Neste fim-de-semana, os protagonistas mudaram. Numa liga onde Porto e Benfica são quase sempre os destaques, este fim-de-semana foi a vez de outras equipas. Mas quem são as outras equipas? O HA Cambra, que conseguiu um grande resultado frente ao FC Porto, e o fantástico AD Valongo, que está a ter uma época fantástica. Duas equipas com objectivos diferentes, mas que, este fim-de-semana, tiveram os seus destinos ligados.
Em Vale de Cambra, ocorreu a primeira grande surpresa da liga. Humildade, entrega e raça podem resumir a grande exibição do HA Cambra frente ao campeão nacional. Sem vitórias até este jogo, o Cambra derrotou o FC Porto por 7-4, fazendo os azuis e brancos cair com estrondo num terreno onde a vitória parecia ser fácil. Talvez por excesso de confiança, talvez por terem acusado a ausência de Reinaldo Ventura, o Porto nunca se encontrou no jogo. O Cambra chegou a estar a ganhar por 4-1 e conseguiu impedir as tentativas de empate do Porto, que reduziu para 4-3 e depois 5-4. No entanto, os portistas nunca conseguiram estar à frente no resultado e sofreram uma surpreendente derrota, que, para quem tenha visto o jogo, nada teve de surpresa, pois os homens da casa deram uma grande lição ao campeão. O grande destaque vai para Bruno Fernandes, que marcou cinco golos na noite histórica. De lembrar que os jogadores do HA Cambra são amadores. Bruno, quando foi trabalhar de manhã, mal imaginava que umas horas mais tarde iria marcar todos esses golos ao FC Porto.
Quem agradeceu foi o Valongo. Os homens do distrito do Porto não podiam pedir melhor temporada. Aliada a uma fantástica campanha na Europa, sendo o primeiro no grupo, com três vitórias em três jogos, o Valongo é líder no campeonato. Aproveitando a derrota do Porto, o conjunto liderado por Paulo Pereira venceu o Sporting de Tomar por 5-2. Este já é o melhor Valongo de que há memória. Com um orçamento de 120 mil euros, o Valongo vai mostrando que o amor à camisola também joga. Ainda é cedo para se dizer se este clube é ou não candidato ao título; a época será longa e os grandes jogos ainda não chegaram, mas a dupla liderança (no campeonato e no grupo A) não é fruto da sorte, mas sim de um projecto sustentável, que tem vindo a crescer. E são projectos destes que fazem bem ao hóquei português.