra situação para marcar. Depois, começa a vir o desgaste também ao decima, mas é de salientar sempre o empenho dos jogadores, a luta que tiveram dentro do campo, sempre a pressionar, tivemos sempre as linhas altas. Obviamente, quem está confortável no jogo a ganhar, vai ser mais facilmente em contra-ataque nas costas. Não há nada a fazer, faz parte do jogo. No mínimo, podíamos ter saído daqui com um empate”.