Terminou a 54ª. edição do Europeu de Hóquei em Patins. Este ano, houve muitas surpresas na competição disputada em Paredes.
PORTUGAL NÃO ESTEVE AO MELHOR NÍVEL
A Seleção Nacional desiludiu e não demostrou ser uma das duas melhores equipas europeias como habitualmente tem demostrado. Apesar da goleada esperada à Alemanha na primeira jornada da fase de grupos, viu-se surpreendida por uma França fortalecida pelos Di Benedetto e muito bem organizada em termos defensivos.
Esta derrota desestabilizou a Seleção, que precisava de reagir contra a Itália, à partida um adversário ainda mais forte do que os gauleses. Novamente a jogar contra um adversário em bloco baixo, mas que é mais letal no contra-ataque, os portugueses não conseguiram conquistar a vitória, conquistando apenas um ponto.
Enquanto a Seleção Nacional escorregava e seguia em terceiro lugar, a Espanha não dava brindes e liderava rumo à final. No entanto, os franceses, na segunda posição e que bateram os campeões mundiais em título na jornada anterior comprometeram ao empatar frente a frágil Seleção de Andorra e deram esperanças aos portugueses de ainda atingirem a final.
A penúltima jornada era decisiva e Portugal defrontava o grande rival, a Espanha, a necessitar de ganhar. Num grande jogo com um final épico, a equipa dirigida por Renato Garrido deu a volta à beira do fim e bateu os nuestros hermanos. Já os franceses cumpriram, venceram a Alemanha e saltava para o primeiro lugar da fase de grupos.
As decisões ficaram adiadas para a última jornada, com Portugal a necessitar de ganhar a Andorra, mas depende de um decisivo Espanha – França. Os portugueses sabiam que necessitavam de ganhar a Andorra, mas para que a vitória valesse a presença final, precisava que a Espanha não vencesse ou que os espanhóis derrotassem os franceses, mas por, pelo menos, três golos de diferença.
Num jogo polémico e marcado por um aparente antijogo nos últimos minutos, o vizinho ibérico venceu por 3-1 a França, o que serviu às duas Seleções e atirou Portugal para o jogo dos 3º e 4º lugares, independentemente do último jogo que viria a vencer.
Num Europeu longe de ter corrido da melhor forma, a forma como a Seleção Nacional terminou a competição foi a imagem da desinspirada participação na restante competição: dois jogadores portugueses testaram positivo à Covid-19 e a Seleção Italiana recusou realizar testes de despiste à infeção, acabando por não acontecer o duelo pela posição mais baixa do pódio.
Ver esta publicação no Instagram
Na final, a Espanha acabou por ser mais forte do que a Seleção Francesa, mas a equipa orientada por Fabien Savreux vendeu muito cara a derrota e só se deu por vencida no prolongamento.
Por fim, este modelo de competição parece estar a ficar ultrapassado, com o aumento de qualidade de outras Seleções e com o risco de existir acordos entre Seleções para resultados concertados. É altura de a World Skate Europe refletir sobre a estrutura do torneio europeu. A participação de mais Seleções seria importante para a divulgação da modalidade e o aumento do nível da competição.
O CINCO DO EUROPEU
Baptiste Bonneau (GR, França)
Sergi Panadero (Espanha)
Ignacio Alabart (Espanha)
Carlo Di Benedetto (França)
Gonçalo Alves (Portugal)
DESILUSÃO DO EUROPEU: Portugal
SURPRESA DO EUROPEU: França
Foto de Capa: RFE Patinaje