FC Porto 9-5 Sporting CP: Clássico pintado a azul

    A CRÓNICA: JOGO MEXIDO, BOLA PARADA

    O FC Porto recebeu e venceu o campeão nacional e europeu Sporting CP por 9-5, numa grande partida de hóquei patinado, e segue invicto e isolado no primeiro posto da Liga. Na Dragão Arena, os azuis-e-brancos foram mais fortes em todos os vetores de um encontro que teve inúmeros cartões azuis, vários livres diretos e grandes penalidades, diversos golos de grande calibre e imensa excelência individual.

    Início de partida como expectável: equilibrado e a grande velocidade. A primeira oportunidade, essa, pertenceu aos Leões. Ferran Font sofreu falta para azul de Rafa e Romero foi chamado a bater o livre. No um para um com Malián, o argentino escolheu bater da marca em vez de conduzir a bola e o guardião espanhol levou a melhor.

    Os Dragões ficaram reduzidos a três homens de quadra por dois minutos, mas foi precisamente com uma unidade a menos que o FC Porto conquistou o seu primeiro livre direto, após falta para azul de Toni Pérez. Os azuis-e-brancos colocaram a bater a bola parada o melhor marcador do campeonato, Gonçalo Alves, que inaugurou o marcador. Bola batida direta, seca, ao ângulo superior esquerdo da baliza arrendada a Girão por 25 minutos.

    Dentro dos nove minutos do primeiro tempo, uma bola rematada por Romero desvia no corpo de João Souto e segue para as malhas da baliza de Malián, restaurando-se a igualdade no placar, de pouca dura. Dois minutos e meio volvidos, eis nova vantagem azul-e-branca. Com um remate fortíssimo de média/longa distância, Rafa recolocou os Dragões na frente do marcador.

    A 13 minutos do intervalo, terceiro azul da partida, desta feita para o portista Telmo Pinto. Do lado do Sporting CP, inverteram-se os papéis: Romero sofreu a falta, Ferran Font bateu o livre. A diferença? Font marcou e empatou a partida. A semelhança? Foi novamente de pouca dura. Momentos depois, Reinaldo García conduziu a bola pela direita, puxou para dentro e rematou forte para o 3-2 a favor do FC Porto.

    O campeão nacional acusou o terceiro golo e, com isso, veio a sofrer o quarto. Gonçalo Alves, de novo no batimento de um livre direto em tudo semelhante ao primeiro, dilatou a vantagem portista. O livre para o FC Porto surgiu de um azul mostrado a Romero, já o livre para o Sporting CP logo a seguir deveu-se à 10ª falta portista. Na própria recarga, Ferran Font fez a picadinha sobre girão e reduziu para 4-3.

    O jogador espanhol foi do Céu ao Inferno em poucos segundos, levando azul na jogada seguinte. De novo livre direto, de novo Gonçalo Alves, de novo golo para o FC Porto. O Sporting CP viria a chegar à 10ª falta ainda antes do intervalo. De novo livre direto, de novo Gonçalo Alves… as agora frente a Zé Diogo, não Girão. Tanto no livre, como na recarga, venceu o duelo o guarda-redes leonino.

    Segunda parte. Cartão azul. Reinaldo García foi o primeiro admoestado do segundo tempo, Ferran Font o primeiro a bater um livre direto. Não teve sucesso. Todavia, o golo da redução surgiria mesmo, aos sete minutos. Romero foi o autor, grande penalidade foi o método: 5-4. Cartão azul. Ferran Font provocou a queda de Gonçalo Alves e viu o cartão.

    Chamado a bater, Di Benedetto devolveu a vantagem de dois tentos aos da casa. Vantagem essa que durou… segundos. Romero de longe – muito longe – reduziu para 6-5 logo após o término das repetições televisivas do 6-4. A doze minutos do fim… déjà-vu. Livre direto para o FC Porto (15ª falta leonina), Gonçalo Alves a bater, Girão na baliza, golo portista.

    Minutos mais tarde, Gonçalo Alves revelou não estar satisfeito com o póquer e alcançou a manita, finalizando uma boa jogada de transição portista. Até final, Sporting CP e FC Porto viriam a falhar livres diretos e os Dragões viriam a marcar o nono golo, selando a vitória com um expressivo 9-5.

    A FIGURA

    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    Gonçalo Alves (FC Porto) – O “77” do FC Porto apontou cinco dos nove golos da sua equipa e esteve sempre bastante ativo na partida, tendo sido do princípio ao fim a principal força motriz do lado portista, que, muito graças ao português, alcançaram uma excelente vitória.

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    Sporting CP – Apesar dos cinco tentos apontados, os Leões foram demasiado ineficazes em quase todos os parâmetros da partida e foram sempre inferiores aos portistas. Ainda que uma ou outra individualidade verde-e-branca se tenha evidenciado no meio da pesada derrota, esperava-se mais do conjunto campeão português e europeu.

    ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO

    Os Dragões de Ricardo Ares circulavam muito a bola por fora e não hesitavam em apostar nos remates de meia distância. Os azuis-e-brancos procuravam imprimir muita velocidade no jogo (velocidade de execução, não de transição), ainda que privilegiando a posse. A presença em jogo de Di Benedetto ou Rafa permitia ao FC Porto ter um elemento mais interior e, por consequência ter um jogo interior mais forte, não sendo, contudo, essa a predileção dos azuis-e-brancos, na primeira parte.

    Por entrar no segundo tempo com dois golos de vantagem, o FC Porto cedeu mais bola ao adversário e, para o ferir no contra-ataque, apostou mais na presença de Di Benedetto como pivô, apostando mais num 3-1 no momento de atacar (e, de certa forma, no de defender também).

    CINCO INICIAL E PONTUAÇÕES

    Xavi Malián (8)

    Xavi Barroso (6)

    Gonçalo Alves (9)

    Carlo Di Benedetto (7)

    Rafa (7)

    SUPS. UTILIZADOS

    Telmo Pinto (6)

    Reinaldo García (6)

    Ezequiel Mena (6)

    Carlos Ramos (-)

    ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP

    Os Leões de Paulo Freitas defendiam normalmente em quadrado, num 2-2 que obrigava os da casa a circular a bola por fora ou a encontrar espaço dentro do bloco forasteiro. A presença em quadra de Di Benedetto ou (sobretudo) de Rafa, do lado azul-e-branco da contenda, obrigava os campeões nacionais a mudar o sistema defensivo para um losango (1-2-1) ou para um 1-3.

    No momento de atacar, os Leões apostavam nas transições rápidas com alguma frequência, muito pela tendência de domínio de posse da equipa da casa. Na segunda metade, o figurino alterou-se um pouco.

    O 5-3 registado ao intervalo obrigou a uma mudança de papéis e o campeão nacional e europeu teve mais bola nos segundos 25 minutos. Assim, as transições rápidas foram menos frequentes e o ataque posicional e móvel dos Leões veio ao de cima. 

    CINCO INICIAL E PONTUAÇÕES

    Ângelo Girão (7)

     Matías Platero (6)

    Toni Pérez (5)

    Gonzalo Romero (7)

    Ferran Font (6)

    SUPS. UTILIZADOS

    Henrique Magalhães (5)

    João Souto (6)

    Alessandro Verona (5)

    João Almeida (5)

    Zé Diogo Macedo (6)

    Foto de Capa: Diogo Cardoso / Bola na Rede

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    Márcio Francisco Paiva
    Márcio Francisco Paivahttp://www.bolanarede.pt
    O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.