SL Benfica 4-3 FC Porto: Nicolia garante vitória no clássico a um segundo do final

    Faltam palavras para descrever o clássico que se disputou na Luz. Muitos golos, livres-diretos, belíssimas defesas e emoção até ao último segundo! Naquele que foi o principal encontro da quarta jornada do campeonato nacional de hóquei em patins, o Benfica acabou por ser mais feliz e vencer o Porto por 4-3. Passando a liderar a tabela classificativa, em conjunto com o Sporting, que esta tarde venceu em Valongo por 2-1, ambos com 10 pontos. Se águias e dragões demonstraram estar à altura dos acontecimentos, houve uma terceira equipa que não esteve, nem de longe.

    O jogo teve um arranque equilibrado, mas dinâmico, com as equipas sem conseguirem dispor de grandes oportunidades para finalizar. As duas exceções à regra foram um lance aéreo entre Valter Neves e Jordi Adroher e outro onde Rafa, isolado, enrolou o esférico ao travessão.

    A primeira grande chance do encontro surgiu por volta dos cinco minutos, com Valter Neves a surgir isolado diante de Carles Grau, depois de um enorme passe de Adroher. No entanto, o capitão encarnado colocou a bola por cima. Passados alguns segundos, Reinaldo Garcia viu um cartão azul. Adroher, chamado à conversão do livre-direto, não deu quaisquer hipóteses e com uma excelente “picadinha” fez o 1-0.

    Em desvantagem, o Porto foi à procura do empate, mas Pedro Henrique negou o golo a Gonçalo Alves e a Hélder Nunes. Momentos depois, foi a vez de Albert Casanovas ver um cartão azul ao ter cometido uma falta sobre Reinaldo Garcia. Hélder Nunes foi o escolhido para a marcação do livre-direto, mas acabou por enrolar o esférico ao lado. 

    Com mais um jogador de pista em campo, os dragões não demoraram muito a aproveitar a superioridade e Rafa, solto ao segundo poste e servido por Hélder Nunes, apontou o golo do empate. Pouco depois, o Porto esteve perto de virar o marcador, mas Pedro Henriques impediu Reinaldo Garcia de marcar. No seguimento do jogo, o capitão portista viu um cartão azul ao ter cometido uma infração sobre Nicolia. Adroher regressou à marca do livre-direto, mas desta feita não conseguiu superar Grau.

    Em situação de superioridade numérica, o Benfica dispôs de poucas, mas boas, oportunidades para marcar. Contudo, Grau realizou defesa atrás de defesa e fez com que o marcador não sofresse nenhuma remodelação.

    A cerca de onze minutos do intervalo, Lucas Ordeñez, que havia entrado minutos antes, apostou numa iniciativa individual e por pouco, ao fazer uso da sua temível meia distância, não colocou as águias na frente. Volvidos alguns momentos, Poka viu um cartão azul por suposta “agressão” a Diogo Rafael. Com o jogo parado, devido ao mesmo lance, Nicolia também viu um cartão azul, mas por protestos. Pouco depois de retomada a partida, Giulio Cocco viu um cartão azul ao cometer uma falta sobre Casanovas, que seguia isolado para a baliza azul e branca. No respetivo livre-direto, Ordoñez “imitou” Adroher e com uma excelente “picadinha” fez o 2-1. 

    Com cerca de sete minutos e meio para a pausa, Diogo Rafael viu Casanovas em excelente posição e serviu o espanhol que, isolado perante Grau, apontou o 3-1. Pouco depois, Ordoñez sofreu uma falta no interior da área do Porto. Casanovas, especialista nas grandes penalidades, acabou por não conseguir bater o seu compatriota.  Não aumentou o Benfica, reduziu o conjunto portista. Gonçalo Alves demonstrou o porquê de ser um tecnicista de primeira e com uma excelente “picadinha” assinou o 3-2. 

    Finalizada a primeira parte, as águias estavam na frente por 3-2. Resultado de uns grandes vinte e cinco minutos iniciais, completamente frenéticos, onde foram mostrados oito cartões azuis, marcados quatro livres-diretos e uma grande penalidade. Em jogo corrido, encarnados e azuis tentaram ser o mais sólidos possível a nível defensivo. Ainda assim, sempre que a bola se atreveu a passar, Pedro Henriques ou Carles Grau aproveitaram para brilhar. 

    Durante o intervalo do clássico, a equipa feminina de hóquei em patins mostrou aos adeptos benfiquistas a Supertaça conquistada no passado fim-de-semana
    Fonte: Paulo Almeida

    Logo no primeiro minuto do segundo tempo, após uma stickada sem ângulo de Ordoñez, Diogo Rafael esteve perto de fazer o quarto, mas o lance foi anulado. Passados dois minutos, o Porto esteve quase a igualar o jogo, mas Rafa não conseguiu marcar.

    O regressar dos balneários esteve longe de ser bom, com a partida a estar bastante confusa e com poucos bons momentos de hóquei em patins.  No entanto, com o passar dos minutos, o desempenho das duas equipas foi subindo, assim como a agressividade. O que deu origem a vários lances bem “rasgadinhos”. 

    Em cima da marca dos trinta e dois minutos, Rafa viu um cartão azul após falta sobre Nicolia. Ordoñez voltou a ser chamado para a marcação do livre-direto, mas Grau levou a melhor. 

    Novamente em situação de powerplay, o Benfica apostou, sobretudo, em stickadas em zona frontal mas, apesar das várias chances, não conseguiu concretizar. 

    Sem grandes espaços para respirar, benfiquistas e portistas procuravam fazer mexer o marcador, mas Pedro Henriques e Carles Grau não o permitiam.

    A meio dos segundos vinte e cinco minutos, o Porto usufruiu de uma grande penalidade, em virtude de uma falta cometida por Pedro Henriques, que viu um cartão azul sobre Cocco. Marco Barros, mais conhecido por “Tuga” no mundo do hóquei em patins, entrou a frio e no frente-a-frente com Gonçalo Alves acabou por sofrer o 3-3. Pouco depois, Poka teve uma enorme chance para virar o marcador, mas Tuga defendeu. 

    Com o cronómetro a indicar, precisamente, dez minutos para se jogar, surgiu a 10ª falta do Benfica. Poka, chamado à marcação do livre-direto, stickou direto, mas Pedro Henriques, com a máscara, impediu a vantagem portista. 

    O fim do encontro estava cada vez mais próximo, mas o empate mantinha-se. Porém, com os intervenientes presentes dentro de pista, tudo era possível a qualquer momento. Desta maneira, com cinco minutos e meio para se jogar, Rafa viu um cartão azul após uma falta cometida sobre Nicolia. Adroher, na sua terceira tentativa da noite, não conseguiu concretizar. 

    A beneficiar, por mais uma vez, de uma situação de powerplay, o Benfica continuou sem conseguir aproveitar e o Porto, quase, a ser quem mais lucrou. De maneira a impedir um contra-ataque azul e branco, Casanovas fez uma falta para cartão azul. Hélder Nunes, chamado à marcação, não teve capacidade para superar Pedro Henriques, que reentrou depois de cumprir os dois minutos de exclusão.

    Após alguns momentos de jogo em três para três, foi a vez do Porto dispor de uma situação de powerplay. Todavia, pouco segundos depois de iniciada essa fase da partida, Reinaldo Garcia viu um novo cartão azul ao ter cometido uma falta sobre Nicolia. Esse lance deu origem a alguns desacatos entre jogadores portistas e adeptos encarnados, que resultou num cartão azul para Nelson Filipe. Felizmente, esses problemas foram prontamente resolvidos pela segurança presente no pavilhão. Passados alguns minutos, teve lugar o respetivo livre-direto que Nicolia não conseguiu converter. No seguimento do mesmo lance, o número cinco do Benfica cometeu a 15ª da sua equipa. Gonçalo Alves, com oportunidade para colocar os dragões na frente, não conseguiu bater Pedro Henriques. 

    Por mais uma vez em vantagem numérica, o conjunto benfiquista foi carregando à procura do golo da vitória e, a um segundo do fim, Diogo Rafael serviu Nicolia que, solto ao segundo poste, garantiu a vitória do Benfica por 4-3. 

    Terminado o clássico, o Benfica acabou por ser mais feliz e vencer por 4-3, numa partida grande de hóquei em patins que teve golos, momentos e situações para todos os gostos. A arbitragem, por seu lado, esteve longe de ter realizado uma boa exibição, tendo mostrado e assinalado ou não faltas, cartões azuis, livres-diretos e penaltis para os dois lados. Na contabilidade final, o encontro teve um total de doze lances de bola parada marcados (SL Benfica:  6 LD/ 1 Pen. e FC Porto: 4 LD/ 1 Pen.), 12 cartões azuis mostrados (SL Benfica: 4 e FC Porto: 8) e vinte e quatro falta assinaladas (SL Benfica: 16 e FC Porto: 8)

    SL Benfica: 1-Pedro Henriques (GR), 2-Valter Neves (CAP.), 3-Albert Casanovas, 4-Diogo Rafael e 7-Jordi Adroher; Jogaram ainda: 10-Marco Barros “Tuga” (GR), 5-Carlos Nicolia, 9-Lucas Ordoñez e 44-Miguel Rocha

    FC Porto: 1-Carles Grau (GR), 9-Rafa, 57-Reinaldo Garcia, 77-Gonçalo Alves e 78-Hélder Nunes (CAP.); Jogaram ainda: 6-Telmo Pinto, 7-Giulio Cocco e 18-Poka 

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    Diogo Nunes
    Diogo Nuneshttp://www.bolanarede.pt
    Adepto ferrenho do Benfica, o Diogo deixou de sofrer golos nos rinques de Hóquei em Patins, a sua modalidade de eleição, para passar a descrevê-los em artigos.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.