CP Voltregà 2-5 OC Barcelos: Óquei de Barcelos a caminho da história!

    Na primeira meia-final da final-four da Taça CERS, que está a decorrer em Lleida, o Barcelos, atual bicampeão da competição, não sentiu o peso da responsabilidade e levou de vencido os espanhóis do Voltregà por 5-2, alcançado o jogo decisivo da prova pela terceira época consecutiva.

    O encontro começou de forma intensa e jogados dois minutos, Rúben Sousa, com uma iniciativa individual, obrigou Blai Roca à primeira defesa da tarde. Pouco depois, uma stickada de meia distancia de Zé Pedro, também, foi travada pelo guardião espanhol. No seguimento do jogo corrido, Gerard Teixidó viu um cartão azul, possivelmente, devido a protestos. Zé Pedro, chamado à conversão do livre-direto, não falhou e após “deitar” Roca, enrolou o esférico para o fundo das redes.

    A querer fazer história, o Barcelos entrou muito forte, tendo mais posse de bola e o golo de livre-direto confirmou o que se passava em rinque.

    Em vantagem, o Óquei demonstrava estar bem, com uma circulação de bola convincente e segura, conseguido, por vezes, criar perigo junto à baliza espanhola. O Voltregà, a jogar ao bom estilo de “nuestros hermanos”, ia apostando em transições rápidas. Numa delas conseguiu mesmo dispor de uma situação de dois para zero, mas Ricardo Silva, com uma enorme intervenção, impediu a igualdade.

    Disputados cerca de dois minutos e após mais um lance de perigo do Voltregà, devido a uma situação de contra-ataque, no seguimento do lance deu-se uma transição rápida do Barcelos e João Almeida, isolado perante Blai Roca, não falhou e fez o 2-0. De seguida, os espanhóis estiveram perto de marcar, mas Petxi Armengol não conseguiu bater Ricardo Silva.

    O tempo ia passando, mas o encontro continuava intenso, com o Voltregà a demonstrar melhorias, mas com Ricardo Silva a responder a alto nível. O Barcelos ia avisando o terceiro golo e aos doze minutos de jogo, Juanjo López arriscou e ganhou uma grande penalidade. Rúben Sousa, com uma enorme oportunidade de avolumar o score, stickou a meia altura e apesar de Roca ainda ter tocado na “redondinha”, com a caneleira esquerda, a mesma só parou no fundo da baliza. Desta forma, o Óquei chegava aos 3-0. De seguida, com a partida parado, João Guimarães e Xavi Crespo viram um cartão azul.

    A perder por três golos de diferença, passou a ser o Voltregà a assumir o jogo, mas não estava a ser tarefa fácil entrar na teia defensiva montada pelo Barcelos. O que levava os espanhóis a optar por stickadas de meia distancia, que pouco ou nenhum perigo criavam. Quando em posse, o conjunto de Paulo Pereira esticava o tempo de ataque e arriscava apenas em situações favoráveis.

    Já a faltar menos de um minuto e meio para a pausa, o Voltregà chegou mesmo a introduzir a bola no interior da baliza do Barcelos, mas o lance foi anulado devido ao mesmo ter sido conseguido acima do limite de altura legal.

    Terminada a primeira parte, o Barcelos vencia o Voltregà por 3-0. Um resultado algo inesperado, devido ao valor teórico de ambas as equipas, mas justificado pela eficácia defensiva e, também, ofensiva demonstrada pelo conjunto português. 

    Foram vários os adeptos do Barcelos a viajar até Espanha e fizeram-se sentir no pavelló 11 de setembre
    Fonte: CERS Rink Hockey

    A segunda parte começou animada e, cedo, tanto o Barcelos como o Voltregà tiveram oportunidades para marcar. No entanto, Blai Roca e, sobretudo, Ricardo Silva impediram mudanças no marcador.

    Jogados cerca de três minutos, o jogo foi interrompido após um lance onde o Barcelos pedia penalti, o que levou a algum sururu entre atletas das duas equipas. Armengol voltou a ser “protagonista”, no pior sentido do termo, e deveria ter visto algum cartão. Segundos depois de retomada a partida, Rúben Sousa teve uma grande chance para fazer o quarto, mas acabou por enrolar a bola ao lado da “porteria” de Roca. Pouco depois, foi a vez do Voltregà dispor de uma grande oportunidade de golo, mas Ricardo Silva voltou a levar a melhor.

    A passar a melhor fase de toda a partida, o Voltregà carregava, mas o Óquei, com mais ou menos dificuldade, ia mantendo a sua baliza fechada a sete chaves.

    Sem arriscar muito, o Barcelos, quando estava em situação de posse de bola, procurava esticar o tempo de ataque, na tentativa de retirar algum ímpeto aos espanhóis. Todavia, não estava a apresentar a eficácia ofensiva da primeira parte, ao não conseguir aproveitar grandes oportunidades de golo onde, pela frente, “apenas” havia Blai Roca.

    Com cerca de doze minutos para o fim, numa situação resultante da abertura das tabelas do pavilhão, o Voltregà reduziu a diferença por intermédio de Aleix Molas. O golo confirmava o crescimento da equipa espanhola em pista que, aos poucos, ia encostando o Barcelos à sua baliza. Todavia, praticamente a seguir, surgiu a 10ª falta dos catalães. O que levou a que Xavi Crespo, por protestos, visse um cartão azul. Zé Pedro, novamente, chamado à responsabilidade de converter o livre-direto, bem tentou “deitar” Blai Roca, mas desta vez, o guarda-redes do Voltregà levou a melhor diante do jogador português.

    Em situação de superioridade numérica, aconteceu aquilo que raramente acontece e através de uma iniciativa individual, Eric Vargas, com um excelente pormenor técnico, reduziu o marcador para 3-2. O Óquei tentou responder ao golo sofrido, mas não conseguiu aproveitar o homem a mais que tinha em rinque.

    A um golo do empate, o Voltregà acreditava, ainda mais, que poderia chegar à igualdade e ia colocando dificuldades à defensiva do Barcelos que, quando podia, tentava criar perigo em situações de transição rápida.

    Já dentro dos últimos cinco minutos, o Voltregà, através de um erro de Juanjo López, ficou perto do empate, mas não marcou. Quem não marca sofre e pouco depois, João Almeida, isolado perante Blai Roca, fez uma “picadinha” e apontou o 4-2 para o Barcelos. Não muito depois, Rúben Sousa esteve quase a fazer o quinto, mas Roca manteve os espanhóis ligados à eliminatória. Contudo, o quinto chegou logo a seguir. Juanjo López começou a jogada, passou para João Guimarães que devolveu ao espanhol que, com Blai Roca no chão, atirou a contar e aumentou a vantagem barcelense par 5-2. Logo a seguir, surgiu a 10ª falta do Óquei. Gerard Teixidó foi o escolhido para a conversão do livre-direto, mas Ricardo Silva, com a perna esquerda, negou o golo ao capitão do Voltregà.

    Finalizado o jogo, o Barcelos venceu, de forma justa, o Voltregà por 5-2. Após uns primeiros vinte e cinco minutos onde esteve, claramente, melhor os espanhóis regressaram dos balneários com vontade de alterar o rumo dos acontecimentos e estiveram muito perto de o conseguir fazer. Porém, o Óquei soube sofrer, defendendo bem e contado com um enorme Ricardo Silva na baliza. Depois de ter desperdiçado várias chances de golo que, poderiam ter impedido tanto sofrimento, recuperou a eficácia da primeira parte e acabou com as esperanças do Voltregà. 

    Assim, o Barcelos fez história ao ser a primeira equipa a chegar à final da Taça CERS em três anos consecutivos. Contudo, apenas foi cumprida metade da mesma, pois, a outra pode ser escrita amanhã, se o Óquei vencer. 

    Na final, que está marcada para as 17h00 de domingo e vai ser transmitida na RTP2, o Barcelos irá ter pela frente o Lleida, equipa organizadora da final-four, que esta noite derrotou os italianos do Breganze, no prolongamento, por 4-3. 

    Equipas iniciais

    CP Voltregà: 1-Blai Roca (GR), 2-Xavi Crespo, 3-Eric Vargas, 8-Petxi Armengol e 21-Gerard Teixidó (CAP.); Jogaram ainda: 9-Aliex Molas, 11-Ignasi López

    OC Barcelos: 1-Ricardo Silva (GR), 4-Zé Pedro (CAP.), 6-João Almeida,9-Hugo Costa e 66-Rúben Sousa; Jogaram ainda: 3-Juanjo López, 7-João Guimarães, 64-Afonso Lima e 77-Marinho.

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    Diogo Nunes
    Diogo Nuneshttp://www.bolanarede.pt
    Adepto ferrenho do Benfica, o Diogo deixou de sofrer golos nos rinques de Hóquei em Patins, a sua modalidade de eleição, para passar a descrevê-los em artigos.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.